quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A masturbação ideológica de alguns militantes

Nas últimas discussões acerca do Movimento Torto, não faltou a velha crítica por parte de alguns proprietários estamentalizados da verdade, chapolins eficientes, com cujas astúcias sempre devemos contar. Refiro-me ao bom e velho jargão; “o movimento torto é masturbação intelectual”.
Estrategicamente ou não, isso veio de alguns militantes, que, muito provavelmente, não conseguiram descer do topo da fedentina de seu arrogante medo para ler ao menos parte das propostas e construir um debate crítico, como o fez dignamente um deles.

Acho muito interessante como tudo pode se resumir à tachação no caso de não coadunação de ideias. Aliás, Terry Eagleton, um grande intelectual socialista que deveria ser lido por alguns desses infantes, do alto de sua experiência, reconheceu a importância das discussões que “não tomam de assalto palácios e “””transformam”””””, apesar de eu, sem hipocrisia, ver a proposta do torto como engajada em muitos aspectos.

Ontem eu conversei com um ex-militante do MPL (de Aracaju), movimento que, aliás, já vi agir há um tempo e por que já tive muito respeito, e ouvi dele algo muito intrigante; “lembro-me de que, numa de nossas manifestações, Nicodemos Falcão ofereceu uma reunião direta com o governador Déda a cinco representantes do movimento; surgiu então a conversa de que ‘não teríamos representantes’, e acabamos perdendo a oportunidade”. O que houve aqui então? Eu poderia chamar a ideologia que prima sobretudo pelo orgulho enferrujado que gera clichês do tipo “não me vendo ao sistema” como uma masturbação ideológica? Neste caso, houve transformação ou masturbação do orgulho ideológico?

O engajamento não pode partir de vários pontos e passar por vários canais? Propor, como é poroposto aqui, a disierarquização da cultura, o requestionamento insistente que propõe que nos enxerguemos como também vítimas e não apenas vítimas e somente vítimas do sistema, entre outras atitudes congêneres, não são questões engajadas também?

Eu não me nego a participar de manifestações e protestos, mas, reconheçamos, êxito por êxito logrado, de alguma forma pelo menos, somos todos punheteiros. Portanto, menos orgulho e mais reconhecimento à competência alheia é o que sugiro a alguns militantes de Aracaju. O comodismo intelectual, para mim, é também um ótimo exemplo de postura “reacionária”.

19 comentários:

  1. Pois é, Josua, essa postura que voce descreve a respeito dos militantes é que o Marx chama de esquerdismo. Bem, a minha visão vai com a sua. abrs

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  2. Josua, esse texto foi fantasticamente foda!!!!

    Cara, o lance é o seguinte: como você bem observou, a aborrecência de muitos militantes, por se submeterem aos clichês das unilateralidades partidárias em prol de uma bandeira, faz com que eles percam a possibilidade de negociarem, ou de pelo menos, entenderem os pontos fracos daqueles a quem eles não compactuam.

    Paradoxalmente, os que mais falam sobre política, são muitas vezes os mais incapazes em enxergar a natureza da política, ou seja, os atos de negociação e de conflitos inerentes a ela.

    Por uma postura dita partidariamente unica e verdadeira, muitos militantes vacilam ao perderem a possibilidade de se aproximar do entendimento dos disursos que eles tanto confrontam. Isso acontece por que uma parte deles, na verdade, não requestionam sequer a importância dessa troca.

    A partir disso ocorre a grande ironia: os que mais falam de politica, na verdade são os que provam muitas vezes não sentirem o espirito da politica. Esse tipo de militante, ao invés de refletir a politica como parte de uma necessidade importante e inevitável de qualquer relação social, deixa de enxergar o mais importante da política que é o bem comum.

    Sabe por que? Por que o bem comum construido em seus discursos, não passa de um bem privado por ser partidário e apenas vinculado aos ditames da perspectiva ideológica de seu partido.

    Enfim, os molequitos que criticam o individualismo cruel do sistema mostruoso do consumo, são os mesmos que, em suas posturas individualistas, segregam os que não levantam sua bandeira, e os mesmos que consomem um pensamento crítico do partido como um fetiche, da mesma forma que o McDonald´s em sua publicidade, incita-nos a fetichizar o BicMac para reforçar o nosso consumo.

    Eles são na verdade, seres que se fantasiam de simbolos ditos "opositores" na avenida para pular o carnaval gritando a marchinha do bem comum, mas que ficam separados através dos seus cordões de prepotências partidárias por no fundo trazerem dentro deles, uma postura de heróis e salvadores do mundo cheios de arrogâncias com suas estrelinhas misturadas aos seus espiritos azuis e claro, vermelhinhos. hehehe.

    Novamente, meus parabéns! Muito foda!!!

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  3. Se por um lado o Torto critica a postura 'fetichezada' do militante que põe estrelinhas na blusa, em contrapartida ele se fetichiza por achar que todos os militantes são iguais. Se por um lado nós percebemos, no torto, uma linha de raciocínio que tende a aceitar o discurso alheio, por outro lado, como é claro, cada sabe das fronteiras que circundam o seu discurso. Se vemos no Torto cidadãos que optam pela crítica requestionada com relação ao social e a condição existencial de nós humanos em si, percebemos traços similares em várias outras correntes de pensamento que se atribulam também com essas questões, como o próprio marxismo.

    O que percebo é que mesmo que sejam coerentes as críticas, há nelas um fator que as fazem viver mortas, tendo nariz sem respirar e olhos sem poder ver, nascendo, pois, todas nulas por si, sendo passíveis a contestações e erros. Quando penso no metacomico, a única resposta clara que me vem à cabeça é que mais vale ficar parado, encarando tudo que é tido por Teoria como sucintos exemplos de arte.

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  4. gostaria de falar q n sou ativo nesse movimentos mpl por causa como vcs falaram da arrongacia de militantes , claro q n sao todos . sou a favor de + pluradidade desses estudantes de ufs q dizem da oposiçao mas se preocupam mais em se promoverem suas pessoas em festas ao seus gostos.se dede q se reunir e negociar pq n , seria bons mais desses supostos lideres descerem de seus patamares superiores e negociarem com o suposto estado . quem sabe n rola avanços

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  5. Caro João,

    "Se por um lado o Torto critica a postura 'fetichezada' do militante que põe estrelinhas na blusa, em contrapartida ele se fetichiza por achar que todos os militantes são iguais."

    R: - Segundo o meu título "a masturbação ideológica de ALGUNS militantes".

    R:- Segundo Vina "a aborrecência de muitos militantes".

    Portanto, nada foi generalizado neste sentido.

    " Se vemos no Torto cidadãos que optam pela crítica requestionada com relação ao social e a condição existencial de nós humanos em si, percebemos traços similares em várias outras correntes de pensamento que se atribulam também com essas questões, como o próprio marxismo."

    R: Como eu mesmo coloco no meu texto; "Eu não me nego a participar de manifestações e protestos, mas, reconheçamos, êxito por êxito logrado, de alguma forma pelo menos, somos TODOS punheteiros."

    - E paremos com essa insinuação de tentativa de ineditismo no Torto, meu caro!

    Abraço!

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  6. Josué Maia,

    Fiquei surpreso com o convite e agradeço-o pela oportunidade. Mas prefiro ficar postando os textos no meu BLog. Como disse, tenho um grupo chamado modernidade líquida. Como já estou comprometido com esse grupo, ficaria difícil pra mim, com a plenitude de minhas forças, contribuir com O Torto a contento. Ademais, fiz um convite ao Yanco e alguns colegas da Nietszche Brasil para ficarem postando no Mundo Fluído, o mesmo convite faço pra você, agora estudioso do objeto jurídico. Estou com mil e umas leituras atrasadas e o tempo pra mim tem ficado achatado pra caramba. Mas como disse outrora, meus livros estão disponíveis pra xerox. Nesse momento, Aristóteles tem tirado minhas forças intelectuais, a metafísica dele tem sido um labirinto e minhas parcas energias estão direcionadas exclusivamente ao entendimento e problematização desse livro fantástico, depois passarei para a Ética à Nicômaco (estou voltando novamente o caminho inicial de minhas leituras, com os olhos no jurídico).Minha meta sincera é destruir as concepções metafísicas no direito e procurar desenvolver um concepção de direito democrático (um mistura de Shopenhauer, Nietszche, Negri, Heraclito + Habermas, direito alternativo e direito achado na rua). Alguns passos lentos estão sendo dados no BLOG. Ali fico engatiando Meu blog é experimental. É um teste de certas intuições. Todos os textos possuem teorias meios que implícitas. O mundo Fluído é uma arrumação de idéias esparsas de um sujeito chamado Anderson (se é que existe sujeito enquanto substância ou origem imóvel de idéias). O blog é minha oficina onde uso meu martelo. Já passei das fases de leituras. Preciso agora utilizá-las como meio de luta e libertação e o campo por mim escolhido foi o direito que amo de paixão.

    Sobre seu texto. Indico (sem tom professoral) o livro de Lenin:

    "Esquerdismo: doença infantil do comunismo".

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  7. Eu não quis diz dizer que voces preterem pelo ineditismo, disse sim que há, dentro de qualquer movimento, as mesmas conturbações que provocam o Torto e, por isso, não devemos encará-los com despeito.

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  8. Caro João, perdoe-me, mas a sua crítica está me parecendo gratuita.
    Não se está invalidando um movimento aqui. Aliás, coadunando com as ideias de Vina, às vezes sou pego de surpresa por uma postura de tolerantista vinda do autor de textos como defloração torta.
    Que o Movimento Torto tem pontos criticáveis, todos os seus membros assumem, e não sei o porquê desta sua necessidade de reafirmar o óbvio.
    Em nenhum momento eu estou invalidando a militância em meu texto, estou respondendo a uma tachação com um "macaco, que tal olhar também para o rabo?", coisa que deveras falta a ALGUNS militantes.
    Você iniciou a sua crítica já de forma gratuita, ou, no mínimo tendenciosa: "em contrapartida ele se fetichiza por achar que todos os militantes são iguais."

    E uma simples leitura do título (puta merda, João) já derrubaria esta tosca empreitada.
    Sigo ainda com excertos como:
    "Estrategicamente ou não, isso veio de alguns militantes, que, muito provavelmente, não conseguiram descer do topo da fedentina de seu arrogante medo para ler ao menos parte das propostas e construir um debate crítico, como o fez dignamente um deles."

    Por favor, não me faça ter que acreditar que suas críticas têm um grau de projeção pessoal escondido.

    Abraço

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  9. João não sabe o que diz. Agora existe uma coisa muito engraçada no meio disso tudo. João teve um espaço garantido para expor todas as opiniões que ele quisesse fazer ao torto. Ele bem soube que poderia aprovar ou reprovar a idéia do torto, no entanto, ele precisou dizer adeus depois de não ter suportado receber criticas com relação aos seus argumentos, para descer o pau no Movimento. Querido, apesar de você dizer que estava começando a surgir estatuto no Movimento, você sabe que a sua pessoa sempre se encontrou livre em expor seus argumentos independente de serem aceitos ou não. Por que não fez isso antes? Enriquecera muito o Movimento.

    Pra finalizar, preciso dizer uma coisa: uma pessoa que vivenciou mais proximamente as idéias trocadas sobre o Movimento, ainda querer discutir que o Movimento tem conturbações como qualquer outro, é uma pessoa que das duas uma: ou realmente foi incapaz de traduzir as discussões que andam sendo travadas, ou sequer refletiu sobre o que leu, pois ainda pensar que o Movimento pensa não ter conturbações, me faz pensar que muitos dos comentários expostos, não passaram de uma necessidade de comentar por simplesmente comentar. Não tem nada que o Movimento aborde mais sobre isso.

    Ou tenho que concordar com Josué quando diz: "Por favor, não me faça ter que acreditar que suas críticas têm um grau de projeção pessoal escondido".

    Ainda me usufruindo das palavras de Josué: "a sua crítica está me parecendo gratuita".

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  10. Vina, não ponha palavras que eu não disse na minha boca. Às vezes as suas atitudes me parecem sufocantes, justamente pelo fato de voce se portar, em momentos como esse, da maneira como vem se portando, sem conseguir encarar com naturalidade as resoluções dos outros. Não aguentei as críticas? Ora, os únicos momentos de clímax verdadeiro que tive aqui foi quando debati alguns textos do Josua, degladiando-nos nas idéias, mas nem por isso mudamos a nossa forma de lidar um com o outro - houve maturidade.E não há nada que se dizer que não aguentei críticas. Sem contar que ele, o Josué, apesar de eu ter saído, não ficou com austeridades comigo. Muito me alegra saber que o torto, na práxis, não se resume às atitudes e palavras arbitrárias que voce tem me direcionado, dentre tais o próprio fato de me chamar de aborrecente e dizer que as minhas críticas eram inúteis. Meter pau no torto? Por favor, Vina, voce, mestrando em sociologia, me vem com aquele papinho de "Mas eles queriam estar no meu lugar...", referindo-se às pessoas da classe baixa, e quer que eu coadune com estas suas idéias? Reconheço que voce não generalizou os militantes nesse texto como sendo todos inertes, e também reconheço a arbitrariedade da minha crítica no que diz respeito a este ponto. No entanto, não vejo mais com tanta potencialidade os argumentos que voce usa para se validar enquanto cidadão torto. Enfim, cara, os argumentos não parariam por aqui, mas pra mim já chega. O que tá feito, tá feito; e não quero nem pretendo voltar atrás. Mas lembre-se: o torvelinho começou a partir dos seus sopros.

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  11. As afirmações de Vina tiveram base nas palavras que foram expostas, bem como a de Josué. Eu acho q o nosso caro João levou a crítica de novo para esfera pessoal, enxertando coisas de fora desse âmbito. Ouvidos ativos e cabeça mais fria, isso que peço a João. Vc é um otimo escritor e pessoa, não nos subjugue.

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  12. João meu querido,

    Quem está colocando palavras em minha boca é você!! Em que momento eu o chamei de aborrecente? Eu falei sobre os militantes aborrecentes. Você se considera militante? Você se considera aborrecente? Que eu saiba, em nenhum momento eu disse, João é um aborrecente, ou João é um militante... kkkkkkk (quantas nóias!)

    Quanto a questão de eu não aceitar as resoluções dos outros, eu me nego a discutir sobre isso, pois você bem sabe o quanto estamos abertos para construirmos e inclusive, derrubarmos muitas perspectivas do Movimento.

    Agora, se você esperou que o Movimento agiria da mesma forma que outros Movimentos, querendo enganar aos seus membros ser uma familia em eterna harmonia, realmente você se enganou. Se é para criticar, que seja criticado, e você foi um personagem que passou por aqui que sentiu isso.

    Outra coisa: eu não disse que "queriam estar em MEU lugar", inclusive, eu me lembro muito bem que eu te disse que infelizmente não sou um burguês, mas que adoraria ser um. Quem me chamou de burguês de forma ofensiva foi o Senhor. O que eu disse pra você é que muita gente que reduz a burguesia apenas como monstros e como uma classe que nada fez de interessante, assim como você pensa, muitas vezes gostariam de ter o minimo de prestígio e de poder que a burguesia tem.

    É como eu te disse: reveja com carinho esse seu extremismo, para não cuspir na própria cara, pois apesar de você dizer que a burguesia não fez nada que preste, você adora se degustar com um repertório musical oriundo da burguesia. Seu amor por um Tom Jobim é um exemplo.

    Ah, eu não estou hostil com você não. Apenas eu tenho dito o que eu acho. Se você não guenta ouvir o que eu acho, não posso fazer nada.

    bjs tortuosos pra você meu querido malvado

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  13. Não falo daqui, falo do MSN. Josué é testemunha: mostrei o seu recado, tal como voce escreveu, a ele. O que me encoleriza são esses jogos de eufemismos. Mas tudo bem. Não queira se recobrir com o amorfismo, muito comum aliás às idéias que voce prega, sejamos verdadeiros nalgumas ocasiões, pois, como voces dizem, o torto também é humano e por isso, a ele, também cabe a verdade, faltando-lhe às vezes um ombro no qual possa se escorar de modo a galgar, com maior facilidade, um degrau na grande escada da vida, como é natural a qualquer pessoa. Eu não ponho palavras na boca de ninguém, tanto que já disse que prefiro os monólogos e não trato de maneira diletante o que escrevo. Não é hostil? E por que essa discussão toda? Já sei: o eufemismo é um atributo paralelo à chantagem. João Paulo

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  14. O Brasil não tem, em termos de música, nada de puramento brasileiro: a bossa decorre do samba, que é um estilo musical elaborado, em sua origem, pelos negros e pobres africanos, aqueles nos quais os sernhorzinhos desceram a sua vergasta, pondo as suas mulheres nas cozinhas e antecamaras de suas casas como mucamas. Convenhamos, a burguesia como um todo é uma mácula; se o pobre não tem consciencia e age em função de se tornar o que um burgues é hoje, não é porque é da sua essencia ser assim, mas por causa dos leviatãs, da igreja, da nobliarquia culta e politizada. E voces, que tanto conhecem de filosofia, também sabem disso, senão é só perscrutar a história. O tipo de música burguesa que ouço, que mesmo assim tem também as suas origens no seio da pobreza, tendo vários compositores nascido e morrido pobres, é a clássica - que, apesar de tudo, nem todo burguês tem tato para apreciá-la. joao paulo

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  15. "Ouvidos ativos e cabeça mais fria, isso que peço a João."

    Um das histórias bíblicas que mais aprecio é a de Moisés.

    Joao Paulo

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  16. Querido João,

    Meu discurso é amorfo? Por favor!

    Como eu opto por me assumir numa condição de um humano inevitavelmente trancafiado em um transito entre ser produto e ser produtor, e por isso mesmo admito que apesar de alguns lados serem vitimas de muitas injustiças, mas por outro, todos os lados possuem suas razões e seus erros, você insiste em colocar minha posição como amorfa, quando na verdade, a minha posição, amorfa é o que não é, uma vez que ela não encara as coisas de forma estática e sem vida em um dicurso simplista e cristalizado entre dominante x dominado, mas sim, como um fluxo, uma dinâmica complexa e inacabada de negociações oriundas de todas as partes.

    Meu ponto de vista não se limita a uma condição de opressor x oprimido. Para mim, apesar de muitas perdas serem evidentes no lado mais fraco, no final das contas, ha sempre um jogo de ganhos e perdas, do contrário, aquele que quer se legitimar no poder, se usasse apenas da imposição, geraria uma insatisfação imensa naquele que seria apenas oprimido. Entenda uma coisa: para a monstruosa burguesia se manter no poder, faz-se necessário que ela também tenha que ceder, do contrário, o prestígio dela enquanto classe, já teria caido. Se ainda não caiu, é por que, apesar de toda a critica que podemos fazer a classe burguesa, os coitados despossuidos também recebem os seus ganhos, apesar de não ser graaandes ganhos.

    Como se percebe, minha posição a respeito disso é dinâmica e em constante fluxo. Enfim, essa minha perspectiva é a do levanta/cai; impõe/cede, e não uma concepção que mais parece uma pica dura que goza e nunca deixa de manter o cacete esporrado ereto por toda a vida.

    Quanto ao aborrecente, eu achei que você estivesse se referindo ao comentário que publiquei sobre o belíssimo texto de Josué, pois em relação ao que eu acho de sua pessoa, continuo achando que você tem uma postura de aborrecente sentado no meio fio dos estacionamentos do shopping tomando vinho Dom Bosco e cuspindo ódios classistas contra o sistema. Porém, apesar de tudo, como eu já te disse, eu o considero um grande escrtor, apesar de admitir que a maioria de seus pontos de vista não condizem com os meus.

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  17. kkkkkkkkkkkkkk gostei joao paulo desse ultimo post . todo ser humano e dissimulado , mas tem alguns humanos dissimulados q n valem a minina confiança e so resta pessoa ficar esperta .

    so queria msm deixa uma nota . tom jobim e passou a maior parte da vida morando em nova iorque e morreu la msm . boosa nova vem mistura de jazz , blues e samba ( como falaram samba tem muitas raizes africanas ) . sera q bossa nova e tao brasileira assim msm ?

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  18. Querido Red,

    Se todos são dissimulados, quem merece mais ou menos confiança? A partir de qual parâmetro você pode determinar que uma mentira é melhor que a outra?

    Não a partir desse seu comentário, mas a partir de nossas conversas, o que eu acho é que apesar de você ter uma postura aparentemente critica ao sistema, você por ainda se utilizar de posicionamentos hierárquicos colocados como se fossem graus que vão de escalas inferiores à superiores, termina fazendo o que sua velha inimiga criticada burguesia fez ao longo de sua história de classe: legitimar como verdadeiro apenas um lado da moeda.

    Em outras palavras: enquanto a burguesia dizia que só era verdadeiro e digno de merecimento as suas grandes conquistas; você só muda o lado do disco, pois tende a encarar a classe faminta como a única classe verdadeira e digna de merecimento pelas suas conquistas.

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  19. ja q o jazz blues surge dos pobres(socialmente) negros afrodecedentes e o samba num contexto semelhante so q num pais diferente , entao podemos dizer q bossa nova e + africana do q brasileira ja q todas as bases vem da critividade artistica negra .

    respodendo a vina(uma pessoa q considero pessoalmente) . a burguesia se aproveita de movimentos musicais de qualidade , para com isso elitiza los , como o caso do jazz blues samba ( esse ultimo pessoalmente n gosto mas respeito ) . fato de vc colocar o povo como legitimadores da elite se da pela falta de consciencia do povo e de um pais com estruturas educacionais pessimas . como um cara pobre se nenhuma orientaça e acesso a educaçao digna vai ter a chance de apreciar jazz , blues , samba , bossa nova e musica classica , muito dificil pra um ser humano . ate msm na elite se ve muito cara q escuta cultura de massa ( vina com isso n to falando q cultura de massa e um lixo completo n ), mas se no meio da elite um grupo q possui um gosto peculiar formando uma classe apreciadora de musicas + elaboradas .

    pessoalmente meu estilo de musica prefirida e o rock , do classico ao metal

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