quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Asfalto

Eu, que às vezes ando ao acaso nos clichês da contramão, descobri a pólvora do meu destinos nestas vias em que trafegam anseios, espamos e desilusão.

Os carros que se movimentam pela esquerda estão apressados, devem crer que o desejo é só um: a pressa. E nisto, colhem pedestres nem tão apressados, tirando-lhes a vida. E nisto, são responsáveis pelos maiores acidentes da história.

Os que vão pela direita fazem o percurso mais devagar, como querendo conservar o prazer gerado pelas raras árvores do caminho e, sobretudo, pelo conforto dos automóveis. Comem quieto. Não afetam. Enquanto o mundo tosse.

Quanto a mim? Vivo a passos tortos num meio-fio de esperanças...

11 comentários:

  1. Meu caro, Josué. Creio que a metáfora do asfalto deixou claro sua visão em relação ao torto. Diria que é um poema torto pelo fato de apontar de maneira direta alguns termos que remetem ao movimento. Vamos a eles "asfalto", "direita", "esquerda" e "meio-fio". Existir o caminho e os sentidos dispostos para seguir nele e os seus respectivos ritmos restringe as ações aquela situação, no entanto, existe a exaltação da subjetividade procurando e defendendo a sua verdade, mesmo que seja no meio-fio.

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  2. Josua,

    Você sabe jogar com as metáforas meu querido! de fuder!!!!!!!

    Porém, fiz uma outra estorinha inspirada neste texto seu.

    CURVAS ASFALTADAS

    Quem sai correndo apressado deixa de estar atento aos limites, e mesmo eu estando no meio-fio, eu não estou livre do acidente.

    Quem vai conservando e se submetendo aos códigos, mesmo que tenha uma probabilidade muito menor em tirar minha vida no meio-fio, não me liberta da possibilidade de me matar pelo excesso poluente no conforto de seu automóvel.

    De um lado ou de outro, tenho a probabilidade de me foder. Portanto, busco outra alternativa.

    Como sei que em muitas situações de meu dia a dia eu tenho pressa, não me nego em optar pela pista esquerda. Sei que apesar dela poder matar muitas pessoas, a pressa, ainda que muitas vezes me seja nociva, é também muitas vezes um caminho que possibilita uma mudança, e sem mudança eu não vivo.

    Apesar de saber que o conforto é egoista e esquece de todos os males que podem causar na atmosfera, eu admito que, apesar de criticar a conservação de muitas de nossas atitudes, eu também gosto de preservar minha comodidade, e por isso mesmo admito que também sou responsável por toda essa sujeira.

    Enfim, nesse asfalto tem muita curva, e em cada curva existem trevos que dividem novos asfaltos em várias direções. E nessas direções, eu chego em lugares nunca dantes vistos, como chego novamente em velhos lares. Nestes lugares eu aceito condições que me nego em aceitar, assim como nego determinadas circunstâncias que aceito plenamente.

    BJS

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  3. nao existe essa da pessoa esta sempre no meio -fio, as vezes da , mas na nossa sociedade e impossivel a pessoa nao esta em um lado determinado , no meu caso minha relaçao de confortode da se por afetividade dados que vem deste milenios da nossa especie.o sistema e cruel uns vive no conforto e outros vivem sem conforto e passando necessidades, isso so fez piorar de 1830(por ai ) ate atualmente .
    Alan

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  4. Alan, depois de muito esforço no entender de vosso excerto, sinto-lhe informar, mas é assim desde, sendo otimista, aproximadamente 6.000 A.C., suposto marco do início da civilização.

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  5. entao 1.000 = 1 milenio . e assim deste 6 milenios. meu pensanmento ta certo .
    ou vc axou que eu queria estender alem de 10.000 anos ou 10 milenios .
    rs
    ( 6.000 anos e muito para nos humanos )
    Alan

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  6. Alan,

    Eu acho que devemos pensar melhor acerca disso tudo. Uma coisa é você dizer que defende um lado por entender que esse lado geralmente recebe consequencias injustas, outra coisa é você acreditar que o ser humano é capaz de viver a vida inteira apenas em um lado!

    O que eu acho é o seguinte: mesmo um individuo defendendo um lado que vá de encontro a um dado sistema por exemplo, não significa dizer que esse indivíduo não almeje nada que esse sistema pode lhe proporcionar, afinal, mesmo que ele seja contrário a muitas coisas desse sistema, inevitavelmente ele se encontra submetido a toda uma conjuntura economica, polica, cultural desse sistema.

    Por outro lado, nós também podemos nos usufruir do sistema e ao mesmo tempo estarmos conscientes dos males trazidos por ele. Acho que viver esses dois universos faz parte do dia a dia de boa parte dos humanos. Não acredito que a gente consiga se limitar apenas a um lado das coisas não.

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  7. Não, Alan, me referia às relações de poder mais bem organizadas, tal como a problemática na distribuição dos recursos, coincidente, também, com os primeiros indícios de mecanização na produção. Essa ideia de conforto ligado a afetividade não é muito consistente. O poder sempre foi um objeto de cobiça maior do que a harmonia, o amor (relegado ao oprimido). Isso se acentua com o início da civilização. Não creio que tenha se agravado com a burguesia pós-revolução industrial. Assim foi nas monarquias, nos impérios, nos feudos, enfim. Me corrija em caso de engano.

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  8. Josué,

    Independente de suas intenções no fazer poético, gostaria de dizer que apreciei seus versos. Percebo um eu-lírico que tem noção da vida. O desejo é realmente apressado, urgente, pungente e, por vezes, sufocante. Ele, de fato, muitas vezes, gera mortes que mudam tudo. E aqueles que talvez desejem menos podem usufruir um pouco mais da beleza e de outras coisas positivas que a própria "vida-caminho" oferece. Mas o eu-lírico consegue perceber esses dois lados opostos de um mesmo caminho e opta por fugir da "pressa-desejo" e não usufruir de tudo; ele prefere manter certa distância e alimentar a esperança como caminho seguro.

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  9. to com preguiça de colocar meu pensamento de forma + abragente .
    mas vou por uma parte dele que n e la grande coisa .
    de forma resumida entre 1800 e 1850 deu se inicio ao processo de imperialismo na africa e india etc , no caso da africa , so fez acirra as disputas tribais , nesse periodo tbm o pensamento iluminista junto com a industrializaçao moderna , tira aquela ideologia que homem depende da natureza e tbm a ideologia cristao de deus controla nossas vidas (claro isto estou colocando numa visao macro ) e sim o que vale na vida das pessoas e o que a sociedade produz e o modo produçao que gera o consumo e fortaleciento da naçao ( pequei um pouco de foucault pra falar nesta parte , lembrando que tbm que esse epoca pos revoluçao industrial e a epoca em que estados naçao tem bastante força ), isso vai seguindo ate nossa epoca em cada vez a mercadoria e consumo e o tem cada vez + valor nos humanos , hoje em dia e evidente que mercadoriae consumo tomam mais conta das pessoas , mais ainda axo que nao a maioria , mas querp colocar que deste a pos revulaçao industrial 1830 por ai mercadoria e consumo sao cada vez mais importantes aos humanos .

    foi mal lou , por colocar esse pensamento bastante incompleto , mas se der eu continou respodendo daqui um tempo faltou falar da antiguidade , egito ,sumeerios assim para sabemos mais sobre nossa especie sabemos melhor o q o ser humanoe sua mudanças no decorrer da historia .
    to preguiça de estender meu pensamento
    Alan

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  10. vou colocar essa frase que axei bastante interesante e concordo em boa parte dela.
    O ser humano criou a civilização não por vontande propria , mas sim pela necessidade de intrega - se em niveis mais elevados de estrutura e significados .


    obs; nao axei essa frase numa fonte antropologica , cultural ,etc, mas sim numa fonte inusitada .
    Alan

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