quarta-feira, 17 de março de 2010

Borboletas no Estomago.

Obs.: O meu dia de publicar caros leitores foi ontem, mas pelo fato da ocorrência de algumas intempéries estou publicando hoje. Boa leitura!

Vejo que por mais força que coloque nos meus versos
A pirâmide do tempo é a mácula da palavra jogado ao vento
Anseio que aos ratos não seja jogada o sentimento desse mamífero que fala.

Hoje senti borboletas no estomago, amei por um segundo. Eu tinha peito de bronze e palavras de louco. Candura é amar, um sofrer ninguém duvida que seja. Talvez mais uma forma de arrebanhar mamíferos, mas as palavras que falo são muito secas para falar do fenômeno que exponho, falar de amor muitas vezes é não falar, é se sentir bobo. Esse velho conhecido nosso é prova da nossa falta de tato, tateando no escuro nos séculos buscamos nos ater a explicações para ele. Mas que maravilha! Porque no fim da noite um ser ébrio e aparentemente desprezível derruba sua lacuna aos porcos e o amor lhe preenche sem ao menos ele falar uma palavra. Que horas? Diga-me que horas? O amor aparecerá? Que horas esse bêbado que é o amor chegará até mim?

A folha cai sem aviso
O morto vai sem aviso
O rio escorre sem aviso
A chuva chove sem aviso
O amor este chega de quina.

Camarada sabe de uma coisa? Cheguei ontem a uma mulher e disse: sou um pobre fraco, mas te quero! Será que sou mulher, amigo meu? Como a cachaça que bebemos é límpida creio que não nasci sem cachos, mas a menina não acredita em uma casa sem muro alto, deveras. E aqui na amplidão da solidão tenho que prometer a eternidade e fortes músculos para pertencer a uma mamífera como eu, cheia de pobres inconstâncias, contudo, não que tenhamos menos amor por sermos mamíferos humanos, mesmo que o amor da chuva pela terra seja inefável e constante.

Agora ela era a mais bonita
Borboletas no estomago
Que linda
Mas a água quando muito brilhante ofusca os olhos
Quem perderá é ela por não sentir o meu toque, o calor das minhas mãos.

Agora amigo meu, te falo mais alguma coisa, por mais que não decifremos que peste é esse amor, uma coisa eu sei e sei deveras, que o amor não é um uníssono quieto e brando como quando a orquestra ouve o spalla dar a nota. O amor é samba, este nosso filho tão consagrado pelos mares do Brasil, mostra que se ama e se tortura e se cura... E além do mais, não quero saber o que é amar, eu quero um amor, só um, só um santo dia, quando o amor chegará descendo de uma nave como um projétil em meu peito. Amo sem amar ninguém meu caro, só tive borboletas no estomago minutos atrás. Porém vejo que amo o amor de amar, e por hora algumas moças me deixam assim, com borboletas no estomago!

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