quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Inconsciente (das Unbewusste) II

São considerados três pontos de vista sobre a atividade psíquica, um deles é o dinâmico, que abrange principalmente o inconsciente, por exercer uma ação constante, pedindo, consequentemente, uma reação também constante, para que não occorra o acesso à consciência. Laplanche e Pontalis, em seu Vocabulário da Psicanálise (2001), observam ainda que "Clinicamente, este caráter dinâmico verifica-se simultaneamente pelo fato de encontrarmos uma resistência para chegarmos ao inconsciente e pela produção renovada de
derivados do recalcado".

Um outro ponto de vista seria o tópico, que, nas palavras de Freud, nada tem que ver com a anatomia; refere-se não a localidades anatômicas, mas a regiões do mecanismo mental, onde quer que estejam situadas no corpo. Ou seja, metaforicamente, tratam-se de lugares psíquicos que nos podem fornecer uma representação disposta espacialmente.

É na primeira tópica freudiana que ocorre a diferenciação entre Inconsciente, Pré-consciente e Consciente. Já na segunda tópica são descritos o id, o ego e o superego, todos estes tendo ao menos parte inconsciente. E, por fim, o ponto de vista económico, sem o qual, para Freud, segundo Laplanche e Pontalis, "não seria possível a descrição completa de um processo psíquico" (2001, p. 121).

Um comentário:

  1. Achei muito importante a sua citação dos pontos psíquicos espalhados pelo corpo, digamos metaforicamente. As somatizações obedecem, ao meu ver a idéias e estas relacionadas a determinadas partes do corpo que podem variar de cultura para cultura. A forma como o psiquismo somatizam as energias segue o mundo simbólico e as predisposições orgânicas das pessoas. Isto é muito importante por exemplo no caso de diagnósticos de cefaléias, por exemplo. Defendo o conhecimento da psicanálise na formação do clínico geral, e outras áreas da medicina. Mas meu caro Josué e daí?

    ResponderExcluir