quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O Respeito Torto (por Reuel Machado)

Aviso da moderação: Por falhas técnicas, este texto foi postado na madrugada da quarta-feira (10/02), porém, o dia de postagens do novo integrante "Reuel Machado" será oficialmente a terça-feira.


A principio antes de falarmos da nossa temática central, irei falar um pouco sobre a linguagem que irei usar no texto. A seguir colocarei um verso e é claro não será ingenuamente, e mesmo se fosse, tu leitor tentarias subjetivá-lo e encontrarias um sentido mesmo no acaso. Mas não quero me ater a isto, queria objetivar que a linguagem poética muitas vezes nos trás luz sobre muitas questões da realidade, e para mim, mesmo que ela mesma não queira incutir a si um caráter e um rigor científico, ela nos fala tão “majestosamente” sobre o mundo quanto a ciência por vezes. O que eu buscarei é tentar criar uma teia entre essa prosa e esse verso, ambos da minha autoria, esse enxerto tem um título, mas eu o suprimi, pois ele aqui já é outra pessoa. Tomara que vocês, caros leitores tortos, achem a linha e agulha para poderem assim tecer suas teias livremente.

“Eu em mim existo, e sei que sou uma incógnita para aquele que me chama

E digo que o vento não guarda a pedra que tanto querem lapidar em mim

Não quero ser, mas possuir fagulhas de existência que se projetam no espaço a cada momento

Mostrando as duplas faces do que se manifesta a todo instante

Quero ser torto acertando apenas um lado do alvo

Sabendo que por detrás dele existe outro que ainda não acertei

Pois assim, dependeria de duas flechas acesas sem a unicidade da fé

Agora, suspiro a lacuna saturada de certezas

E sei que amar é tudo isso em tela, quanto mais, viver.”

Não sei se estou errado em achar que a nossa mente é falha em restringir o outro de uma vontade mesmo que não comprometa a integridade física e moral deste (mesmo não sabendo também se é salutar essa ou aquela moral), por uma questão de respeito, pois não sei até onde vai essa coisa de “respeito”. Aprendi observando a nós animais humanos (que se tornaram pitorescos apenas por suas subjetivações oriundas do antropocentrismo Greco – cristão), que apenas o tempo traça uma malha firme para que dois pontos ligados por qualquer tipo de linha (relação) seja seguro ou não. Para fragilizar ainda mais esta idéia, podemos dizer que o ângulo que observador olha é responsável pela tela que ele irá pintar do outro. Com isso podemos afirmar que certas atitudes, dependendo do contexto, podem ser um desrespeito ou não, afinal o maior símbolo disto são os eufemismos.

Lembrando ainda que o que nos segura é uma barreira psíquica chamada superego, censor que além de ter esta função trata de simbolizar alguns dos nossos instintos primários, como, por exemplo, o sexo, para poderem ser externados de forma aceitável. Contudo esta barreira é humana e está suscetível a falhas e a mudanças! Até aí tudo tranquilo, uma vez que temos a consciência da fragilidade desse aparelho. Porém o individuo é um ser que interioriza valores sociais, portanto por mais que conscientemente ele faça uma leitura positiva daquilo que temos como tabu, no ato da ação ele pode se comportar de forma negativa por conta de um valor que reside em seu inconsciente. Novamente o desrespeito aparece.

Prefiro então entender certas atitudes e idéias das pessoas como processo, uma vez não tendo a noção deste efetuaremos juízos por vezes a priori. Falando especificamente das idéias, vejo que mesmo que nos livros sua historia contenha, esta será apenas uma imagem do seu processo durante um período e que está a mercê do devir e das flutuações da própria natureza (falo da natureza cosmológica mesmo, a qual alguns entendem como natural e humana). Caímos então nesta perspectiva torta, sempre deixando os ouvidos atentos para que um dia possamos ter uma postura mais ou menos “madura” a respeito de afirmações e/ou de certezas de caminhos. Por hora continuo sendo torto tentando torturar a razão jogando sempre duas flechas para se distanciar da unicidade da fé, colocando E ao invés do OU. Em suma, alguma coisa pode ser tolerável e desrespeitosa, não tolerável ou desrespeitosa, como alguns juízos de valor insistem em se expressar.

7 comentários:

  1. bom axo q quase todos os seres humanos tem juizo de valor

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  2. Bem, o nosso juízo de valor quase na sua totalidade é marca da cultura. Como diz o autor de "além do bem e do mal", a moral é obediência cega aos costumes. Se é cega, não é iluminada pela razão. Portanto devamos desconfiar de nossos juízos, principalmente aqueles que não foram contemplados pelo exercício rigoroso de um exame racional. O princípio ético para um determinado caso só pode ser considerado verdadeiramente ético se ele colocar valores outros como contrapontos dos primeiros e levar em conta a máxima que a vida é um valor inquestionável pela imposição da natureza em nos manter sempre vivinhos. O indivíduo morte não necessita de reflexão ética, ele não existe simplesmente.

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  3. pq n necessita de reflexao etica sera pq e morte , algo negativo ou sei la . por causa disso ele n deve existir . ele n e um ser humano ?

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  4. é morto, o morto pela sua condição de morto não precisa de reflexão ética. ele já foi é presunto.

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  5. por n ter etica ele n precisa ser morto , determinismo . balela para afirma a etica q n e tao necessaria assim . e nem existe tanto assim kkkkk

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  6. Penso que o entendimento da morte para cada cultura é deveras interessante, pois este determina muitas ações na vida do individou, e claro os colegas devem estar ciêntes disso.

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  7. Nosso crescimento jamais atingirá um fim pleno. Não vejo a preocupação de Reuel em chamar atenção se existe um juizo de valor ou não. Ao contrário.

    O que percebi ao longo do texto é que ele nos mostra o quanto muitos de nossos valores construidos socialmente, estão infiltrados de forma tão intensa, que mesmo que nós estejamos dispostos a refutar esses valores incorporados, dificilmente conseguiremos nos livrar de forma plena deles.

    Em outras palavras: viver em sociedade significa pensarmos que temos todo um aparato moral, ético comportamental construido historicamente de um lado, e de outro, temos os nossos desejos e nossa constante crise diante desses valores. Enfim: queremos tirar o que não queremos; queremos manter o que negamos manter.

    Ou seja: uma equação torta, por necessitarmos constantemente nos entortar para tentar com isso, pelo menos estabelecermos uma negociação capaz de favorecer a nossa ambiguidade, nem que seja por um instante, sem nos culpabilizarmos por não sermos seres perfeitos de forma eterna,afinal, precisamos querendo ou não, entortar-nos.

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