quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Benedito Meu

BENEDITO MEU

Benedito!
Esse menino não sabe o que faz.
Benedito foi para a lapa.
Naquele lugar os meninos viram homens.
Os homens viram fantasmas.
E os fantasmas se cansam de andar pelo mundo.
Benedito!
Onde você está meu filho?
Benedito foi vender crack para o povo do asfalto.
A classe média degenera a pobreza.
Tenha certeza.
Toda riqueza será castigada.
Toda torpeza será punida.
É uma ferida prurida.
Comida estragada.
Gente muito boa, branca até demais.
Benedito!
Ele não me responde.
Quem sabe perdeu o bonde?
Foi?
Foi!
Benedito volte logo!
Cedo de manhã Benedito foi para o necrotério. Depois, no cemitério, foi rezar sua oração:
“Crack nosso de cada dia me dê meu pão”.
O Brasil esqueceu Benedito.
Ou melhor,
Benedito?
Quem era?...
A nobreza é hipócrita.
A nobreza tem suas razões.
Benedito também.

6 comentários:

  1. Show de bola meu amigo!!Realidade pura!!!

    ResponderExcluir
  2. Eu gostei muito, tanto da poesia quanto do poema.

    ResponderExcluir
  3. Roosevelt,

    Quem é qualquer um considerado um qualquer? Quem é alguem considerado nada mais que apenas menos um no mais? Quem somos nós diante da complexa tarefa politica e social para resolver nossa caotico estado de saude pública, se não apenas um dado abstrato, frio e diluido de um dado em meio a um misero esquema de estatistica? Quem estará por nós? Quem? Talvez Marcos? Bianca? Jorge? Edi Macedo? Elias Maluco? Talvez o Benedito? Quem?

    ResponderExcluir
  4. Para alguns é só por no camoborão, assim se resume a tarefa politíca

    Reuel Astronauta.

    ResponderExcluir
  5. benedito!
    bem dita a nobreza e a pobreza! bem dito benedito...tão escondido e presente nos recantos do mundo . Que incomoda e alegra quem q q seja!

    Muito bom meu caro! parabens! fantastico

    ResponderExcluir