sexta-feira, 26 de novembro de 2010

SOBRE A MÚSICA (PARTE 2) – música, rituais e ambientes sociais

Expressar o sentimento de uma coletividade exige um exercício de criatividade tanto quanto de sensibilidade. A razão e os sentimentos precisam entrar em um estado de alinhamento para que os indivíduos possam encontrar a identificação e a empatia. A música não é apenas um elemento estético que compõe o campo das artes, ela também é um elemento que aproxima e separa grupos. Para isso, as músicas identificam pessoas e até serve como referência para julgamentos esteriotipados e preconceituosos, para isso existe as definições de rockeiros, pagodeiros, reggaeiros, entre outros. Junto a esses rótulos estão uma série de características e caracterizações expressadas por seus integrantes ou mesmo construídas por outros grupos. No entanto, os espaços sociais não se limitam apenas aqueles praticados por esses grupos. Os diversos rituais, festividades e ambientes formais nos acompanham a todo momento temperados música.
Rituais como o casamento são acompanhados por músicas que dizem muito a respeito dos noivos. São canções que expressam declarações de amor, promessas de amor eterno, nesse repertório entram também músicas da religião dos noivos, algumas dessas de cantores(as) ou bandas gospel da moda, ou de figuras já tarimbadas como Pe. Zezinho com o seu hit “Oração da Família”. A relação canção e rituais também se estendem a formaturas, aniversários, festa de debutantes, primeira comunhão, iniciados, entre outros.
Nas festividades, as canções são bem generalizadas. Já que a essa categoria podem ser consideradas os eventos de bairro ou de aqueles promovidos pelo poder público ou iniciativa privadas que reúnem milhares de pessoas. Podemos citar o exemplo dos bailes funk, onde reúnem jovens das periferias e da classe média carioca que são embalados por um ritmo envolvente e cheio de sensualidade. O carnaval seria outra expressão de festividades, onde o excesso programado para quatro dias expressa o culto a diversão e a vida, portanto, nada de música para pensar, só para pular e dançar.
Os ambientes formais dos quais me refiro são aqueles institucionais, como consultórios médicos, dentistas, que reproduzem músicas instrumentais, numa linha new wave, músicas orientais ou de sons da natureza.

2 comentários:

  1. Aly Soul,

    Gostei dessa sua abordagem acerca da música. É engraçado, mas quando nós pensamos em música, realmente tendemos a vê-la como uma estética apenas no sentido da forma e da expressão, e não notamos que essa expressão se reflete em ambientes muito mais corriqueiros. Como você bem observou, a música tem a função de se enquadrar no espirito das coisas. A música, além da estética, no sentido mais tradicional do termo, é um fênomeno social que implica outras utilidades e que serve não só como integração entre indivíduos de determinadas cominidades ou grupos sociais nos seus ritos, como também se é utilizada como manejo de poder, como forma de gerar estimulos sexuais, violência, paz, e por ai vai. A música se reflte em diversas esferas como a economia, a politica, e se encontra marcada também na forma como determinados grupos se utilizam de suas girias para demarcarem seus territórios e definir assim suas identidades, nas indumentárias, etc.

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  2. É isso mesmo, meu caro Vina. A idéia de que as músicas acompanham as nossas vidas contribuindo para nos conceder sensações. E essas emoções podem também estar associadas aos espaços físicos, que as utilizam como marca.

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