quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O crepúsculo da certeza

Não sei, penso que sei

Imagino o que não sei

Porque sei o que não sei

O que poderia imaginar?

Não meto a bomba em Deus,

Nem sei quem ele é, nunca o vi

Porém no homem sim, ele é concreto

Apesar de que estaria me explodindo também

Os metódicos pensam estar mais próximos da certeza

Fariam um laudo de neurose e debilidade mental a mim

Diriam: Vamos ao barco da ciência!

Ela nos salvará da ilusão das incertezas

Poderia estar mais longe dela que outro

Faço parte da incerteza!

Antes disso, responda-me o que é realmente certo?!

TODOS possuem papéis somatórios

O pensador se afoga e emerge a todo instante

Todo mundo se afoga, emerge e transmite o nado ao futuro

Morreremos! E a ilha da certeza?

Um, diz que está distante! Será que ela existe?

Perguntarei a quem veja! Pode ser que alguém a encontre

Aquela especificamente que não sabemos qual é

Para que serve, se define e cabe-se a todos nós?

Entortarei aquele que afirmar ser o único capaz de achá-la

4 comentários:

  1. a única certeza é q não tenho certeza alguma.

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  2. Miguel,
    Vc butou para arrasar cara. Adorei o texto! Valeu.

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  3. Miguel

    O grande mal que o paradigma nos deixou foi justamente a ortodoxia que passamos a fazer da ciência e da "verdade". Essa condição lógica, calculada e previsivel que nós achamos que podemos ter, não passa de uma mera fantasia ingenua para muitos e um cinismo perverso para outros. O grande mal disso tudo é a dificuldade que nossa cultura tem de aceitar o imprevisível, o contingencial, o desviante, o fora do foco. Guardamos essa obsessão pela ordem e pelos compartimentos e nos encontramos perdidos diante desse contexto marcado por sua vulnerabilidade e mobilidade ideológica. Acreditamos ainda na fé cega de atingirmos um dia esse Ideal no qual depositamos tanta crença! O torto tende a ser um espaço desentendido para alguns e criticado por outros justamente por ele trazer esse olhar deslizante, cambaliante que a cultura, principalmente a ocidental, ainda não se encontra preparada para aceitar. Ainda se insiste em acreditar que um dia a certeza, a subjetividade será poldada, arquitetada, prevista, esculpida em uma forma e acredito que seja por isso mesmo que o torto tende a ser visto ainda de certa forma com tamanha repulsa por tantas pessoas por pormos em xeque a própria garantia absoluta da dita certeza, afinal, utilizando-me de suas palavras, tentamos vez ou outra dizer: "entortarei aquele que afirmar ser o único capaz de achá-la" hehehe

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  4. Sim Caro Vina,


    É o que muitos cairam e ainda caem muitas vezes acreditar na superioridade de esfera do conhecimento ao qual pertence, cientistas, filósofos, religiosos e artista. Nenhum deles trazem respostas satisfatórias a todos, apesar de terem seus funções importantes em cada linguagem. É tbm uma tendencia do homem sentir-se dominador sobre a natureza a os outros homems através das respostas rápidas, do convencer, conseguirem explicar o mundo de modo satisfatório. Mas ainda é aquela velha idéia da superação do novo e do momento e das limitações das explicações.

    O erro de muitos e até as vezes nós mesmos cometermos choques epistemológicos e recusar que outro não vive necessariamente na ilusão, alias, quem garante que a ciencia trará conforto a todos, não só a ciencia mais quaquer outra esfera, então, dentro das limitações de cada.
    "TODOS possuem papéis somatórios" ao próprio signo. nada é total.

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