Mesmo não sabendo o sentido real das palavras, sigo a vida observando as bocas se movimentando, talvez traduzindo a força de algo vivo que disfarça sua angustia nos sons, nomeando aquilo que nem mesmo tem controle ou certeza, para controlar espíritos humanos ou não. Para mim as palavras são como o sexo das árvores ou como o magnetismo terrestre, diria ainda que uma vontade absurda de congelar o tempo para assim evitar o sofrimento e não obstante a morte. Alguns homens traduzem com menos profundidade as palavras, pois aprenderam com outros mamíferos a cortejar sem manifestar grande complexidade de códigos falados, aí então usam qualquer outra coisa com metal ou vida para os outros olharem e sonharem com a satisfação dos seus prazeres. Todos os tipos de heróis ou modelos foram coisas criadas para nos fazer sonhar e cultuar a ilusão, pois nós temos uma tendência a nos saciar na dor e na mentira, fazendo da lacuna uma bengala.
Quero ser um espírito melhor, mas pra isso tenho que caminhar pelo domínio da minha matéria desgovernada, pulsante e caótica. Vejo que o caminho do equilíbrio e do bem, ou seja, da evolução parece tão turvo e tão difícil. Como falei aqui com outras palavras, querer o bem não é necessariamente ser bondoso, isso que chamam de espírito evoluído é algo que terrenamente parece ser difícil. Compreendo hoje que sentimentos opostos em demasia são uma coisa só, apenas com caras diferentes, por isso que amor demais pode gerar egoísmo e supressão de um outro ego, como querer demasiadamente o mal do outro pode gerar morte do outro e de nós mesmos. Causar dor quando se quer bem pode elevar o espírito alheio. O problema das pessoas que exaltam hoje o amor e o bem, é que não possuem tempo de se olhar no espelho, na verdade possuem uma certeza sobre eles mesmos que muitas vezes não dão tempo do espelho refletir sua imagem, assim congelam aquilo que idealizam em um espelho postiço.
Somos todos idealistas de um suposto equilíbrio, creio que é salutar essa busca, porém sei que sabemos pouco sobre nossas atividades inconscientes, e das improbabilidades da vida. Pensando nas palavras de Nietzche, creio que a vontade de poder que se traduz culturalmente como fazer o bem, que contempla toda a sorte de nobreza, é para mim uma atividade positiva, pois é ao contrario da morte (o mal), uma atividade de natureza recíproca, portanto ela soma, já a outra pode apenas devolver ela mesma. Claro que não coloco essas nomenclaturas (mal e bem) em um sentido absoluto, falo daquilo que convencionamos chamar como tal, afinal para o cosmo tudo é vida tanto a desconstrução como a construção.
Quero ser um espírito melhor, mas pra isso tenho que caminhar pelo domínio da minha matéria desgovernada, pulsante e caótica. Vejo que o caminho do equilíbrio e do bem, ou seja, da evolução parece tão turvo e tão difícil. Como falei aqui com outras palavras, querer o bem não é necessariamente ser bondoso, isso que chamam de espírito evoluído é algo que terrenamente parece ser difícil. Compreendo hoje que sentimentos opostos em demasia são uma coisa só, apenas com caras diferentes, por isso que amor demais pode gerar egoísmo e supressão de um outro ego, como querer demasiadamente o mal do outro pode gerar morte do outro e de nós mesmos. Causar dor quando se quer bem pode elevar o espírito alheio. O problema das pessoas que exaltam hoje o amor e o bem, é que não possuem tempo de se olhar no espelho, na verdade possuem uma certeza sobre eles mesmos que muitas vezes não dão tempo do espelho refletir sua imagem, assim congelam aquilo que idealizam em um espelho postiço.
Somos todos idealistas de um suposto equilíbrio, creio que é salutar essa busca, porém sei que sabemos pouco sobre nossas atividades inconscientes, e das improbabilidades da vida. Pensando nas palavras de Nietzche, creio que a vontade de poder que se traduz culturalmente como fazer o bem, que contempla toda a sorte de nobreza, é para mim uma atividade positiva, pois é ao contrario da morte (o mal), uma atividade de natureza recíproca, portanto ela soma, já a outra pode apenas devolver ela mesma. Claro que não coloco essas nomenclaturas (mal e bem) em um sentido absoluto, falo daquilo que convencionamos chamar como tal, afinal para o cosmo tudo é vida tanto a desconstrução como a construção.
Reuel,,
ResponderExcluirÉ isso mesmo cara. O humano tem como plenitude a sua inevitável imperfeição. Na verdade, a lacuna não é sua bengala, mas ele busca de qualquer forma encontrar uma bengala devido as suas lacunas. Ele é o que falta em todos os sentidos. O humano se encontra em meio a no minimo duas possibilidades que antagonicamente se harmonizam o tempo inteiro. É por isso que você chama atenção acerca da tentativa de teatralizar ou ingenuamente buscar uma plenitude. Somos metade de um lado e metade de outro e que essas metades não nos ajudam e não se encontram equilibradas em seus 50%. Elas variam. As vezes um lado possui 60, outro 40; as vezes um lado possui 98 e outro 2. Ainda posso dizer que em vários momentos essas a parte de cada lado se divide em infindáveis outras partes. Pendemos mais para um lado e menos para outro em um momento e mudamos pendendo para o outro lado em outra ocasião e em outro momento ficamos a ver navios em desertos. Essa é a trajetória torta do sujeito cheio de sonhos infinitos e indecisões. Negar essa condição, é como vocè expos, provar o quanto o sujeito não se interpreta e não se coloca ele próprio contra a parede.
O indivíduo precisa quebrar com essa busca esquizóide de criar a todo custo etiquetas para provar ao outro o que de fato ele não consegue ser mesmo que ele queira. Vamos romantizar sim, mas dentro de uma ótica que nos enriqueça e nos possibilite fazer uma leitura critica acerca da complexidade da realidade e de nós mesmos, e não como forma de querer ser algo que a própria condição de sujeito desejante e faltoso de si não permite a nenhum humano.
O problema não está na palavra, penso, mas no ser humano que é dado a categorizar na teoria o que não consegue aplicar na prática. Mas um dia evoluiremos o bastante para controlar nosso instinto/desejos/ignorância e sobrepujarmo-los completamente pelo intelecto, num nível de consciência e racionalidade absurdamente amplo. A razão, como chamamos, isto é, intelecto, capacidade de discernir e fazer escolhas as quais tomamos por complexas é relativamente recente em nossa espécie.
ResponderExcluirentao lou na minha visao o sistema que permite isso e o anarquismo com sua autogestao , ando relendo bakunin a tempo atras li um texto de kroptkin ambos falam da importancia da educaçao em massa , sem hierarquias , o uso de genios e pessoas com intelecto para educar dps vejo se coloco algo mais elaborado se puxar um dialogo aqui no torto sobre esse assunto .
ResponderExcluirpara terminar o anarquismo fala que essasescolas autogestarias serao abertas ao povo todo qualquer um pode entrar tanto a criança como adulto tem o aprender nesta escola todos estudam juntos eambos passam conhecimento para outro mas começo da anrquiae necessario de genios para desenvolver o anarquismo .
alan
Lou,
ResponderExcluirNão compactuo muito dessa ideia de conceber uma escala ascendente para se atingir o ápice da perfeição humana sob o critétio hierarquico da razão. Primeiro: quem me prova que isso que chamamos de razão é a melhor coisa que temos? Segundo: por que só à razão é concebida a perspectiva de termos consciência das coisas? De qual razão você fala? A de palavras técnicas e instrumentalizadas? Se for, eu não preciso saber as definições conceituais do que seja um rio para deixar de jogar lixo nele. Não preciso ter teorias para ser consciente. A razão seria a verdade? Qual? Se a verdade já é proveniente da dúvida, como podemos pensar a verdade composta apenas de verdades? E se fosse, como você me justificaria uma verdade, mesmo sendo analisada cientificamente, ser refutada e dar lugar a uma outra "verdade"?? Qual o seu critério de maturidade e de perfeição? Quando todos os humanos conseguiriam compartilhar decisões em comum sem haver a incoerencia, a contradição, o paradoxo, o conflito, disso que você argumentou como mescla de instinto/desejos/ignorância?
abraços
"...Mas um dia evoluiremos o bastante para controlar nosso instinto/desejos/ignorância e sobrepujarmo-los completamente pelo intelecto, num nível de consciência e racionalidade absurdamente amplo. A razão, como chamamos, isto é, intelecto, capacidade de discernir e fazer escolhas as quais tomamos por complexas é relativamente recente em nossa espécie."
ResponderExcluirAinda sou cético em relação a humanidade, não acredito nessas condições em termos gerais, talvez até possamos evolir nossa capaciadade cerebral em função de nossa sobrevivencia em paz. Daqui a alguns milenios, quando sobrar alguns "gatos pingados" na seleção natural...
Nossa raça será reduzida quase por completo em termos naturais por nosso instinto bicho. O intelecto evoluído não virá a tempo de salvar a humanidade inteira, mas alguns homens, talvez nenhum. O bicho falará mais alto durante um bom tempo até a barbárie berrante nos calar e nos fazer usar o cérebro em termos gerais para futuro...
Alan: tenho de discordar, Alan. O Anarquismo só funcionaria eficazmente após o alcance dessa consciência plena. Hoje, não creio que gerasse mais ordem do que caos, reconhecendo que certas medidas de controle não são, também, tão eficazes quanto pressupõem.
ResponderExcluirVina: Este estágio será reconhecido quando não sentirmos mais qualquer espécie de ânsia ou vazio. O pleno conhecimento e controle racional dos sentidos e da matéria nos dará discernimento suficiente para não entrar em contradição. Eu não coaduno com o fato de que a mutabilidade humana não permitiria que alcançássemos uma avançada ordem social que excluísse qualquer tipo de desavença. Aos poucos reduziríamos a histeria e a obsessão à meros desvios psicológicos causados pela má administração energética e ignorância de como se dá o completo funcionamento da psique. Transformaremos a subjetividade em definição concreta e palpável, cada vez mais e mais, até que não sobre nada mais que não possamos saber ou manipular, seja orgânico ou inorgânico. E o que é o cérebro? Um órgão em que ocorrem reações químicas. A subjetividade é um limite que temos em interpretar a tudo completamente; é a precariedade de nosso saber parcial.
Miguel: "Nossa raça será reduzida quase por completo em termos naturais por nosso instinto bicho."; Penso, ao analisar a evolução de nossa espécie, que o caminho é o oposto. A seleção não será mais natural, será racional. O homem já possui meios para reverter qualquer situação natural que possa vir a causar sua extinção. De outro modo, tanto o domínio quanto a servidão são formas de sobrevivência. Eu penso na evolução (que, para mim, significa tudo que traduza-se em alegria, paz e conforto duradouro, isto é, uma vida em que o equilíbrio entre as possibilidades cause harmonia geral, seja de que forma ou tendência for), ainda que lenta, gradual, a duras penas, enfim. Coisa pra daqui a milênios, como diz Miguel e os Espíritas.
Lou,
ResponderExcluir"Este estágio será reconhecido quando não sentirmos mais qualquer espécie de ânsia ou vazio".
O reconhecimento só se dá no instante em que precisamos dar sentido a alguma perspectiva. Sem ansia ou vazio a realidade estaria completa, e estando completa ela não precisaria ser reconhecida. Só reconhecemos por que temos nossos porquês e os porquês são provenientes da busca e a busca é a falta e a falta só decorre do vazio.
"avançada ordem social que excluísse qualquer tipo de desavença".
Veja bem: avançada x desavença. Por que uma sociedade seria melhor se ela fosse apenas harmônica? Será que os conflitos não produzem resultados frutiferos como revisões de valores, e, portanto, mudanças sociais? Nunca mudariamos se não tivessemos os conflitos. Como é que você pensa em uma mudança para a paz sem antes se passar pelos tais conflitos?
"A subjetividade é um limite que temos em interpretar a tudo completamente; é a precariedade de nosso saber parcial".
Seria a subjetividade um limite ou um enriquecimento interpretativo que cada pessoa passa a dar ao mundo? Pra você o ideal seria uma razão homogenea, prática e robótica na qual todos automaticamente reagiriam sob o mesmo efeito a tudo de forma semelhante?
Vina,
ResponderExcluirNão se pode pensar a possibilidade de observar a realidade e tentar melhorá-la sem sentimentos de ânsia e vazio? Não posso concordar que, controlando (manipulando, administrando as próprias sensações racionalmente) a angústia da incompletude, terminaríamos por extinguir as razões para continuar existindo. É disso que falo: um futuro no qual os espíritos que necessitarem de faltas e anseios para progredirem sejam extirpados. Obviamente, isto ocorrerá de maneira natural, numa espécie de remodelação cultural guiada por uma razão a cada instante mais completa, pura e livre de conflitos e paradoxos, sapiente de um discernimento que os vê desnecessários por já conhecê-los e dispor de métodos para driblá-los, evitando desgastes infrutíferos. A contradição só é necessária quando o conhecimento é parcial. A cada momento descobre-se mais, havendo cada vez menos contradições. Veja, o momento atual pode ser confuso neste sentido: há personalidades que insistem em validar a tudo pelo simples fato de tudo existir. Posso aceitar o discurso de que haja, no âmbito social, uma série contrariedades, de contingências, que nos obriguem a encontrar métodos flexíveis, isto é, tortos, como gosta de utilizar, para harmonizá-los; mas isto não indica que estes métodos sejam os ideais. Deve-se nivelar pelo amplo, pelo completo (e, aos poucos, por igual).
A tortidão é necessária enquanto há diferenças de todo gênero, fazendo-se valer como opção razoável o entendimento dos pesos e medidas distintos à cada proposição. Contudo, deve-se entender que esta é uma medida temporária, um reajuste: aos poucos a humanidade chegará a níveis em que determinada ordem poderá ser entendida, respeitada e ajustada comum e positivamente, tanto pelo fato dos líderes quanto dos liderados virem a possuir níveis intelectuais mais aperfeiçoados. Tudo isto, como afirmei antes, num futuro distante.
Quanto à questão da subjetividade, respondo a sua última questão afirmando-a que sim. Quando se conhece a tudo, interpreta-se a tudo completamente, verificando o entendimento perfeito de dada teoria, assertiva, visão etc. Desta maneira, uma assertiva só seria dada se abarcasse objetivamente conceitos concretos e absolutamente compreensíveis, irrefutáveis, seja em qualquer nível de complexidade. Num exemplo simples, diria que a decodificabilidade das proposições nos eximiria de subvertê-las ou injetá-las novos sentidos, por pura e simples ausência de motivo: como quem vê desnecessidade em subverter o conceito de "cadeira"; a homogeneidade seria fruto de um consenso formado por seres evoluídos ao ponto de considerar qualquer conhecimento, em qualquer nível, todo simples e óbvios.
Bem, o Vicicius de Moraes tem um frase um tanto interessante: "O tempo de paz não faz nem desfaz". Pensando nisso creio que se falando de mundo material a dieletica é devir, conflito é vida, ação, verbo... porém tenho minhas duvidas que a solidariedade entre os humanos viria através da razão, o mundo humano está hoje em risco por conta dessa fé na racionalidade, e obviamente, na forma como direcionaram ela, o fim que deram a ela claro. Para mim não consciência não estritamente sinônimo de racionalidade, se assim fosse a Europa estaria em plena harmonia com o mundo, é a da cultura proveniente dela que estamos falando. Até quando devemos esperar pela total evolução da cultura europeia em nosso tempo para alcançarmos o equilibrio entre dor e vida? Para mim, quando falamos em desenvolvimento da ciência, falamos em evolução de uma cultura especifica, devemos portanto avaliar isso. Para mim, um dos feitos de maior significancia que a cultura europeia engendrou no mundo, foi uma conservação e um almento populacional enorme, pois até agora a ciência não suplantou a angustia de estar vivo, apenas criou novos meios para direcionalas. Nunca tivemos que tomar tanto remadio para cuidar do nosso humor como hoje, e quem diz isso não sou eu, são os clinicos hehehe
ResponderExcluirReuel Astronauta
Só discordo de quando associa a racionalidade restritamente à cultura Europeia. O fato de que a Europa é o continente que mais fundiu-se a outras culturas e se apropriou de tecnologias avançadas de cada uma delas, como as orientais e a maia, por exemplo, pode dar esta impressão. A racionalidade de que falo está além da cultura. O exemplo que deu, dos remédios, não anula o sofrimento que os antepassados passaram: só os tomamos por termos adquirido o conhecimento de sua formulação e efeitos, e, aparentemente, este conhecimento nos permitiu potencialidades (mesmo que seja pelo apaziguamento de dado sofrimento, com os efeitos colaterais relativos). Julgar o uso de determinada tecnologia como restrito a uma cultura sem valorizá-lo pelo conhecimento engendrado em fabricá-la seria negligenciar um avanço tão só por pertencer a uma cultura da qual não nos sentimos participantes. É repetir o erro de alguns europeus nos séculos de colonização para com as culturas americanas e africanas: havia uma complexidade ali que, se trabalhadas de maneira mais racional (é este o conceito de racionalidade que suponho), poderiam ter tornado a agricultura, a medicina, a religião, as organizações sociais, o meio ambiente etc., muito mais avançadas. De toda forma, sempre há tempo e o conhecimento alcançado por estes povos pode ser alcançado novamente por qualquer outro: investimento em pesquisas é o que não falta, ainda que não se dê a devida atenção a boa parte delas.
ResponderExcluirOs critérios de evolução, razão e avanço que utilizo estão ligados a um conceito mais pleno do que a idiossincrasia de dada cultura específica. A fusão de pontos positivos de diversas culturas nos levará a aperfeiçoar essa razão. Até pouco tempo atrás, por exemplo, o Japão era o pais tecnologicamente mais avançado do mundo e que possuía a sociedade mais bem organizada, para estes parâmetros os quais chama de "Europeus".
Sim obviamente poderíamos falar de uma infinidade de povos que desde a Grécia os europeus sugaram informações, conhecimentos, hábitos enfim... (de Árabes a Judeus, Americanos...) o que creio é que foram eles que codificaram esse tipo de conhecimento e exportaram para o mundo, que com suas peculiaridades a desenvolvem. Creio que o discurso científica ou essa dita racionalidade é legitimada como verdade, e boa parte da nossa epistemologia é fruto dessa leitura européia. Eu sei que embora tenhamos ainda forte influência da mesma as cartas mudaram e os imperialismos tb, então essa racionalidade se desenvolve de forma peculiar em cada país, hoje os EUA é exportador de seus modos de pensar e de viver (o que tb tem como base a própria influencia européia). É de suma ingenuidade descartarmos o que foi Comte, Einstein, Marx e Nietzsche para a cultura do século XX e que ecoam suas vozes até os nossos tempos. Creio que nós revisitamos pouco os ensinamentos e conhecimentos de culturas diferentes, hoje com a insurgência da crise ambiental, se tem revisitado a agricultura de alguns povos mais tradicionais entre outros tipos de contato.
ResponderExcluirFalei dos remédios para dar um exemplo, sofre é uma condição humana, até pq se assim não o fosse nunca passaríamos de um estado embrionário de desenvolvimento, se não fosse à dor e o erro.
"Julgar o uso de determinada tecnologia como restrito a uma cultura sem valorizá-lo pelo conhecimento engendrado em fabricá-la seria negligenciar um avanço tão só por pertencer a uma cultura da qual não nos sentimos participantes."
Não entendi isso... bem, cada cultura tem seu jogo de perdas e ganhos, criar um objeto para suplantar uma carência, pode gerar outras necessidade e assim por diante, o fato de produzirmos em larga escala por exemplo, a partir de maquinários geniosos, possibilitou descartar empregos, o uso de remédios devido a geração de doenças por conta da bioquímica que se desenvolveu para diminuir as pragas. Agente hoje se comunica com o mundo, mas nunca vivemos tão só, porém hoje eu posso projetar meu trabalho para longe e permitir uma boa comunicação para gerar ganhos para mim. Hoje ainda fazemos guerras, e detalhe ainda mais eficazes que a de antes. Eu acho muito difícil a racionalidade suplantar os instintos humanos, e é isso que eu vejo no discurso do colega, se algum dia virarmos alguma coisa que não seja animal poderemos chegar a esse grau de solidariedade que o amigo fala. Pq mesmo o discurso científico como já dizia o próprio Nietzsche está guiado por instintos humanos. Conseguimos criar signos para os nossos desejos viscerais, mas creio que eles ainda vão perdurar. Hoje estamos em um cenário que a fé no ser humano se esvai a cada dia.
E segundo, como assim eu não me sinto pertencente a essa cultura? Eu estou totalmente imerso nela, e acho que a cultura livresca, textual, deveria ser mais assimilada no Brasil, pois ela permitiu uma reprodução atemporal dos hábitos e conhecimentos, ao qual podemos acessar a qualquer hora, é só ir em alguma biblioteca, portanto se tornou de alguma forma mais complexa ou melhor, distinta das dos seres deslocados das periferias brasileiras, que cada vez se organiza inclusive, sem precisar de Einstein ou qualquer outra coisa.
A natureza é puro caos, não será nenhum positivismo religioso que irá suplantar o imperativo mais real que já admirei na minha vida.
Reuel Astronauta.
Correção: "sofrer é uma condição humana"
ResponderExcluirPara mim o grande erro da cultura ocidental foi perder essa consciência e achar que algum dia poderiamos dominar a nossa natureza dentro e fora de nós.
ResponderExcluirReuel Astronauta
4. "Falei dos remédios para dar um exemplo, sofre é uma condição humana, até pq se assim não o fosse nunca passaríamos de um estado embrionário de desenvolvimento, se não fosse à dor e o erro."
ResponderExcluirBem, os animais sofrem. O desenvolvimento se dá pela descoberta de como desviar-se do sofrimento. Alguns seres humanos são mais suscetíveis ao sofrimento, por sentirem mais dor, ânsia, falta, vazio, culpa, medo, ira, possivelmente derivados dos limites naturais aos seus desejos, vontades, outros menos. Temos Gandhi e Bush como exemplares da tendência de uma mesma raça, que, embora tenham sentido ambos sofrimento, em suas diversas categorias, percebe-se a diferença em como cada um sublimou, resistiu ou transferiu estes impulsos. Eu não sei como ocorre a evolução de uma dada espécie, mas acredito que seja sempre continua. Se vês maior equilíbrio nas árvores e nos animais irracionais, ou nos povos com níveis tecnológicos menores, também vês menos possibilidades, menos poder. Chegará o tempo em que a experiência nos ajudará a controlar o poder que alcançamos. Tente associar poder não há um conceito político, mas à possibilidade intelectual humana de organizar, aperfeiçoar, criar etc. Eliminar o lado destrutivo do poder ocorrerá com o humano, assim creio, num futuro distante.
5. "criar um objeto para suplantar uma carência, pode gerar outras necessidade e assim por diante, o fato de produzirmos em larga escala por exemplo, a partir de maquinários geniosos, possibilitou descartar empregos"; "o uso de remédios devido a geração de doenças por conta da bioquímica que se desenvolveu para diminuir as pragas"; "Agente hoje se comunica com o mundo, mas nunca vivemos tão só"; "Hoje ainda fazemos guerras, e detalhe ainda mais eficazes que a de antes."
Vê-se neste discurso, claramente, uma unilateralidade de concepções. O fato de uma causa gerar uma consequência não significa que esta causa não possua valor estimável. Depois, culpar a mal emprego de dado conhecimento quando implantado de maneira prática é parte do processo de aperfeiçoamento deste conhecimento. Se a eliminação ou resolução de dado problema acabou por gerar outro, cabe a nós desenvolvermos melhor os métodos que utilizamos, no intuito de angariar uma maior eficácia. Não se deve interromper o desenvolvimento só por conta de ter-se encontrado falhas em suas técnicas. Aos poucos, chega-se ao nível desejado, de forma equilibrada. Ainda que este discurso seja o utilizado e na prática ainda se perceba desvios: é isto o que há de mais natural no ser humano, em fase de desenvolvimento. A vida na Terra possui, calcula-se, 3,5 bilhões de anos, para uma Terra com, estima-se, 4,6 bilhões. Não serão, certamente, 6 mil anos de civilização suficientes para solucionar todos os seus problemas. A contradição é fruto do perpassar evolutivo. A saúde e o bem-estar do homem são os niveladores de suas reformas: e isto acontecerá segundo a avaliação dos próprios limites.
6. "E segundo, como assim eu não me sinto pertencente a essa cultura?"
ResponderExcluirSe não, me perdoe. Foi que o deu a entender pelo último discurso.
7. "A natureza é puro caos, não será nenhum positivismo religioso que irá suplantar o imperativo mais real que já admirei na minha vida"
A perspectiva positivista de evolução não passa apenas pela concepção espiritual kardecista, mas por correntes da biologia, da antropologia, mesmo a concepção cósmica de expansão trazida pela recente astrofísica. Eu não sei exatamente o que quer dizer com o "imperativo mais real", mas minha opinião acerca do caos, tomando por caos a concepção matemática de que: "Em sistemas dinâmicos complexos, determinados resultados podem ser 'instáveis' no que diz respeito à evolução temporal como função de seus parâmetros e variáveis. Isso significa que certos resultados determinados são causados pela ação e a interação de elementos de forma praticamente aleatória.", penso, ainda, que há uma restrição humana em calcular essas variáveis numa função mais complexa. Eu diria do caos, de maneira simples e restrita a minha ignorância, frustração humana na percepção de que suas expectativas de ordem não funcionam como esperava. Cabe ao homem eliminar o caos através de um estudo mais profundo, abrangente, completo, conciso, enfim, superior ao que já possui e assim sucessivamente.
Blogger de merda, rei. Perdi metade do texto por causa de um erro técnico.
ResponderExcluirfoucault fla do distanciamento do ser humano integrado com natureza do pensamento do grego nao e toa que os deuses tinha cracteristicas panteistas com caracteristicas humanas .zeus poisedon etc , para o controle dela na idade moderna idem pos moderna que mudou na parte socio cultural
ResponderExcluiralan
Alan,Lou,Reuel
ResponderExcluirConcordo, mas vou mais além da cultura grega. Se pensarmos os povos milenares do oriente, veremos que as próprias religiões deles são marcadas por esse transito, ou seja, essa fusão de elementos. O ocidente, principalmente o ocidente posterior ao iluminismo, começou a insistir em classificações bipolares como fé x razão, fazendo com que a última prevalecesse.
Como disse Reuel, não necessariamente o que acreditamos ser a razão, seja de fato algo melhor que o humano adquiriu em sua evolução. Ao contrário. O que temos percebido é que essa razão já provocou grandes males, assim como a religião.
O que eu acho, é que diferente de Lou, a maturidade siginificará a capacidade do humano saber transitar sua subjetividade com sua objetividade. Enfim, saber vincular estratégias com afetos.
Realmente, não consigo conceber a ideia de pensar a razão apenas como a representação da plenitude. Para mim, a vida humana é rica por suas mudanças, mas só se existe mudanças quando se há conflitos, pois os conflitos permitem revisar novos valores para o melhor e também para o pior. A falta é o que nos torna perfeitos em nossa infindável riqueza de criação. Um homem meramente submetido a razão é um homem limitado em si mesmo.
eu flei de acordo com visao de focault , pra mim esta claro que o texto e parte comentarios tratam do que foucault fala em prte das suas primeiras obras em meados de 1966 .
ResponderExcluircomo vc falou tbm concordo que o ser humano consiguira evoluir realmente ser ele souber conciliar a sua afetividade de acordo com suas objetividades com outros humanos , axo que nem religiao e nem uma razao voltada para competividade e atualemnte so para consumo vai permitir essa evoluçao . mas vejamos que essa crise economica e subjetiva trara
alan
Após a segunda distorção do sentido de razão que tento trazer, tentarei explicá-lo minuciosamente:
ResponderExcluir"Razão é a capacidade da mente humana que permite chegar a conclusões a partir de suposições ou premissas. É, entre outros, um dos meios pelo qual os seres racionais propõem razões ou explicações para causa e efeito. A razão é particularmente associada à natureza humana, ao que é único e definidor do ser humano. A razão permite identificar e operar conceitos em abstração, resolver problemas, encontrar coerência ou contradição entre eles e, assim, descartar ou formar novos conceitos, de uma forma ordenada e, geralmente, orientada para objetivos. Inclui raciocinar, apreender, compreender, ponderar e julgar, por vezes usada como sinônimo de inteligência." (Wikipédia)
O trânsito de que fala, Vina, cessará quando os afetos forem controlados pela razão, isto é, capacidade de discernimento. Se em algum momento a razão não atingiu completo discernimento, isto é, completude de efeitos desejados, na prática, como se imaginou na respectiva teoria, esta não era uma razão plena.
Outros conceitos:
1. Objetividade é a qualidade daquilo que é objetivo, externo à consciência, resultado de observação imparcial, independente das preferências individuais.
2. Subjetividade é entendida como o espaço íntimo do indivíduo (mundo interno) com o qual ele se relaciona com o mundo social (mundo externo), resultando tanto em marcas singulares na formação do indivíduo quanto na construção de crenças e valores compartilhados na dimensão cultural que vão constituir a experiência histórica e coletiva dos grupos e populações. (Wikipédia)
Como se pode perceber, a subjetividade é uma espécie de falha, de má compreensão. Se pudéssemos entender a tudo perfeitamente, isto é, se calculássemos todas as variáveis possíveis de todas as funções do universo (humano, cósmico, político, matemático, sociológico), não entraríamos em contradição, pois não teríamos concepções individuais que se entrechocassem quando colocadas em discussão.
Entendam bem, o que estou a dizer diz respeito à um tempo longínquo. Meu discurso é uma projeção, pode-se dizer até utópica. Estou a analisar de maneira macro e "ignorando" (não dando relevância tão grande, já que provêm de um espaço de tempo comparativamente curto, quando em relação ao início da vida na terra, datada, cogita-se, de 3,5 bilhões de anos atrás) as peculariedades culturais adquiridas de 10.000 a.C. para cá.
Utilizo a Era do Fogo como marco inicial do afastamento do homem da animalidade. Dividam 10.000 por 3.500.000.000, depois multipliquem por 100 e encontrem a porcentagem de tempo que representa este período em relação ao início da vida orgânica... Penso que é relativamente curto. Fora se estes números estiverem errados, ou se já houveram outras civilizações evoluídas que se extinguiram, como acreditam as correntes esotéricas, com o exemplo dos Atlantes e dos Lemurianos. De fato, segundo um documentário que assisti acerca das construções Incas em Machu Picchu, a engenharia ali é tão complexa, os cortes nas pedras são tão perfeitos que duvida-se que tivessem sido humanos comuns a fazê-los, tal como nas pirâmides egípcias. Outra hipótese é a de visitas extraterrenas a trazer constantes "upgrades", como pensa o autor de "Eram os Deuses Astronautas".
ResponderExcluirlou vc esta usando conceitos para mim um tanto gramaticos de dicionarios , subjetivo vem do imaginarios ,existe varias interpretaçoes do subjetivo , neste assunto n gosto de respostas oficiais . para mim n se pode levar o fato cultural da construçao do ser humano , na minha opiniao existe elementos mais importantes do que cultura na construçao do ser humano
ResponderExcluiralan
Lou,
ResponderExcluirNão discordo que a razão seja a capacidade de ordenar nosso pensamento. No entanto, não acredito que existiria uma razão se não existissem subjetividades. Como eu posso dizer, ou ordenar o discurso: socialismo é uma mentira e o outro dizer: socialismo é uma verdade, se não for pela forma como cada um enxerga esse socialismo? Esse enxergar de cada um diz respeito à subjetividade. Não há lógicas sem perpectivas próprias. Para mim, nada existe em separado.