sábado, 11 de setembro de 2010

O VENTO

Sentada naquele tronco estático deixou o olhar se perder em meio ao tempo que naquele momento se traduzia em mar e céu. Seus pés sentiam a areia confortar-se entre os dedos e o vento soprava uma canção particular em seus cabelos. Todo labirinto, por mais que apresente falsas saídas diário que se coloca por um instante perdia o seu sentido e se traduzia numa anti-rotina, tão contrária que fazia a garota experimentar sensações e pensamentos guardados a muito em seu interior.

8 comentários:

  1. Alysson,

    A cada instante retornamos ao velho e desconhecido mesmo lugar. Apesar de boa parte do que se encontra em nossa volta ser rotineiro, cada coisa soa de forma diferente do que soou anteriormente. Na verdade, somos lapsos, e assim como o vento, vamos passando, circulando por uma infinidade de ambientes e muitas vezes detruindo tudo o que nós mesmos conquistamos.

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  2. Gostei dessa, o Torto explicado por meio da metáfora do vento. A idéia é essa, meu caro Vina, o vento como sopro,o vento como furacão, o vento como sorateiro sabotador das estruturas mais sólidas. Essa alegoria traz o ritmo e as possibilidades das quais entramos em contato nessa complexa teia da realidade. Pensar que a vida caminhará num só sentido, único, fechado,sem possibilidades, provavelmente terá uma surpresa desagradável.

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  3. Como diz Heráclito: "Ninguém se banha no mesmo rio duas vezes, porque nem o rio é mais o mesmo e nem a pessoa será mais a mesma". Ou seja, cada instante de nossa vida, por mais que se assemelhe a tantos outros, é sempre muito preenchido de particularidades que tornam essa experiência ímpar.
    Por mais que o cenário seja comum e rotineiro - a garota sentada no tronco contemplando o céu e o mar, sentindo o sopro do vento em seus cabelos, enquando reflete sobre pensamentos há muito guardados -, ele traz especificidades que o retira do lugar comum, sobretudo ao se analisar os "pensamentos há muito guardados" como uma nova ótica ou contexto pelo qual se observa. Pois podemos estar repetindo uma ação, num pensamento totalmente antigo com uma linha da raciocínio e interpretação totalmente nova, sob um novo prisma que apenas a contextualização daquele momento, tão plural e tão singular, pode ilustrar. Eis a sutileza dessa alegoria: partir de um cenário comum para uma reflexão sobre um mundo de possibilidades que esse lugar comum, e paradoxalmente singular, pode representar.
    Abraço

    http://www.edsoncosta.blog.br

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  4. olá alysson!

    o que mais gostei no seu texto foi a sutileza que você descreveu sobre as sensações que podem ser descobertas por um mero acaso. Por mais simples que sejam, por um instante elas se tornam experiências inusitadas encontradas talvez no dia- a -dia.

    bjs!

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  5. Associar o cotidiano corrido ou mesmo trivial do qual estamos presos. Abrem brechas para lampejos ou tempestades de reflexões. Os elementos naturais ou mesmo situacionais acabam que por comporem um cenário metafórico construído pela condição de nós seres humanos sermos simbólicos.

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  6. Olá Maíra, embora toda a religião ou segmentos místicos busquem criar uma interpretação encantadora do mundo, anunciando sinais de nascimento de uma nova era ou mesmo de maneiras de comportar-se e/ou proceder na relação de alteridade.

    Esses espaços são construídos e reproduzidos por todos nós de diversas formas, sejam elas por meio de posturas religiosas, ideológicas, éticas ou simbólicas.

    bjo

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