Um dia joguei uma pedra em uma lagoa, olhei fixamente para as leves ondulações que o impacto da pedra gerava na água. Levemente as ondulações no seu fluxo e refluxo oriundas das sucessivas pedras que jogava, iam formando o cenário da minha infância, minhas primeiras epifanías.
Se eram cândidas ou não, o meu peito já ensejava elucubrações não muito naturais a uma criança de pouca idade. A lagoa formava meu mar. Era na amplidão que minuciosamente aquele ambiente formava uma amalgama. Uma lagoa e efêmeras pedras, como as pedras de todo o mundo, arquitetadas ou não, em grandes monumentos ou em cachimbos mortais. Eram pedras, que estavam no caminho porque assim o caminho se fez. Pedras de varias gerações, no caminho haviam pedras, sem muitas perguntas.
Era o momento de um jovem rapaz, 10 anos de idade. Caminhar nos fins de tarde para ir à mata que se encontrava atrás do seu bairro. Seu primeiro contato com a poesia, seu primeiro conflito entre o que é e o que se construiu. Lá dentro desse lugar, havia um chão batido, pequenas árvores espinhosas, semi-árido. E nas poucas manifestações de água reunida em algum lugar, eu estava lá parado. Certa vez olhava o contraste entre o riacho mais a frente e a lagoazinha que eu estava. Como a vegetação era distinta! O verde pujante do riacho cercado pelos limites da propriedade de um fazendeiro local.
Verdade! As pedras não falam, mas se elas forem eu? Que agora falo a elas, Deus meu! O que sou? Uma solução aquosa de pedras falantes? E as perguntas do menino iam se calando gradativamente, no cair do dia, no cantar dos pássaros. O tom alaranjado do fim de tarde o confortava, e a simples certeza de voltar pra casa, ter cuscuz e café na mesa, já suplantava o frenesi de suas perguntas. De noite, imaginações nunca respondidas pela ciência. Eram a cama do menino se movendo, um transe e conversas amedrontadoras com a sua própria “imaginação”. Os personagens que habitavam a cabeça do menino variavam como as pedras no caminho. Coisas sem respostas.
Se eram cândidas ou não, o meu peito já ensejava elucubrações não muito naturais a uma criança de pouca idade. A lagoa formava meu mar. Era na amplidão que minuciosamente aquele ambiente formava uma amalgama. Uma lagoa e efêmeras pedras, como as pedras de todo o mundo, arquitetadas ou não, em grandes monumentos ou em cachimbos mortais. Eram pedras, que estavam no caminho porque assim o caminho se fez. Pedras de varias gerações, no caminho haviam pedras, sem muitas perguntas.
Era o momento de um jovem rapaz, 10 anos de idade. Caminhar nos fins de tarde para ir à mata que se encontrava atrás do seu bairro. Seu primeiro contato com a poesia, seu primeiro conflito entre o que é e o que se construiu. Lá dentro desse lugar, havia um chão batido, pequenas árvores espinhosas, semi-árido. E nas poucas manifestações de água reunida em algum lugar, eu estava lá parado. Certa vez olhava o contraste entre o riacho mais a frente e a lagoazinha que eu estava. Como a vegetação era distinta! O verde pujante do riacho cercado pelos limites da propriedade de um fazendeiro local.
Verdade! As pedras não falam, mas se elas forem eu? Que agora falo a elas, Deus meu! O que sou? Uma solução aquosa de pedras falantes? E as perguntas do menino iam se calando gradativamente, no cair do dia, no cantar dos pássaros. O tom alaranjado do fim de tarde o confortava, e a simples certeza de voltar pra casa, ter cuscuz e café na mesa, já suplantava o frenesi de suas perguntas. De noite, imaginações nunca respondidas pela ciência. Eram a cama do menino se movendo, um transe e conversas amedrontadoras com a sua própria “imaginação”. Os personagens que habitavam a cabeça do menino variavam como as pedras no caminho. Coisas sem respostas.
Tive a sensação daquele vazio pleno do jogar pedras na água; aquela hipnose reconfortante e, ao mesmo tempo, desconcertante.
ResponderExcluirSuas histórias são bem nostálgicas e idílicas.
ResponderExcluirObrigado pessoas. Hipnoticas, nostálgicas as pedras e as águas possuem essa natureza, coisas caladas que tudo falam. Um forte abraço.
ResponderExcluirGenial Reuel! vc tem uma incrível capacidade de descrever um ambiente entrelaçando o seu estado de espírito. A sua descrição nunca é objetiva, um olhar "apurado" de tal coisa ou lugar. Sempre remente as suas sensações ou melhor sempre cria um impacto para quem está lendo.
ResponderExcluirSeu texto me relembrou qndo eu tinha cinco anos e jogava as pedrinhas na lagoa para assustar todos os patinhos que nadavam nela.
beijao!
Meu caro reuel,
ResponderExcluirSeu texto é lindo.