terça-feira, 19 de junho de 2012

Familia, escola e midia segundo Maria da Graça Setton


O artigo traz uma discussão acerca da particularidade da socialização na atualidade. Para Setton (2002), é necessário pensarmos o papel da mídia junto com a escola e a família, afinal, a mídia, a escola e a família “partilham com as instituições midiáticas uma responsabilidade pedagógica (2002; p.107), além de manterem uma relação de interdependência entre elas. Portanto, a proposta do texto “é considerar a família, a escola e a mídia como instâncias socializadoras que coexistem numa relação de interdependência (2002; p.110) enfatizando a rede de tensão e a relação entre elas.

Segundo Setton (2002), “o processo de socialização das formações atuais é um espaço plural de múltiplas referências identitárias” (2002; p.107), e a mídia, a escola e a família tendem a formar “a estrutura de pensamento dos indivíduos ao difundir uma concepção de mundo a partir de uma gama variada de formas simbólicas” (2002; p.109). É por isso que Setton atenta que a educação no mundo moderno não conta apenas com a participação da escola e da família, uma vez que “outras instituições, como a mídia, despontam como parceiras de uma ação pedagógica” (2002; p.109).

No entanto, para Setton (2002), a visão generalizadora acerca das mensagens midiáticas que dá ênfase apenas à dimensão da produção midiática, “esquece de considerar a variedade do universo familiar e escolar da contemporaneidade” (2002; p.110). Para ela, “tais leituras deixam de caracterizar a complexidade de apropriação dos conteúdos dos produtos da indústria cultural” (2002; p.109). É devido a isso que ela opta em se apropriar das teorias que atentam para a capacidade dos sujeitos “construírem sentidos particularizados ao consumirem as mercadorias simbólicas” (2002; p.113).

Com o intuito de fazer uma análise a partir de uma ótica mais complexa das três instâncias de socialização dos indivíduos, Setton, ao abordar acerca da instituição familiar observa que ela é caracterizada pela sua heterogeneidade “bem como a diversidade de comportamentos e relações” (2002; p.112). A autora salienta que a instituição familiar não é passiva, e sim, uma instância que se encontra em conflitos, contradições e transformações, uma vez que ela “revela um poder de adaptação e uma constante resistência em face das mudanças em cada período” (2002; p.111).

Assim como a família, a instituição da escola faz diversos usos do saber de acordo com as diversas trajetórias estudantis, além de também se caracterizar pela variação que ela sofre decorrente das “experiências de vida – familiar, escolar e midiática – dos indivíduos (2002; p.112). Já a cultura de massa é responsável pela circulação das diversas imagens, conteúdos e códigos “que se organizam coerentemente na forma de um sistema integrado de símbolos interdependentes aos valores escolar e familiar(2002; p.113)

Assim, o que podemos notar é que as relações dos indivíduos entre as instâncias família, escola e mídia fazem parte do processo de construção de suas identidades. É por isso que Setton (2002) acredita que se faz necessário focalizar melhor a variedade de combinações e a multiplicidade “entre os agentes socializadores responsáveis pela construção de sujeitos em formação” (2002; p.114) para perceber o quanto “a ampla circularidade dos bens culturais juntamente com a difusão das informações contribuem para o surgimento de novas formas de interação educativa” (2002; p.113).

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