segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Olhar torto sobre os estudantes universitários

Percebo comumente os estudantes universitários tecerem muitas críticas a respeito da educação brasileira. Realmente, há de convir que em se tratando do nosso ambiente educacional, faltam recursos de todas as ordens para um bom desempenho do aprendizado. Eu como professor de sociologia, poderia passar uma eternidade escrevendo as fragilidades encontradas por mim no sistema educacional brasileiro.

Pois bem: realmente a realidade da educação brasileira é um desastre. Porém, eu preciso fazer minhas críticas também a essa turminha do ensino superior. Eu sou da concepção de que a melhor revolução é aquela que se faz de dentro para fora. Acredito que, se o estudante começar a ter consciência da importância de seu papel na sociedade, ele vai conseguir encontrar estratégias viáveis para colher ouro em meio a essa lama.

Eu penso que, se os estudantes começarem a buscar se comprometer mais em suas formações, amanhã esse sistema educacional tão criticado por eles, pode se tornar menos caótico. Agora o que eu não concebo é que fique essa molecada ociosa tomando vinho e bocejando a tarde inteira sentada nas calçadas da vida reclamando da educação, do preconceito e da política sem fazer nada para que isso possa ser modificado.

Não pensem que eu sou da opinião do engajamento mortífero de que temos que abdicar de tudo para mudarmos a realidade. Sem essa. Porém, vamos convir o seguinte: o graduando universitário brasileiro tem um excesso de zueiras tão grande que chega a ser nocivo. Tudo é motivo para que essa molecada ociosa faça festa. É festa da pré-ressaca, do ressacão, da pós-ressaca, sem contar a freqüência de curtição estimulada pelo calendário brasileiro.

Se não é o dia das nossas senhoras da vida, é carnaval, é São João, é dia da mãe, do pai, do papel, do papa, do pau, da pedra, do fim do caminho, do dia da lavagem de Iemanjá, dia de Jesus Cristo, dia do bebê chorão, e por ai vai. Além disso, encontramos o péssimo hábito da falta de ritualização das coisas. Pra se curtir, têm-se todos os dias da semana. Eu pergunto: como vamos conseguir ter uma formação crítica de qualidade diante desse ritmo?

Uma boa formação exige didática e muita leitura. Como isso vai acontecer se os ociosos têm eventos para irem todos os dias? Mesmo que o aluno se planeje para estudar no dia posterior, o maluquito ou a maluquita gastou tanta energia na noite anterior, que não tem capacidade de se concentrar no outro dia. No dia que pode ter se recuperado, tem uma festinha do aniversário de dois meses da gata persa da amiga, ou mais um show para ir.

Não é minha intenção exigir um modelo comportamental, até por que eu já vivi essa realidade em meu contexto universitário. Outra coisa: eu defendo com unhas e dentes o direito do indivíduo relaxar. Já vivemos em um contexto mecanicista que insiste em submeter nossa razão, a uma racionalidade técnica; e o mínimo que podemos fazer é curtirmos, encontrarmos com nossos amigos e tomarmos nossas belas cervejadas.

O que eu estou querendo chamar atenção é que, é muito simplista cuspirmos críticas ao sistema educacional como o único responsável por toda uma má formação na escolaridade dos brasileiros, se os estudantes que cospem nesse sistema, também fazem parte do funcionamento precário das instituições educacionais, e não apenas os políticos responsáveis pela educação, os professores e os demais funcionários.

Reconheço que a situação do sistema educacional brasileiro ainda se encontra em um estágio embrionário em relação ao que nós concebemos como uma educação de qualidade, porém, mesmo estando em uma crise, temos um lugar no qual podemos trocar idéias com nossos colegas e fomentar novas discussões, além de novos projetos. Esse lugar é nada mais, nada menos, que o espaço das instituições educacionais.

Devemos exercitar um olhar torto, um olhar que rompa com a crítica unilateral, reconhecendo que, se a educação possui seus problemas, todos são responsáveis para o seu aperfeiçoamento. Ou seja: nem apenas criticando a conjuntura educacional, visto que, nós estudantes também fazemos parte do seu funcionamento; nem investindo nossas críticas apenas a nossa responsabilização, uma vez que, a conjuntura também tem seus problemas.

Faz-se necessário que sejamos capazes de criarmos projetos que surtam efeitos na realidade que tanto condenamos, e não apenas arrotando álcool e baforando cigarros o dia inteiro em botecos e festinhas, estabelecendo discursos críticos, mas sem efeitos práticos algum. O sistema educacional é uma vergonha, mas não correr atrás de melhores rumos para a educação e para a formação profissional, é vergonhoso também.

7 comentários:

  1. vc msm vina bebe em festa com certa rotina assim como gente do meio q vc anda e q eu ando as vezes( mas com isso n estou falando mal da maioria desse pessoal , so pra deixar claro ) .agora ao meu ver e sim importantes debates sobre o ensino em momentos k n ah alcool . axo ah sim q n devemos culpar os estudantes por n revindicar educaçao melhor pq eles vao em festas e bebem em outros lugares . ate pq eu e vc a gente bebe direto . o fato de festas e uma cultura q se criou deste a epoca da colonia de exploraçao do nosso pais ate a falta de investimento na educaçao dos governos da ditaduras aos fhc . festa e beber e bom mas axo q temos momentos em temos ser serios na vida e larga um pouco disso se der isso . bom mas isso depende de cada um n vou ficar julgado pq isso e a uma questao complexa

    ResponderExcluir
  2. Red disse: "vc msm vina bebe em festa com certa rotina assim como gente do meio q vc anda e q eu ando as vezes"

    Vina disse: "eu defendo com unhas e dentes o direito do indivíduo relaxar.(...) o mínimo que podemos fazer é curtirmos, encontrarmos com nossos amigos e tomarmos nossas belas cervejadas (...)não é minha intenção exigir um modelo comportamental, até por que eu já vivi essa realidade em meu contexto universitário.

    Enfim, em nenhum momento eu condenei o ato de beber e de curtir. O que eu quis chamar atenção é que se o sistema educacional possui suas crises, os estudantes fazem parte dessa conjuntura também.

    Red disse: "festa e beber e bom mas axo q temos momentos em temos ser serios na vida e larga um pouco disso"

    Como você disse, existem momentos que devemos olhar com mais profissionalismo e consciência a nossa função na sociedade.

    Só uma observação: eu não bebo direto ok? Tenho muitas coisas para fazer e não posso me dar o luxo de beber rotineiramente. Sem criticá-lo, mas para saber melhor disso, você teria que pertencer de forma mais constante ao meu meio.

    ResponderExcluir
  3. blz vina rrssrs .eh o beber direto axo q coloquei exagerado , seria melhor colocado costuma beber com uma certa frequencia . mas eu axo k foi nenhuma . universidade a depender do caso de cada um da pra beber de boa . mas como ja falei quando a pessoa estiver exercendo sua profissao tem q encara - la mais serio , e larga um pouco bebidas e festas . se concentra um pouco mais querendo ou n na sua funçao social na qual vc se formou

    ResponderExcluir
  4. Red disse: "quando a pessoa estiver exercendo sua profissao tem q encara - la mais serio , e larga um pouco bebidas e festas"

    Não concordo. Não acho que devemos esperar recebermos o diploma para termos que abdicar das festas e de outras doidices juvenis. Um curso de formação profissional não é medido apenas pelo diploma, e sim, por uma prática e por uma formação que você vai agregando ao longo de sua experiência no curso superior. Eu penso o seguinte: o melhor é escolhermos um dia da semana para fazermos nossas zueiras e priorizar o restante para nossas responsabilidades. Isso independe se o indivíduo é graduando ou formado.

    ResponderExcluir
  5. hehehe eu falei so largar um pouco pra a pessoa conseguir execer sua profissao . por exemplo vou ser prof n quero dar aula com ressaca forte ou lombradao . e quem disse q vou larga de lado minhas doideces juvenis n vou abdicar por causa de um diploma n . a graduaçao para mim n e tao importante , vc aprende msm quando começa a trabalhar com a experiencia . eu penso o seguinte deixe rola , planeje , no caso q vou se prof procurar da aulas boas(ser um prof com competencia) , lutar por uma sociedade melhor nos varios meios q der . e esse negocio de marcar um dia pra fazer zueira n serve para mim .


    obs : eu falei q iria deixar so um pouco bebida e festa de lado um pouco so , entenda direito

    ResponderExcluir
  6. Talvez você pense assim por sua circunstância profissional não te cobrar tanto seu envolvimento com o mercado. Vá ver que é por isso que você encontra tempo pra ficar elocubrando fantasiuas surreais para tentar encontrar caminhos positivos para a realidade. Quando você tivwer com o canudinho embaixo do braço implorando empregos para qualquer escolinha da vida, verá que nem espirito vc terá tanto para levar adiante a sua vida de doidices juvenis, quanto mais de não planejar seu tempo. Você consegue isso agora pois ainda é um jovem novinho que reclama, reclama, mas não se vê pressionado por vc bem saber que ainda não possui qualificação necessária para o que o mercado te cobra, mas amanhã... kkkkkkk estou contando os dias meus dedos para daqui a alguns anos reler esse comentário que vc fez mais acima

    ResponderExcluir
  7. e vamos ver no futuro . kkkkkkkkkkkk . sou meio novo com meus 23 anos . n me importo n trabalhar em qualquer escolinha . vamo ver o futuro , a vida para mim querendo ou n e um desafio n sei pra vc

    ResponderExcluir