No começo da era moderna surge o método experimental da ciência mais pragmático e ligado à questões utilitárias. Bancon, por exemplo, advertiu que o conhecimento é um poder, um meio para fins eminetemente antroprocêntricos. Surgeriu inclusive o abandono da filosofia contemplativa voltada à comprovação das estruturas e início do mundo de viés eminentemente teológica. Para o criador do método experimental a ciência deveria se voltar aos problemas mundanos.
Nesse tempo surge um cientista que aplicando as leis matemáticas aos fenômenos físicos apresenta leis indubitáveis. As famosas leis de Newton mudaram o panorama cientifico e até hoje surpreendem pela sua correspondência na experiência, apesar das contestações da física relativista de Einstein. Com as descobertas científicas surgem disputas no campo filosófico.
Antes da ciência utilitária, as teorias explicavam as causas de forma transcendente aos sujeitos. Os indivíduos abarcavam as idéias de causa com base na evidência do raciocínio ou com base na intuição reveladora de Deus, sem utilização de qualquer espécie de experimento tal qual o homem ocidental se acostumou no transcurso de sua história.
Isso quer dizer que o mecanismo de explicação do mundo se dava através da demonstração de raciocínios, através da lógica e do uso do método da não-contradição. A relação causal existe desde sempre e no pensamento é aplicada de forma objetiva, ela está disposta a priori. Nesse método, todas as leis de explicação do universo são acolhidas de forma dedutiva e a necessidade é a comprovação de veracidade.
O sistema dedutivo é um sistema de referência bem esquematizado e que não admite contradições. Nas situações em que apresenta disparidade com os fatos concretos, os adeptos desse sistema sempre apostam nas dificuldades dos sujeitos em desvendar as estruturas infalíveis do sistema de explicação do todo.
A dedução, portanto, forma um sistema que afasta toda espécie de dificuldade em favor dos aspectos de evidência do raciocínio. Antes se é debatido os princípios criados pelo raciocínio e depois comprovado, através do recurso a experiência, os vetores que deram sustentação a todo edifício lógico, com afastamento de todo tipo de dificuldade.
Sua finalidade é mostrar uma estrutura de referência objetiva sempre vigente, apesar de todo aspecto multifacetado de acontecimentos do universo. As leis causais de Aristóteles encontram respaldo nesse tipo de dedução, embora Aristóteles tenha em mente uma espécie de sistema imanente, quando explica o mundo físico, entre o universal e os particulares. Mesmo assim a teoria do ato e potência tem a necessidade de se apoiar em um princípio transcendente, o mais geral possível, para que não incorra em contradições.
Nesse tempo surge um cientista que aplicando as leis matemáticas aos fenômenos físicos apresenta leis indubitáveis. As famosas leis de Newton mudaram o panorama cientifico e até hoje surpreendem pela sua correspondência na experiência, apesar das contestações da física relativista de Einstein. Com as descobertas científicas surgem disputas no campo filosófico.
Antes da ciência utilitária, as teorias explicavam as causas de forma transcendente aos sujeitos. Os indivíduos abarcavam as idéias de causa com base na evidência do raciocínio ou com base na intuição reveladora de Deus, sem utilização de qualquer espécie de experimento tal qual o homem ocidental se acostumou no transcurso de sua história.
Isso quer dizer que o mecanismo de explicação do mundo se dava através da demonstração de raciocínios, através da lógica e do uso do método da não-contradição. A relação causal existe desde sempre e no pensamento é aplicada de forma objetiva, ela está disposta a priori. Nesse método, todas as leis de explicação do universo são acolhidas de forma dedutiva e a necessidade é a comprovação de veracidade.
O sistema dedutivo é um sistema de referência bem esquematizado e que não admite contradições. Nas situações em que apresenta disparidade com os fatos concretos, os adeptos desse sistema sempre apostam nas dificuldades dos sujeitos em desvendar as estruturas infalíveis do sistema de explicação do todo.
Sua finalidade é mostrar uma estrutura de referência objetiva sempre vigente, apesar de todo aspecto multifacetado de acontecimentos do universo. As leis causais de Aristóteles encontram respaldo nesse tipo de dedução, embora Aristóteles tenha em mente uma espécie de sistema imanente, quando explica o mundo físico, entre o universal e os particulares. Mesmo assim a teoria do ato e potência tem a necessidade de se apoiar em um princípio transcendente, o mais geral possível, para que não incorra em contradições.
No século de surgimento das leis de Newton, a preocupação era saber como os sujeitos ingressam e tem acesso a esse sistema, e como seres mortais podem descrever todas as leis infalíveis do universo. Descartes, grande filósofo, foi um dos primeiros a trazer essa preocupação. Como a mente do homem pode, através da representação da idéia, dizer que seu raciocínio tem correspondência com o real e representa a existência das coisas, se os acontecimentos estão fora dele e se dão posteriormente ao ato de pensar?
O sistema dedutivo deduz a existência das coisas através do sistema. O real é o que é representado no raciocínio e está disposto na veracidade e inefabilidade dele. No caso dos dedutivistas, se o sistema sempre existiu, as idéias devem está sempre na mente, são inatas. Platão, antes de Descartes inclusive, já trazia essas idéias gnosiológicas. A tese da rememoração, de contato com o mundo das idéias, apresenta algo aproximado a teoria de Descartes.
Para o Francês, o contato com as idéias e a materialidade dos fatos, é tornada evidente para os homens, em virtude da revelação de Deus. Se existem idéias verídicas, diz ele, Deus é que possivelmente, na sua infalível sabedoria, as colocou na mente do homem, por isso o homem não pode se enganar na existência das representações que faz, quando elas não são contraditórias e são auto-referentes, mesmo sem respaldo na sensibilidade, são reais. Isso quer dizer que a idéia sobre fatos, ou leis da ciência, estão dispostas a priori na mente humana.O sistema dedutivo deduz a existência das coisas através do sistema. O real é o que é representado no raciocínio e está disposto na veracidade e inefabilidade dele. No caso dos dedutivistas, se o sistema sempre existiu, as idéias devem está sempre na mente, são inatas. Platão, antes de Descartes inclusive, já trazia essas idéias gnosiológicas. A tese da rememoração, de contato com o mundo das idéias, apresenta algo aproximado a teoria de Descartes.
O problema do método dedutivo, entretanto, é que nem sempre as coisas correspondem ao sistema de raciocínios. Eventos particulares nem sempre se concretizam com base nas relações descritas na rede causal. Se tomada com base na particularidade, a forma, uma espécie de relação entre dois seres singulares, não é verídica, transborda toda espécie de identidade formada com base no raciocínio, na definição de uma coisa.
E justamente aquilo que é particular numa coisa é o que é mais resplandecente na rede sensitiva dos homens. Desse modo, a corrente empírica surge com um tom cético para negar toda a rede causal comprovada pelos dedutivistas. Com os empíricos há uma inversão no raciocínio. Em vez de moldarem as coisas no sistema, nos empíricos, as idéias somente possuem existência se comprovadas e surgidas com base nos fatos. Isso de per si é um duro golpe nas pretensões dos racionalistas dedutivistas.
Muitas das idéias e relações dos dedutivas seriam desmistificadas já que não são condizentes com uma sensibilidade. O aparelho sensitivo, pelo contrário, não traz uma identidade sistemática, ele fornece inumeráveis diferenças. A partir disso tudo, surgirá uma discussão formidável, com base na afamada tese de Newton, tidascomo revelação divina, de como o homem teve acesso a essas leis e se elas realmente seriam infalíveis do ponto de vista objetivo.E justamente aquilo que é particular numa coisa é o que é mais resplandecente na rede sensitiva dos homens. Desse modo, a corrente empírica surge com um tom cético para negar toda a rede causal comprovada pelos dedutivistas. Com os empíricos há uma inversão no raciocínio. Em vez de moldarem as coisas no sistema, nos empíricos, as idéias somente possuem existência se comprovadas e surgidas com base nos fatos. Isso de per si é um duro golpe nas pretensões dos racionalistas dedutivistas.
Os empíricos trouxeram grandes dúvidas sobre a existência das leis de Newton, da correspondência necessária entre as representações que ele fez e o real. Hume foi um dos que contestaram todo o arcabouço das Leis Newtonianas. A epistemologia e gnosiologia do Escocês trouxe a luz, da mesma maneira que Newton no campo cientifico, uma reviravolta nas concepções de mundo filosóficas.
Em resumo, Hume desmistifica duas questões importantes da ciência Newtonia: aprioridade, universalidade das leis de Newton e a objetividade e existência real do conceito de causa e efeito.
Hume parte de uma imagem bem interessante. Imagine a hipótese de um homem que nunca tenha visto uma bola de bilhar, como ele poderia de forma a priori sugerir a representação de que um choque entre duas bolas de bilhar traduz-se em transferência de energia mecânica e que uma bola de bilhar em movimento, quando se choca com uma parada, move-a. Como uma relação desse tipo poderia ter surgido na mente assim desse modo?
Hume responde, a mente possui um modo de relacionar fatos, uma subjetividade que pensa de forma causal. A formação e ligação de representações (idéias) de fatos simples e acontecimentos, como de qualidades sensíveis, se dá através da contigüidade (espaço e tempo), semelhança e causa e efeito. Hume dispara contra os dedutivistas: a mente não possui esses raciocínios de modo a priori, ela os ganha do curso da experiência, do registro imanente de seus sentidos.
Em resumo, Hume desmistifica duas questões importantes da ciência Newtonia: aprioridade, universalidade das leis de Newton e a objetividade e existência real do conceito de causa e efeito.
Hume parte de uma imagem bem interessante. Imagine a hipótese de um homem que nunca tenha visto uma bola de bilhar, como ele poderia de forma a priori sugerir a representação de que um choque entre duas bolas de bilhar traduz-se em transferência de energia mecânica e que uma bola de bilhar em movimento, quando se choca com uma parada, move-a. Como uma relação desse tipo poderia ter surgido na mente assim desse modo?
Hume responde, a mente possui um modo de relacionar fatos, uma subjetividade que pensa de forma causal. A formação e ligação de representações (idéias) de fatos simples e acontecimentos, como de qualidades sensíveis, se dá através da contigüidade (espaço e tempo), semelhança e causa e efeito. Hume dispara contra os dedutivistas: a mente não possui esses raciocínios de modo a priori, ela os ganha do curso da experiência, do registro imanente de seus sentidos.
Se esses raciocínios realmente fossem objetivos e registrassem um sistema infalível de mundo, o mundo seria causal, necessário, deveria está do mesmo modo em movimento e apresentar um sistema formal de mundo, sempre idêntico, qualidade que os dedutivistas sempre acorreram em provar através de seus grandes sistemas.
Hume nega qualquer espécie de eternidade dessas idéias. Tanto as idéias de causa e efeito quanto às de acaso são apresentadas ao homem através de seus sentidos. A regularidade de apresentação de sucessão de causas e efeitos dá ao homem uma crença maior no pensar causal. Ela fornece inclusive ao homem uma ilusão de poder sobre a natureza e ainda dá segurança para sobreviver entre as intempéries da vida. Mas ela não é objetiva.
Hume ataca o que há de mais caro em uma teoria: a transferência que se faz de um raciocínio sobre um acontecimento para outros semelhantes, de forma que se apresentado um acontecimento similar, a teoria apresentada tenha que se dá porque é necessária e verídica. Hume ataca a necessidade. O que existe na teoria é uma simples probabilidade surgida com o hábito e crença subjetiva do homem. O acaso é sempre constante, o erro também, as diferenças também, elas são apresentadas do mesmo modo através dos sentidos e sempre transbordam qualquer sistema.
Hume nega qualquer espécie de eternidade dessas idéias. Tanto as idéias de causa e efeito quanto às de acaso são apresentadas ao homem através de seus sentidos. A regularidade de apresentação de sucessão de causas e efeitos dá ao homem uma crença maior no pensar causal. Ela fornece inclusive ao homem uma ilusão de poder sobre a natureza e ainda dá segurança para sobreviver entre as intempéries da vida. Mas ela não é objetiva.
Desse modo, nenhum sistema poderá transferir para o futuro uma representação que foi comprovada no passado. Para hume é amplamente possível que o sol não nasça amanhã, nada, qualquer raciocínio de causa e efeito, tem a possibilidade de dizer que ele sempre nascerá. Os fatos sempre existem, as idéias pretendem ser pinturas de fatos, mas o que fazem sempre são pastiches, alguns próximos do habitual, outros menos.
As leis de Newton, para Hume, no máximo, fornecem uma crença maior que os outros sistemas, mas não tem qualquer possibilidade objetiva de explicar para sempre o curso do universo, porque isso é impossível com base na observação sensível. Não existe causa e efeito, é o hábito que leva os homens a acreditarem nessas coisas. A causação é somente uma expectativa subjetiva de que as coisas se dêem sempre da mesma maneira. A causa e efeito é uma criação da imaginação em contato com os fatos, é subjetiva. Continua ...
Anderson,
ResponderExcluirComo um cara que adora a dança torta, não aceito nem os meros sentidos, visto que também somos estruturas, assim como não aceito o metodo dedutivo, uma vez que também somos um vulcão de subjetividades e constantes resignificações, assim como também não aceito o empirismo por admitir que o fato em si não traz nada de concreto a ponto de conseguirmos justificar uma realidade por ele, pois somos singulares e fazemos nossas próprias representações a respeito do que para cada um pode se concretizar como fato.
Por outro lado, aceito o metodo dedutivo, por saber que mesmo que o sistema em si não se limite enquanto tal, não podemos negar que nossas concepções estejam dentro de toda uma ordem de funcionamento concatenado de sentidos convencionados e legitimados por uma sociedade; como também aceito o empirismo, pois não ha como negar que determinadas representações e conclusões podem ser retiradas a partir de uma certa regularidade verificada nos fatos, pois apesar dos fatos serem singulares a cada um, eles de certa forma representam uma certa objetividade uma vez que representam o que se é convencionado e imposto para a manutenção de uma ordem e para a possibilidade de entendimentos entre nós. Ah, também aceito a proposta de Hume porque mesmo admitindo o sistema e a objetividade dos fatos, eu sei que cada um desses elementos, apesar de serem incorporados de acordo com que a estrutura valida, inevitavelmente vão ser frutos do olhar de cada um, da produção de sentidos produzidas por cada individuo em particular.
Sim, mas e você? O que acha sobre tudo isso que você escreveu? Qual sua opinião pessoal?
abraços
Creio que o método dedutivo vem com uma postura de ordem. Parte daquilo que é pacífico e depois ordena tudo aquilo que foge ao fundamento. A teoria da identidade sempre foi bastante afeita, portanto, àquilo que penso ser uma ordenação, que ligada a estruturas de poder, procura subjugar tudo aquilo que é diferente ou foge do arcabauço concatenado em raciocínio. É o movimento de referência. A singularidade, nesse método, só é singular por fazer parte de uma estrutura concatenada e causal, mas que encontra o fundamento em um ordem superior, ou exterior, ela convive e só existe em virtude da universalidade. A singularidade para o método dedutivo é marcada pela individualidade, mas só é definida por aquilo que é essencial, seu revés, o conceito, um processo de identificação, o que sobra é o assessório, aquilo que traz a diferença entre os objetos.
ResponderExcluirO empirismo, até mesmo a sofística, vem num processo de negação ou fuga da ordem posta pela dedução. É um processo, digamos, de libertação, um processo nômande que foge do sedentarismo do dedutivo. O dedutivo trará a teoria da substância que nada mais é do que ordenar um objeto por qualidades ditas essenciais, sempre constantes. O empirismo, pelo contrário, por exemplo, negou as qualidades e inclusive fez questão de desqualificar a teoria da substância, não provinda dos sentidos. Ou seja, o empirismo marca um ceticismo e uma fuga da rede causal dos dedutivistas.
Creio que o "transcedente" e o "imanente" convivem num processo, onde a ordem e a liberdade, em dialiticidade, se recompoem em novos edifícios no decorrer dos processos sociais, algo bem colocado por você, quando sociologicamente, defende a importância de ambos os processos. Acrescento somente que eles vivem em confrontos, sempre renovados, um marcando um processo de ordenação e o outro, um processo de libertação, um possivelmente configurando a ratoeira e o outro, o rato sempre em fuga, bem ardiloso.
Daí a posição política do torto, penso, que seria sempre, pra mim, uma tentativa de recolocar nas estruturas postas, a tordidão que marca todos os processos sociais, apesar da retidão posta e sempre recomposta. O torto só ganharia politicamente quando saísse dessa postura de marcação teoria do movimento, algo sempre recorrente por aqui, e partisse ao ataque das ciências postas.
Anderson Eduardo
Por isso, Vina, faço questão de atacar a retidão do direito. Posso vislumbrar certa tortidão em meus textos. Quando faço uma resenha de Hume é na intenção de descontruir alguns conceitos do direito. Por exemplo, o fundamento filosófico da necessidade e da liberdade, do ser e do deve ser pode ser facilmente afastada com o empirismo Humeano. Kant, por exemplo, Vina, veio salvar a ordem abalada pelos cetiscistas. Ele trouxe um novo modelo de ordem até hoje impregnada nos conceitos jurídicos. Ela salvou a filosofia racoionalista dos abalos de Hume. Claro que todos essas questões possuem ligação com processos sociais. Mas essa é minha meta e trago nas entrelinhas sempre uma vontade de abalar o que há de mais retílineo na sociedade.
ResponderExcluirAnderson,
ResponderExcluirRealmente eu vejo em sua pessoa uma postura elástica mas sem a pobreza de realtivismos baratos que terminam caindo no absolutismo perverso. Você joga com uma diversidade de lados e a todo instante vai trazendo posturas que confrontam o carater burro e meramente normativo que infelizmente ainda insiste o nosso direito.
abraços
Considero nosso amigo Anderson um homem muito culto. Possui muita leitura, e deve ter feito muitas resenhas. Contudo retomo a pergunta de Vina, e você qual sua leitura de sua leitura, uma vez que toda leitura pressupõe uma interrelação de leituras anteriores? Ou será que o magistrado pensa pelos outros, e a cabeça amiudou?
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