O torto narcísico.
Como tudo mais na vida, ser torto é um prazer. Há uma pulsão latejante presente no coração dos que fazem este site e defendem a bandeira de uma crítica atenta aos fatos que nos abordam diariamente. O ser torto é um ser erótico, um ser erotizado em busca do prazer na crítica, seja construtiva, seja demolidora de conceitos forjados pela mente equivocada de alguns, pelo menos, para nós. Isso também nos inclui, pois sabemos que o equívoco pode estar em nós, pois está presente no elemento humano. Muitos são os que dizem ser o torto um aventureiro em busca de fama. Não jogo pedra na fama, nem a evito, entendo que isso também é humano, e quem não gostaria de seus minutos de reconhecimento global? O torto está presente em cada ser humano, ele é, sobretudo, aquele ente que se rebela e se aquieta ao mesmo tempo. Rebela-se porque se angustia com o mundo e seus meandros escabrosos, e se aquieta porque se inclui entre os moradores desse lugar sombrio chamado conceitualmente de humanidade. O torto se auto-critica, refaz seus conceitos e, sinicamente, desmente tudo que disse por que entende que o dizer é um fato temporal, portanto relativo.
Embora a carga de prazer seja muito grande no indivíduo torto, ele deve cuidar para que não se torne um torto exageradamente narcísico. O perigo é gostar de ser torto porque ser torto é bom, porque criticar é bom, porque quebrar vidraças é bom. O torto deve refletir muito antes de expelir seu fluído venenoso. Deve ser responsável no que faz e diz. Recentemente fiz críticas ferrenhas aos textos de um colega torto porque este abriu uma discussão sem conteúdo e cometeu o pecado da generalização. Tudo que o torto não deve fazer é generalizar. A generalização para o movimento torto é algo contraditório, uma vez que este movimento prega a fluidez e volatilidade dos conceitos humanos. Para nós, não existe verdade, para nós, não existe um ponto final no que se refere às produções da mente humana, seja no âmbito das ciências, seja na filosofia, seja na cultura.
Outros mal informados sobre nós dizem que somos um povo sobre o muro. Já nos chamaram de burgueses e de coniventes com as manipulações políticas. Não somos burgueses no sentido dado ao termo por aqueles que o usaram, talvez, estes intelectuais de plantão não tenham ainda assimilado a força do termo que usaram e nem fizeram uma autocrítica para ver se não se enquadram nessa família tão odiada pelos marxistas xiitas. Entendemos que a contribuição de Karl Marx para as ciências humanas é incontestável, contudo, sabemos que ele era um torto humano que falou seu dito em sua época e em um contexto de mundo que explica suas teses. O mundo mudou meus caros. Urge, então, uma nova leitura dos cânones sociológicos e filosóficos, urge uma reinterpretação do dito enquanto mal dito para nosso momento histórico. A história é tão volátil quanto o torto, ela flui em um fluxo permanente de contradições rumo a lugar algum.
Os marxistas da UFS que desejam mudar o mundo com sua verborragia defasada, retrógrada, precisam atualizar suas leituras e mentes, e se contextualizarem no novo tempo e espaço. Hoje a maior preocupação é entender a relação do homem com um mundo multicultural, multiparadigmático, um mundo sem forma e vazio com sua natureza naturandis em quase óbito, e ao mesmo tempo repleto de representações e simbolizações da realidade como nunca houve em sua história. Ser torto é deixar sempre as reticências, pois sabemos que amanhã, outro torto, em algum lugar, vai falar.
o mundo tem forma sim
ResponderExcluirMeu caro red. Qual é a forma do fundo?
ResponderExcluirOlhe, sisnceramente eu achei a sua pessoa muito feliz nesse texto. Parabéns!
ResponderExcluir"o equívoco pode estar em nós" Hehehe, e ainda tem gente que necessita dizer aos tortos que o Movimento, assim como qualquer outro, possui suas conturbações, como se nós já não soubéssemos disso hehehehe
O torto "se rebela e se aquieta ao mesmo tempo" Pois é: o grande problema é que os que criticam o torto, querem que a gente faça uma mera reprodução dos outros movimentos, criando discursos que mais parecem transparecer imagens de super-heróis do que de humanos. Ainda vem os restritivos em criticar a contradição do torto, como se o torto já não soubesse disso. Ou seja: as velhas criticas óbvias ao torto kkkkkkkkk. Como você bem disse em seu texto: o torto se auto-critica, refaz seus conceitos e, sinicamente, desmente tudo que disse"
E pra fechar meu comentário, repito a sua pergunta: qual é a forma do fundo? kkkkkkkkkkkkkkk
muuuuuuito ótimo cara!!!
ok o torto e um movimento pos moderno ( um movimento novo portanto n merece tantas criticas e nem faz merecer por isso ) . um movimento vindo da frustaçao ( mas muito melhor do q vim do ego de algumas pessoas ) . o torto uma confusao q n sabe nem o ele faz , uma neblina bem negra . n vou ficar flando coisas marxistas neste comentario pq isso realmente e um saco direto . mas como so n faço criticar elogio tbm , ainda bem q o torto propoe criar coisas novas em busca de algo original , algo falta urgentemente na nossa capital sergipana ( enjoa um pouco o artificial q se chegou nessa capital ) . e viva a tolerancia
ResponderExcluirRed,
ResponderExcluirÉ isso mesmo. Adorei a forma como você descreveu o que você entendeu como torto.
No entanto, eu gostaria de acrescentar outra coisa: o Movimento não só merece críticas, uma vez que ele sabe que é pensado por humanos, e portanto é falho; como também pede que críticas sejam feitas, pois o Movimento quer movimento.
Em outras palavras: nós do Movimento, sabemos que a realidade é uma incessante mudança e o Movimento por saber que é feito por humanos inseridos em uma realidade,inevitavelmente sabe que também é mudança, e portanto, sabe que não possui verdades seguras e eternas sobre nada.
Estamos cientes de que esse tipo de postura em relação ao mundo pensado pelo torto, já foi dito por infindáveis pensadores ao longo da história, por isso mesmo é que eu me questiono, se de fato podemos dizer que o torto é uma busca de algo original, apesar de acreditar que o torto não é uma cópia barata das coisas.
abraços