quarta-feira, 13 de julho de 2011

Filosofia (do grego Φιλοσοφία, literalmente "amor à sabedoria")

A filosofia tem por finalidade não a resposta final do questionamento, mas sim mostrar ao homem o caminho mais lúcido pelo qual esta pode ser encontrada. Ciência primeira da história está sendo praticamente banida das grades curriculares do nosso país.
Ao contrário das ciências exatas que se debruçam sobre a matéria propriamente dita, a filosofia tem por objeto de estudo o observador que aplica o conhecimento científico sobre esta matéria, buscando meios pelos quais possamos entender de alguma forma os processos que envolvem o homem no qual está apreendido o conhecimento científico que está sendo posto em prática. Daí o conceito de anterioridade às ciências. Logo, como poderíamos estudar as demais ciências antes de ao menos tangenciar conhecimentos filosóficos que despertem a fagulha do interesse pelo mundo material?
A necessidade do estudo acadêmico desta disciplina é uma questão tão grave, que posso comparar às necessidades de satisfações fisiológicas de uma pessoa. Disciplina formadora da moral do ser humano funciona como ferramenta de auxílio nas relações sociais através do olhar analítico que faz predominar sobre o olhar crítico, este último natural a nós.
Traz como parâmetro básico a sabedoria amparada pela lucidez: sobre o mundo externo; sobre si; sobre a própria ignorância.
a) A lucidez sobre o mundo externo se dá, por exemplo, pelo fato de não considerarmos acontecimentos geográficos como conseqüências de ações divinas. Pois, desde as raízes da nossa história, existe uma tendência natural do ser humano a explicar fenômenos naturais através de mitos.
b) A lucidez sobre si reside no autoconhecimento. No conhecimento do “eu” enquanto ser biológico e material e no conhecimento das próprias ações; no conhecimento da própria psique. Por exemplo, uma consciência que não reconhece os próprios reflexos muito provavelmente se sentirá pouco à vontade em meio a um grupo de outras consciências.
c) A lucidez sobre a própria ignorância está no fato onde podemos a cada dia descobrir que menos sabemos diante de um conhecimento universal - incompreensível à razão - fazendo assim com que qualquer um não conheça absolutamente tudo sobre algo. Diria então Sócrates: “só sei que nada sei.”

A filosofia moderna traz ainda, o que não poderia deixar de ser mencionada, a sugestão de um caráter: de movimento no sentido de ser, também, agente modificador de realidades sociais; catalisador de acontecimentos a favor da vontade do ser humano. Ambos através das ciências. Deixando de ser, como fora por muito tempo na antiguidade apenas observadora de acontecimentos.
E sim: sugeriria que fosse uma disciplina presente em todos os cursos, de todos os níveis acadêmicos, do nosso país.

Um comentário:

  1. Pois é, meu caro, a base de tudo foi a filosofia. Os iluministas é que castraram o livre cogito em prol duma razão empírica, supostamente mais criteriosa, tentando aproximar a abstração da exatidão experimentável, comprovável, tal como nas físicas e biológicas. Há quem entenda a filosofia como mero devaneio pessoal, separando-a do senso comum apenas pela carga simbólica imbuída. Isto é, a filosofia seria incapaz de compreender a realidade, pois não estaria parametrizada dentro dos códigos científicos modernos...

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