quarta-feira, 27 de abril de 2011

Malfadado Canto

Anseio por um canto
Para matar-me o afeto
Enfadonho encanto
Entregar-te meu cetro
Afastar-me o pranto
Desnudar o seu teto

Um fado vadio
Teu boné de oleado
O infame assovio
E o destino talhado
Em um canto vazio
Entoar meu achado

Fugir do arrepio
Centro do tornado
Caminhar nesse rio
Apinhar-me ao dedilhado
Um gostar arredio
O suor destilado

Um querer tão tardio
De invadir meu condado
Estilhaços de cio
Um encontro fadado
Ao sabor do covil
O infinito inventado

9 comentários:

  1. Perdão pela falha na semana passada. Não mais acontecerá. Abraço cordial! =)

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  2. Querida Adla,

    cante, cante, cante, procure o afeto, ronde as esquinas de sua alma, os precipicios de seus medos, os gritos de seu ego que não vai adiantar: no final das contas, inventamos sempre o infinito e o que determinamos como finitos não passa de milhares de leituras e de traduções que fazemos a cada instante de nossa vida.

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  3. O canto e o cantinho que procuramos para nos proteger são amontoados de notas e pausas que compomos infinitamente. Vez em quando numa clave, vez em quando em outra. O tempo. Precisamos entender o tempo para encontrar um canto, um cantinho. As pautas são infinitas, mas a partitura não, apenas quando se cansa de (en)cantar. Entoemos então qualquer canto, em qualquer canto...

    Caro Vina TorTO,
    bela intervenção. Muito grata.

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  4. Deixa eu no meu cantinho
    Ponho em meu cachimbo
    Meu e vosso amor
    Acredito num futuro
    Certo sendo incerto
    Um escrever no escuro
    Um não-verso poético...

    _____________________________________

    Musicalidade mil, adorei o poema, querida Adla!

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  5. bacaninha
    literaura e muito importante pra cultura .
    uma pequena e micro critica cachinbo ta na moda .
    alan

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  6. A objetividade de um Maimibass(ou um funk carioca,se preferir)me parece bem mais sensato.Mas,esses versos declamados com sotaque baiano são apaixonáveis.

    madruga

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