quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Saco Cheio

Estou de saco cheio do academicismo
De saco cheio da pós-modernidade
De saco cheio da musica
De saco cheio do capital

De saco cheio do vácuo
De saco cheio da beleza
De saco cheio da dopagem cotidiana
De saco cheio do imoral e da moral

De saco cheio da filosofia
De saco cheio do celular e da comunicação
De saco cheio do eu e do mundo
De saco cheio da escatologia e do Platão

De saco cheio da maldade e da bondade ainda mais
De saco cheio da compaixão
De saco cheio do cimento e do excremento
De saco cheio da ciência, artes e religião
De saco cheio!

http://serousoulivre.blogspot.com

6 comentários:

  1. F.W.N. - Aurora - 465 - Encontro

    "*A-Para onde olhas? Há já muito tempo que te vejo imóvel.

    *B- É sempre a mesma coisa, sempre nova para mim! O interesse que uma coisa suscita me leva a persegui-la tão longe que acabo por chegar ao fundo e perceber que ela não valia todo o trabalho que me dou. No fim de todas essas experiencias, resta uma espécie de tristeza e de estupor. Isto me acontece três vezes por dia com relação à menor das coisas."

    ResponderExcluir
  2. Estou de saco cheio de estar de saco cheio...

    ResponderExcluir
  3. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  4. Gilmar,

    Apesar dessa dopagem e cansaço do cotidiano, das imprevisibilidades e ausencia de respostas fixas, o que me torna diferente do personagem do aforismo é que não estou parado, assim me concebo. Nesse sentimento, vc tocou numa questão interessante em outras conversas: "Porque mesmo assim, continuamos fazendo nossos projetos?

    Faz parte do nosso pensamento o "se entortar", traçando uma ponte com a ideia do "Há casos e acasos". Nos jogamos nos "casos" dos nossos sonhos, projetos, idéias e ampliamos os diversos conceitos de mundo para escolher possibilidades, fazemos e somos abruptamente intenrrompidos pelas imprevisibilidades e a mudança da visão sobre as coisas ("Os Acasos").

    "O saco Cheio" expressado de forma "doentia", seria um basta na overdose sobre o ser "normal", um grito para essa dialética que o massacra e passa aceitar essas inconstancias das ações, conceitos e respostos no/do mundo.
    Abraços

    ResponderExcluir
  5. a academia e um saco
    Alan

    ResponderExcluir
  6. Miguel,

    Apesar de ser um adepto ao exercicio de me entortar, existem alguns momentos que esse exercicio me cansa profundamente, pois quando vc reconhece q inevitavelmente a vida nos cerca dos sentimentos aparentemente mais opostos como o bem e o mal, o certo e o errado, a conclusão de tudo é um cansaço profundo, afinal, chegamos a perceber que qualquer lado q venhamos a optar, no final das contas nos traz como resultados o ganho e a perda. Em outras palavras, nem ganhamos nem perdemos completamente. Temos um pouco dos dois independente da opção que venhamos a tomar. Esse tipo de descoberta provoca um desencanto muito grande pois sabemos que no frigir dos ovos, não existe o unicamente mal, nem o unicamente bom. Ai cabe a nós entortarmos e decidirmos se cabe a nós pensarmos o lado positivo de enxergarmos os dois lados, pois enxergando-os evitamos desilusoes maiores; ou decidirmos a ver o lado negativo que é o lado que nos mostra que no final das contas não existem seres esplendidos, e até aqueles a quem amamos nao pode ser considerado como a plenitude das virtudes. Diante dessa falta de referências precisas, confesso: por muitos momentos só os resta ficar de saco cheio hehehe

    ResponderExcluir