quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Espaço e tempo

Ando pelas ruas e praças
tudo é muito novo, reconfigurado
Os olhares estranhos me observam
retribuo, pois, não os conheço
Poderia achar muitos amigos de bobeira
Agora, eles estão em outros lugares
fragmentados e distantes
O espaço do aqui que víamos com afeição,
Agora nos tornaram alienígenas.
Minha geração passou,
Outras crianças e jovens reconstroem uma nova época
Minha casa agora é uma Clínica
As Avenida com as arvores velhas da minha infancia não existem mais
A pedra moderna reconfigura novas imagens
Matando os velhos, talvez ainda novos
O novo não espera, assim espanca e arrebenta
O que antes memorava uma paisagem, um pensamento, uma felicidade.
O tempo muda o espaço,
Recria significados , fere muitas almas
O que nos prendiam, roubaram
Transito nesse véiculo de mudanças
Busco me readapatar, Lembro o que tinha,
Quero o novo, não posso ter
Não sou nenhum, ao mesmo tempo sou todos em transformação.

2 comentários:

  1. Miguel,

    Perfeito!!!! O velho e o novo caminhando de mãos dadas e constantemente se degladiando. Diante de nosso tempo, deparamo-nos com novos espaços e esses espaços nos provocam boas lembranças, mas tambem nos deixam marcas muitas vezes obscuras. Sei lá, de um instante para o outro, saem novas questões, novas saudades do que ainda nao vivemos. Somam-se duvidas, esquecimentos, culpas, amores, afetos. Ao nosso externo, encontra-se uma realidade que nos faz voltar a um tempo, mas a vontade de ficar no tempo, faz com que a gente sinta uma certa desavença com a nova configuração dessa realidade. Quanto tempo passou? Ontem? Quinze anos? No entanto, esses quinze anos foram mesmo em quinze anos? Não será mais longe do que podemos imaginar? Não será mais próximo? Ontem? Hoje? Amanhã? Perto? Longe? Novo? Velho? O que é o quê definidamente? Quem sou eu? O de ontem pensando no agora e projetando para o amanhã? Sou uma coisa de cada vez ou sou várias vezes de cada ou sou cada vez em várias outras? A minha rua é até onde? O meu desepero se encontra em qual fuso horário dos mapas de meus afetos? Onde? Onde? 2011 depois de 2010? Até quando? Virada de ano? E o tempo? E a saudade? E a alegria? Os projetos onde ficam, onde ficaram e onde ficarão? Sou a aceitação da mudança e a necessidade da conservação? Conservo e mudo? Mudo ou conservo? Os dois? Um pouco de cada? Nenhum dos dois? Onde estou? Onde estou? Respostas? Só me resta dizer feliz ano novo meu caro hehehe

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  2. Vina,


    "velho e o novo caminhando de mãos dadas e constantemente se degladiando"


    Todas essas questões referentes a cada um de nós nos coloca na parede de buscarmos o sentido de nós mesmos nesse mundo que sempre modifica é o massacre torto. Somos um pedaço microscópico desse arranjo em transformação. Essas são as longas questões a serem respondidas...

    Feliz ano novo para você também!! heheheh

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