terça-feira, 5 de abril de 2011

A dificuldade do bicho de ser bicho

Prossigo assim calado
Vendo ascender às palhas
Cada uma queimada pelas mãos dos homens
Palavras sempre palavras
É o berro da manada
Coisa que vejo quando meus olhos vagueiam em aglomerações.

Tilintar de verbos
Pompa, roupas e versos
Dividem mundos
Fosso ignóbil do medo
Maneira sutil de proteger a carniça.

Quando eu sair dessa prisão
Certeza viro um verme
Mas não para corroer recônditas reentrâncias
Como o filho do carbono
Mas para dissolver a superfície incrustada
Há muito tempo.

Queremos apenas um lugar onde nada seja a todo tempo nem eu nem você.

8 comentários:

  1. Seus textos são bem opacos, caro Reuel. É preciso muito trabalho para fazê-los nos trazer algum sentido - e isto também é um mérito seu. Aliás, adorei a leve contraposição ao serviço do verme de Agusuto dos Anjos... hehehehe!

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  2. hehehhehe Bem josué não entendi muito a crítica, porém acho que essa poesia minha não é a das mais subjetivistas ou incompreensiveis. Para mim tá bem clara as afirmações no texto, preste atenção. Abração meu caro

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  3. Reuel está evoluindo. Agora ele olha os bancos de tia Salete de longe. Deixou de ser bicho grilo e se entortou de vez. De adorador das coisas naturais da vida a contemplador da subjetividade humana. Captei?

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  4. srsrsrsrsera sera que reuel deixou a necessidade doentia de pertencer a grupo alternativo mercadologico conservador que dizem ser libertarios mas nao sao. so sao moda kkkkkkkk.a maioria .
    por isso n faço propaganda de mim msm dizendo por ai que sou livre e 100 porcento do bem .
    prefiro ficar na minha nestes tempos .
    alan

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  5. Não foi crítica, meu caro. Foi elogio! Abração!

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  6. Reuel,

    Só acho que no final das contas, nós queremos o mapa, mas fazemos questão de perdermos o fuso horário das coisas. Queremos a estrada, mas fazeos questão de arrancar todas as placas que pronunciem qualquer possibilidade de direção. Queremos a razão, mas queremos respirar o instinto; queremos a civilização, mas adoramos nos civilizar brigando com qualquer possibilidade civilizatória em nosso dia a dia. Estamos no mato sentindo nossos pés queimarem no asfalto, buscamos desesperadamente o ar puro, necessitando empurrar toneladas de monóxidos de carbonos e de chaminés em nossos peitos. Queremos a fala, mas muitas vezes escolhemos apenas os ruidos. Somos humanos e somos bichos, até por que "queremos apenas um lugar onde nada seja a todo tempo nem eu nem você".
    Achei meio chatinho esse poema, mas foi isso que eu tirei dele.

    abraços

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  7. estamos em guerra
    lutando para n sofrer
    mas a sombra dos estadismo esta ai assombrando que menos espera sua aproximacao
    alan

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