quinta-feira, 16 de junho de 2011

AURORA

AURORA

Aurora me diga como o dia será ao amanhecer?
Fale-me dos homens.
O que farão?
A aurora se foi e escondeu-se atrás do monte.

Enquanto o céu engolia as estrelas.
O vidente via uma praça cheia de homens.
Os homens caminhavam em todas as direções.
Mas nenhum saía da praça.

O dia se fez claro.
Os homens faziam a mesma coisa.
Coisas de homem.
Humana humanidade.
Fraternidade de amigos.

Os humanos matavam seus irmãos.
Negavam-lhes um pedaço de pão.
Amaldiçoavam e abençoavam com a mesma boca.
Uma arma na mão, uma flor na outra.

Nasce uma cruz no meio da praça já perto das três da tarde.

Tenha piedade!
Não sabem o que fazem!

Os homens amaram a cruz.
Seguiram-na da palestina até os confins da terra.
Lamento e dor acompanhou sua evangelização.
Encheram de negros os porões dos navios.
O mar testemunhou a morte de um rei.
Amaram os índios até a morte de seu último herdeiro.

Diga-me aurora como será amanhã?
Amanhã os homens vão à missa, vão ao culto.
Suas vestes contracenam com o espetáculo.
Suas palavras são louvores a cruz.
A cruz da praça.
Onde todos passam.
Eles elas juntos de mãos dadas se abraçam.

Uma gota de sangue cai do altar.
Um mendigo chora à porta formosa.
E eu fechei os olhos até dizer amém.

Diga- me aurora sobre o novo dia!


ROOSEVELT VIEIRA LEITE. Tobias Barreto, 15/05/2011

2 comentários:

  1. Gostei da interconexão cronológico-espacial! E os homens vão, desse jeito, fazendo do que amam instrumento de ódio, e vice-versa, continuamente...

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  2. http://www.youtube.com/watch?v=4Z9WVZddH9w gostaria de que esse video fosse o colocado na participaçao de hoje . a intençao e contribuir e analisar o capitalismo e movimentos sociais ao redor do mundo . obrigado por colocarem . se n colocarem axo estranho esse receio em n colocar o video .
    alan

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