quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Troféu de bosta!

É impactante como nos deparamos com certas situações difíceis e como nosso inconsciente nos envia uma reação de bengalas a certos desafios que procuramos apoio externo e nos deparamos com nós mesmos. Acabamos às vezes, esquecendo do principal personagem e que garante realmente o sustento do desafio, que ganha, perde, ou os dois ao mesmo tempo naquilo que interessa. Assim estabeleço uma relação da covardia x coragem e uma perspectiva para a vitória e a dor no caso desse personagem do texto.

Em uma situação que o indivíduo “Voltairiano” prepara-se com equipamentos supérfluos e um batalhão, mas na hora exata, cadê o batalhão? Cadê o funcionamento das armas? E começa uma luta com ele mesmo para achar a resposta. O que sobra é o corpo nu ao inimigo, com quem menos contava foi o que restou sem preparo, o corpo foi mutilado e arrasado com a derrota. Então ele se entrega ao desespero e joga a culpa da sua derrota nas suas armas e companheiros, cada dia o atormenta com a derrota após derrota, tentando inovar nos equipamentos, implora aos companheiros e táticas novas para vencer a sua luta. A derrota o aflige a cada instante, o desespero está tomando conta da alma e do corpo agora sem saída.

No ultimo pulsar dos neurônios e do coração, lembra-se quem era o culpado verdadeiro da derrota, o próprio indivíduo, arranca sua roupa, amassa suas armas, e se joga na noite mais fria e mais solitária de sua alma. O perigo e a dificuldade são extremamente maiores, cada fatia do seu corpo que corta, cada queimadura, cada pedaçinho arrancado, torturam até o ultimo elétron da “energia vital”, cada gota de sangue derramado parece que arrancaram séculos de sua vida. Então, ele olha para o seu corpo esfarrapado no chão, quase em putrefação e em frente seu inimigo morto, caído, após 2 meses de batalha e desespero. Levanta sua carcaça que aos poucos se regenera, cada gota de sangue re-bombeado, pele cicatrizada.

O que era podridão se levanta vitorioso mesmo com os pedaços arrancados, por mais que o significado da luta seja inútil ou grandioso, ele olha para o seu ego e responde: “Finalmente, precisei do principal para o que é meu, a anestesia causou a minha derrota. O sofrimento e a dor persistentes agora não existem mais, meu orgulho egoísta e vitorioso agora se questiona e conclui. Mesmo esse troféu sendo de matéria fecal, é meu, a doença é minha, a luta é minha, a derrota é minha, o troco do soco é meu, e o troféu de bosta... Está no meu armário exposto ao mofo."

3 comentários:

  1. Miguel,

    O que pude compreender neste texto foi algo que ja debatemos nesta semana a respeito do meu texto que publiquei segunda-feira aqui no torto, ou seja, o lance de colocarmos um escudo para evitarmos confrontar com nosso próprio inimigo de nós mesmos. É muito facil não fazer porra nenhuma e se preparar para jogar pedras em quem assume a frente das coisas, sem sequer reconhecer que um erro pode ser atribuido para mais de uma pessoa.
    Quando agimos dessa forma covarde, a gente se nega a encarar qualquer coisa e quando perdemos a batalha, só nos resta aquele corpo alheio a nós, pois o resultado do seu fim não foi nosso, afinal, passamos a responsabilidade da batalha apenas para o outro.
    Porem, quando admitimos que somos também responsáveis pelos resultados das coisas, ate a derrota se torna valiosa, pois reconhecemos em nossa perda, a nossa vitoria por termos sido justos com nós mesmos. No final das contas, somos os Reis Bostas, isto é, Majestades de nós mesmos cercados por grandiosos e valiosos palácios, mas sobreviventes de uma solidão cruel e de uma própria indefinição existencial que temos que carregar em nossas costas. Estupidamente gigantes em nossa pequeneza. Mas quando a derrota é nossa, essa derrota é nossa vitória, mesmo admitindo como voce bem diz em seu texto, que no final das contas, nossa alegria não passa de algo momentaneo.

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  2. Miguel,

    O que pude compreender neste texto foi algo que ja debatemos nesta semana a respeito do meu texto que publiquei segunda-feira aqui no torto, ou seja, o lance de colocarmos um escudo para evitarmos confrontar com nosso próprio inimigo de nós mesmos. É muito facil não fazer porra nenhuma e se preparar para jogar pedras em quem assume a frente das coisas, sem sequer reconhecer que um erro pode ser atribuido para mais de uma pessoa.
    Quando agimos dessa forma covarde, a gente se nega a encarar qualquer coisa e quando perdemos a batalha, só nos resta aquele corpo alheio a nós, pois o resultado do seu fim não foi nosso, afinal, passamos a responsabilidade da batalha apenas para o outro.
    Porem, quando admitimos que somos também responsáveis pelos resultados das coisas, ate a derrota se torna valiosa, pois reconhecemos em nossa perda, a nossa vitoria por termos sido justos com nós mesmos. No final das contas, somos os Reis Bostas, isto é, Majestades de nós mesmos cercados por grandiosos e valiosos palácios, mas sobreviventes de uma solidão cruel e de uma própria indefinição existencial que temos que carregar em nossas costas. Estupidamente gigantes em nossa pequeneza. Mas quando a derrota é nossa, essa derrota é nossa vitória, mesmo admitindo como voce bem diz em seu texto, que no final das contas, nossa alegria não passa de algo momentaneo.

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  3. Miguel,

    O que pude compreender neste texto foi algo que ja debatemos nesta semana a respeito do meu texto que publiquei segunda-feira aqui no torto, ou seja, o lance de colocarmos um escudo para evitarmos confrontar com nosso próprio inimigo de nós mesmos. É muito facil não fazer porra nenhuma e se preparar para jogar pedras em quem assume a frente das coisas, sem sequer reconhecer que um erro pode ser atribuido para mais de uma pessoa.
    Quando agimos dessa forma covarde, a gente se nega a encarar qualquer coisa e quando perdemos a batalha, só nos resta aquele corpo alheio a nós, pois o resultado do seu fim não foi nosso, afinal, passamos a responsabilidade da batalha apenas para o outro.
    Porem, quando admitimos que somos também responsáveis pelos resultados das coisas, ate a derrota se torna valiosa, pois reconhecemos em nossa perda, a nossa vitoria por termos sido justos com nós mesmos. No final das contas, somos os Reis Bostas, isto é, Majestades de nós mesmos cercados por grandiosos e valiosos palácios, mas sobreviventes de uma solidão cruel e de uma própria indefinição existencial que temos que carregar em nossas costas. Estupidamente gigantes em nossa pequeneza. Mas quando a derrota é nossa, essa derrota é nossa vitória, mesmo admitindo como voce bem diz em seu texto, que no final das contas, nossa alegria não passa de algo momentaneo.

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