segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Democracia falecida

Os protestos pipocam no Egito, sabemos que mais uma tentativa de abuso de poder. Nós, americanos ocidentais, abrimos o jornais e vemos isso tão frequente que não nos assustamos, afinal, isso é coisa deles mesmos. No nosso continente, desfazemos da discrepância hierárquica e optamos pela democratização civil. O Ocidente é alocado de diversos países assim, menos a ilha cubana. Ela é rodeada por cidadãos livres e felizes por não acordarem ao tom da voz de algum ditador. Isso não uma mera sorte nossa, mas não está muito em voga o regime ditatorial. Ele ficou para trás há 3 décadas sob efeito dominó no continente latino.
No Brasil, isso é uma piada. Desconhecemos uma figura que manda e desmanda em nossos atos. Estamos em tempos de liberdade política, de escolha, expressão e opinião. No dia que o nosso querido ex-presidente tentou sabotar um comentário indecoroso de um jornalista americano por chamá-lo de pinguço, uma onda de manifestações surgiu contra esse atentado a censura.

A ditadura política se foi, como diz Saramago, estamos da era da ditadura econômica, sob mando dos bancos centrais e FMIS. E só vermos que ocupa os principais lugares na ONU, até então, nenhum continente africano ou subdesenvolvido. Estamos sob mando do felino capital especulativo, desprovido de cabeça, mas dono de garras afiadas e estômago voraz. O mundo, principalmente o Velho Continente, não escapou da sua selvageria. A política cai no velho joguete das questões ideológicas, de quem seria a culpa? Do neo- neo- liberalismo ou da intervenção Estatal?

Diante dessas questões, insistimos na democracia e igualdade social. Preferimos acreditar que a ditadura e o abuso de poder só cabem aos islâmicos. Não percebemos que o Estado anda enfraquecido, nas mãos de dúzias de colarinhos brancos que assaltam a nossa previdência para por nas cuecas. No lugar que as antípodas do governo não alcançam, o poder paralelo toma conta das comunidades vulneráveis às suas leis selvagens. O Brasil é democrático, pois temos liberdade, a negativa, pois não temos ao menos o direito de elegermos o título da pobreza. Não precisamos de estruturas e nem instituições que possibilitem o exercício da civilidade, pois só nós temos o nosso jeitinho brasileiro que por muitas vezes “conciliamos” com a lei.

A nação é governada pelo coração im- pensante alocado no centro, Brasília, a capital planejada para se desenvolver 50 anos em 5. É lá que ele pulsa e pensa, de modo impreciso e acéfalo que só cabe às periferias ser reduto dos feitos da ineficácia da burocracia. E isso reverbera para todas as regiões. As periferias estão cheias de velharias sucateadas sustentadas pelo assistencialismo vazio do governo. Sim o assistencialismo é positivo, mas desde que seja respaldado para um projeto paralelo de desenvolvimento.

Continuamos no país em desenvolvimento, dentro dos preceitos de uma modernidade tardia, onde é um lugar em potência de investimento, mas que se nega a repensar as suas estruturas políticas e econômicas. Quanto à democracia, vivemos ainda nela. Onde cabe o lema dito por Nelson Rodrigues de que toda unanimidade é burra. Ela nada mais é que uma decisão acordada por poucos, revestido de discursos ideológicos. Num país onde se encontra tanta diferença o que menos podemos pensar é na igualdade. Estamos entre a ditadura especulativa do capital e a democracia, segundo Saramago, “condicionada, amputada e seqüestrada”.

7 comentários:

  1. oi
    como falou dos recentes protestos na regiao do norte da africa e que vao se estender na regiao da arabia saudita , gostaria de dizer que os proprios eua querem tirar seu proprio fantoche e colocar outro fantoche no lugar ,acontece que os eua sao mestres nisso em colocar governos fantoche ,fingir que estao colocando a democracia e liberdade libertando o mundo das tiranias , murabak axo que amanha sai do poder , mas murabak foi posto pelos eua no poder , agora os eua vao colocar outro fantoche no governo e assim da uma de democracia .
    bom mas isso vai estender a outros paises vamo ver os eua segura jordania , omã e arabia saudita ( ai complica pros eua )
    lembrando que saddan foi apoiado pelos eua , e os enviaram armas para os 2 lados do conflito na guerra irã e do iraque conhecido como ´´escandalo dos contras ``. o resto nem precisa flar .
    ja me estendi de +
    quanto brasil enche o saco flar dele direto
    alan

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  2. é alan,

    confesso q é mais agradável falar sobre o que acontece na comunidade internacional, pois do brasil nós estamos cansados de saber o q se passa por aqui. afinal, o noticiario sempre se repete.
    A democracia está cada vez mais próxima de um conceito q desconhecemos,aquela q de fato foi empregada originalmente. Como vc mesmo bem aborda, ela só serve para preencher idiologismos interesseiros pois a verocidade do capital anda no sentido contrário. Ao longo do tempo o que se mostra é um constante espetaculo que se renova nas barbas do poder. Eua, principalmente, usa e mobiliza as suas peças para melhor atingir seus interesses sob o doce lema das melhores intençoes de democratizar o mundo. O mundo esta aí, cheio de escolhas para q possamos ser livre. Uma liberdade que nos é dado, sob o porrete espesso da ditadura circusntancial.
    bjo

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  3. Mai

    O que posso dizer? De fuder!!!!!! De forma irônica e gentil e ao mesmo tempo ácida, você foi conseguindo decascar as falsas verdades que querem nos alimentar dia a dia. Democracia? Qual o sentido democrático de nossa democracia? Liberdade? Até em que limite podemos dizer que somos livres? Igualdade? Até que momento eu posso dizer que não somos segregadores? Transparência? Até quando nós continuaremos perdendo nossa misera grana investida em impostas para vermos nosso suor em cuecas de vagabundos que sequer tem a minima noção da importância do bem público? O diferente é o discurso,mas o discurso sai da mesma boca fedorenta digna de ser passada por uma escova e uma pasta de dente decente, pois tudo continua no mesmo bafo horrivel. É o mesmo poder travestido de outra forma. É mesma porta que se abre com a mesma chave com chaveiros diferentes para engabelar nossos olhos. Esse olhar seu que considero torto ao rever esse panorama politico é fundamental para enriquecermos nossas concepções e entortamos nossas opiniões não ficando apenas a enxergar comodamente um angulo que o sistema adora querer fazer a gente enxergar.

    bjs

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  4. oi vina,

    um sistema que quer nos fazer enxergar aquilo que foi pre- fabricados nos seus enlatados e decadentes discursos. O que de fato deveríamos enxergar, continua na luz do obscuro. Estamos na era da informação que não nos informa coisa alguma, apenas fatos recortados e estereotipos aumentados. O que se tem, muitas vezes é manchete. A crise está aí, os números tb. Mas não sabemos como e quanto, pois esse tipo de informação só cabe aos especialistas, ou melhor, especuladores. O cenário mundial e nacional, antes de retratar com realismo os seus acontecimentos, ele é maquiado e arquitetado para estabelecer um panorama viavel para aacreditarmos naquilo que se é pensado. Aí é que está a ditadura, a democracia está a penas no momento em que ainda podemos escolher se acreditamos ou nao naquilo que nos fois passado.

    bjo

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  5. Temos a liberdade de dizer, pensar e escolher o que bem entendamos, sem que infrinjamos a lei. Enquanto o lado de lá, pode tudo isso e mais um pouco. Inclusive alterar e burlar a constituição a seu favor. A política democrática favorece um povo sedento de uma liberdade imbecil, mas não favorece os que desejam se libertar do que realmente importa: da pobreza e da ignorância.

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  6. Minha cara Maíra,
    Estes questionamentos levantados por sua pessoa nos leva a reflexões muitas: A força da ideologia como forma de dominação, o papel do estado, o que é democracia, etc. Eu me sinto um ateu no que diz respeito a liberdade do homem. Sou um desiludido com o Brasil. Aqui temos muito mais coisas para resolver do que uma geração possa desvelar pela razão. O Brasil sempre dá um jeitinho para continuar maltrando seu povo. Parece que o governo é inimigo do povo. Ou o povo masoquista.

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  7. é bem por aí roosevelt. o jeitinho brasileiro demonstra a falta de criticidade do povo, como todo. antes de utilizar o seu jeitinho para burla a lei, essa caracteristica reflete apatia, pois "não precisamos reivindicar coisa alguma, tudo tem um jeito."
    Quanto ao desencantamento com o brasil, eu me estendo a sociedade como todo. Vejo q quando se trata de lhe dar com uma coleção de individuos, parece q a ideologia é um denominador principal. Cada um e cada um. Mas um povo precisa ser as vezes pensado num coletivo para melhor viabilizar o poder, oprimindo a liberdade d cada um. é desencatemos, pelo menos com a liberdade plena. E por algumas vezes, a de direito.

    um abraço!

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