segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Esquerda destra, direita canhota

Percebo o quanto é difícil as pessoas entenderem que o Movimento Torto possui opiniões, mas não se vê na obrigação em ter que defender posições definidas. As pessoas ficam tentando encontrar posições definidas sobre o que o torto defende, e não percebe que o torto não necessita pensar em acreditar que defende algo em absoluto.

Muitos leitores questionam: o Movimento teria perspectivas partidárias tendenciosas a uma linha de direita ou de esquerda? Eu poderia responder de antemão, que o torto não pensa ser uma coisa OU outra. Na verdade, o torto é uma coisa e outra, ao mesmo tempo em que não aceita em absoluto nem uma coisa, nem outra. A esquerda possui falhas e acertos; assim como a direita.

Por exemplo: o torto pode ser esquerda a partir do momento em que ele admite que as desigualdades evidenciadas através do consumo estimulado pelos setores neoliberais, são desumanas e dignas de muitas críticas. O torto pode ser direita no instante em que ele admite que, o consumo, apesar de receber as críticas que recebe, se ele se estabelece na cultura capitalista, é por que de certa forma ele atende às demandas do contexto.

Por outro lado, o torto não compartilha com a posição muitas vezes extremada da esquerda em relação ao consumo. Para o torto, não necessariamente a troca e o consumo de bens implica simplesmente uma imposição de um setor social diante do outro. Não existe apenas uma recepção passiva desses bens. O ato do consumo implica formas de interpretações que trazem por consequência, novas resistências, novas formas de compreensão. Não há como se reduzir o consumo ao fim das identidades.

Por outro, o torto não compactua com a direita por entender que, por mais justificável que seja o consumo, esse consumo está colocado de forma extremamente desigual entre os diversos setores sociais, uma vez que ele reconhece que a postura política da dita direita tende a atender às exigências do mercado, que por consequência, encontra-se muitas vezes nas mãos de setores dominantes, impossibilitando um acesso maior e mais democrático entre as outras pessoas.

Por fim, eu posso afirmar que o torto prefere transitar entre váriaa correntes, visto que, se observarmos bem, em nossa realidade corriqueira, diferenciar determinadas vertentes de esquerda, da direita, é a mesma coisa que diferenciar cu de cu. Em minha concepção, é melhor transitar entre os vários discursos, pois só assim enriquecemos, conflitamos e pluralizamos nossas opiniões; do que defender uma bandeira externando aos outros uma distinção de pensamento que, infelizmente, nos horizontes empiricos da politica, tende a se convergir nos mesmos atos.

5 comentários:

  1. Tens dito meu caro mestre. Cu por cu é tudo anus.

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  2. "diferenciar determinadas vertentes de esquerda, da direita, é a mesma coisa que diferenciar cu de cu"

    UHEUHAUHAEUHEUHAEHAUHUEHEUHAEUH!

    Bravo! Não há quem me convença de que não há uma parte de consentimento no consumismo!

    Abração e parabéns pelo texto!

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  3. É isso meu caro Josué,
    As pessoas ao criticarem o movimento torto, precisam antes buscar entender sua proposta.
    abraços.

    Uma boa recomendação é assistirem os vídeos.

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  4. Mais um texto no mundo fluído

    A historiografia do direito penal

    http://mundodeespuma-coutocircuito.blogspot.com/2010/02/historiografia-do-direito.html

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