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O Movimento Focolares nasceu em Trento,
em 1943, com o propósito de um agir baseado no Evangelho em meio ao desgaste
humano causado pela Segunda Grande Guerra. Segundo o seu site oficial,
encontra-se, hodiernamente, em 182 países, tendo mais de dois milhões de
agregados. Não obstante sua matriz cristã, o Movimento é de caráter ecumênico,
envolvendo cristãos e não-cristãos, e seu empreendimento econômico mais visível
a Economia de Comunhão, surgida em 1991 (Costa, 1998;Lubich, 2004).
Chiara Lubich atribui a duas
experiências a inspiração para o nascimento da Economia de Comunhão. A primeira
delas teria sido a observação da vida monástica efetivada na cidade de
Einsiedeln na Suíca, onde, segundo a fundadora, teria-se presenciado a
atualização do ideal beneditino “ora e trabalha”. A segunda diz respeito à
leitura da encíclica Centesimus Annus, de autoria do então papa João Paulo II.
Conforme Lubich, nela “o Papa reafirma a Doutrina Social Cristã, o direito à
propriedade privada, a liberdade de associação e a salvaguarda dos direitos
humanos sob todos os aspectos” (Lubich, 2004:12).
Tais experiências teriam instigado a
efetivação de um fazer socioeconômico nas chamadas cidades-testemunhos, ou
Mariápolis permanentes, com as quais se pretendia lançar protótipos de
comunidades cujo modo de organização se daria de acordo com os princípios da
primitiva comunidade cristã, embasando-se na comunhão de bens. Isto se daria
uma vez que, segundo sua fundadora, “os primeiros cristãos a praticavam de modo
livre e, como conseqüência – assim relatam os Atos dos Apóstolos – não havia
entre eles indigente algum”. (Lubich, 2004:12).
A lógica socioeconômica que passou a ser
implementada nas Mariápolis consistia em fazer as empresas lá estabelecidas
gerarem um lucro que seria, para além de ser meramente repartido entre todos,
posto em comum. Isto implicaria estruturar e oferecer trabalho aos mais
desprovidos, em segundo reinvestir no desenvolvimento destas empresas e por fim
aprimorar as estruturas das Mariápolis.
Esta experiência surgida no Brasil (na
cidade-testemunho de Araceli), deslocaria a cultura do ter, acumular e
desperdiçar para a cultura do dar. Isto
seria logrado através do direcionamento da empresa a constituir-se como
comunidade de pessoas altamente responsáveis cujos lucros, como já supracitado,
compreenderiam uma sociedade solidária aos hipossuficientes, gerando, em
contrapartida, homens novos (pessoas renovadas pelo Evangelho, nas palavras de
Paulo “e a renovar-vos pela transformação espiritual da vossa mente, e
revestir-vos do Homem Novo, criado segundo Deus, na justiça e santidade da
verdade”) e incrementando a própria empresa.
Costa (1998) chama a atenção para toda a
reestruturação conceitual e burocrática por que as empresas que se
entusiasmaram com a experiência da Economia de Comunhão tiveram de passar.
Ilustra, assim, casos concretos que reforçam as novas características, quais
sejam, a igualdade fundamental de todos os agentes, cultura da dignidade do
trabalhador, nova organização na jornada de trabalho, uma nova forma de
aproximação com os concorrentes – centrada na cooperação -, nova forma de
relação com os clientes, cobrando taxas mais elevadas aos mais abastados e
menores aos menos.
Caro Josué sua pessoa tem dito muito bem.
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