segunda-feira, 29 de agosto de 2011

As meninas do Torto

Semana passada, eu estava conversando com o amigo Vina sobre a atuação feminina no Torto. Ele já tinha se referido quanto a minha participação, eu era a única que mantem como autora no blog. Claro, que algumas colocam suas opiniões e participaram também, mas em relação aos homens a porcentagem e pouco significativa. Mas por que? Por que a maioria e masculina? Se as mulheres tem o mesmo espaço, a mesma oportunidade e os mesmos recursos que eles?
Antes, ao estudar sobre algumas pintoras, artistas e figuras publicas, a maioria dos autores e autoras de artigos e livros diziam que a atuação feminina era pequena devido a opressiva relação de poder entre os homens, pois uma pintora naquela época não tinha o mesmo respaldo que um pintor. Sabemos de Da Vicci, Velazquez, Van Gogh, mas não sabemos muito sobre as pintoras, ao não ser alguns amantes da arte, rondando pelo senso comum. Frida somente apareceu na idade contemporânea, tempo em que a manifestação da minoria entrou em ebulição. Concordo, que seria injusta em não enumerar algumas que marcaram séculos ou ate milênios, podemos ver Cleopatra, Joana D`arc, Edith Piaf... Mas repito, a manifestação feminina não tem a mesma regularidade que a masculina.
Para que serviu o movimento feminista, se elas não t^em a mesma atuação que eles, sem contar que muitas permanecem amarradas aos códigos dos machos? Não me coloco como uma feminista a frente do meu tempo, pois vejo que o machismo me beneficia muito, mas tenho a convicção de que muitas conquistas podem ser bem usufruídas. Defender ideias ou tentativas de criar outros modelos paralelos aos convencionais são sempre bem vindos e vejo que isso ainda fica para poucas delas. Mesmo que alguns reafirmem que as mulheres conseguiram conquistar o seu espaço, não nego, ate porque elas precisavam disso por uma questão de mercado e não so exclusivamente politico, elas são minoria. E não porque a sociedade machista as impede, mas porque as mulheres amam o espaço quente das leis dos homens. Ainda impera, simbolicamente, a mulher servir o homem para o sexo, depois de mais um dia cansativo de trabalho.
E so vermos quantos foram os cineastas que ganhou o Oscar e quantas são as atrizes que representam o papel da bonequinha de luxo. Os papeis para pensar, em questão de números, são deles. Os papeis para exibição, são delas. Hitchcok, cineasta inglês diretor do filme Janela Indiscreta (1954), não media esforços para colocar as loiras sensuais em papeis de objetos de desejos, enquanto os homens atuavam em toda a arquitetura pensante da trama.
Enfim, o que há com todas elas? Inclusive com as meninas que poderiam colaborar de alguma forma com o Torto? Sabemos que as nossas diferenças entre os homens são pequenas, afinal pertencemos a mesma espécie e procedemos de uma mesma taxonomia. Mas as pequenas diferenças poderiam trazer uma olhar diferenciado e menos previsível daquilo que e posto na tv e em outras formas de manifestação. Acho que o clube da Luluzinha não termine tao cedo, pois elas resistem ainda em largar a maquiagem e o espelho. Esse o ultimo esta acima de qualquer coisa.

7 comentários:

  1. Mai

    Pois é, as mulheres gritam muitas vezes de forma irritante para o reconhecimento de sua igualdade dentro da esfera pública na sociedade, mas as próprias mulheres não se mostram capazes de pelo menos tirar parte dos preconceitos e esteriótipos que foram criados para elas.

    Mesmo que você divulgue este texto para comunidades feministas e tal, duvido que haja até o final da semana, pelo menos mais de que um comentário ou outro por parte delas. Ah, olhe que hoje eu me acordei otimista.

    As mulheres não são inferiores mas elas ainda se acham e por isso mesmo se tornam. As mulheres tem medo da avaliação dos outros. A maioria das mulheres, inclusive as chatas das feministas, têm medo de estender um argumento com os machos, pois as coitadas foram educadas a se castrar e serem colocadas como inferiores, obrigadas a fechar as pernas pra não mostrar o priquito, etc. As mulheres são covardes, as mulheres são inseguras, as mulheres mal conseguem se articular entre elas mesmas a partir do instante que passam a competir entre elas qual delas usa o melhor vestido e é mais gostosa. As mulheres se posicionam de forma que a gente não sente culpa em olhá-las de forma secundária. As mulheres, apesar de no discurso lutar por emancipação, são menores e mais incapacitadas, pois assim elas constroem a representação delas para a sociedade.

    Mas felizmente o torto possui uma exceção de mulher. Vc é de fuder Mai. Um tesão de mulher e de capacidade discursiva e de indepencia em sua forma de enxergar o mundo.

    bjs tesudos kkkkkkk

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  2. Não posso expressar um juízo de valor pois nao sou mulher, entretanto me parece que há ainda um bom trecho para as mulheres percorrerem se o que elas desejam é um igual reconhecimento na sociedade, como na questão salarial e na consideração de sua efetividade no processo histórico, pois se na antiguidade as mulheres não ficassem na volta da "aldeia" cuidando das crianças e das plantaçoes muito provavelmente nao estariamos aqui na era da informação buscando um maior maior reconhecimento para esses seres que por mais superficias que sejam desarrazoam qualquer varão.
    Ainda mais quando a femea é questão é você Mai.
    Linda e inteligente que só
    rafael

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  3. Rafael,
    obrigada pelo comentario!
    elas tem muito q percorrerem, pois muitos fatos lhe restringiram desse processo de emancipacao. Mas vejo q n vale a nos ficarmos nas linhas das limitacoes ou vitimizacoes. mas do q em qualquer outra epoca, eu acredito, nos temos espacos, podem se r poucos, mas vejo q ainda muito pouco aproveitado.

    um bjao

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  4. Vina,e a mais pura verdade. Ao menos uma verdade qeu consigo enxergar.

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  5. porra vina, nao chuta cachorro morto nao rapá!
    falando de maneira imperativa vc encerra a coisa esdruxulamente, seria melhor dizer q existe uma parcela significativa de mulheres que assim agem, porém existe muitas outras categorias de mulheres que se sobrepõem à essas expectativas frustradas, sei que vc gostaria de ver mulheres mais expressivas em outros âmbitos, e elas existem! mas a lente está embaçada, teima-se em absorver "sem querer" os estereótipos midiáticos e seu comentário foi um vômito de uma série deles, até entendo que isso não é culpa sua. Ponderemos melhor sobre isso...
    qto ao texto, foi porreta mesmo, tb fico me perguntando pq nao sermos tão expressivas qto aos homens em termos de quantidade, mas podemos analisar por outro lado, veja que na musica brasileira atual temos um grande numeros de cantoras que nao respondem ao carater de somente exposição da figura, nao precisa nem procurar, nomes como cassia eller, marisa monte, clara nunes, chiquinha gonzaga( nao tão atual assim mas abriu caminhos, teve q enfrentar tudo e todos pra ser reconhecidapelo simples fato de ter buceta ao invés de pau e compor musica)clementina de jesus, enfim as damas do samba matam a cobra e mostram o pau e mts otras q vcs tao cansados de saber, isso nao se restringe somente à musica, na literatura temos exemplos fantásticos, vanguardistas até, da poesia à critica literária...
    vcs nao acham?

    um beijo a todos, to gostando mt do blog.

    Kel Cintra

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  6. ah vao desculpando os erros tortográficos, escrevi na empolgação e tive preguiça de editar :P

    Kel Cintra

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  7. ola Kel cintra!

    Vc tem razao. E como vc percebeu , a minha proposta foi elucidar o que acontece com a maioria. Sim, nao podemos esquecer uma minoria que fez historia e q continua fazendo. Mulheres engajadas que se preocupam muito pouco com a mulher imagem super inflada. Eles mostram e mostraram q a mulher pode ser atuante, deixando de ser personagem secundario , dandos passos para a linha de frente do palco. Enfim, mas ainda e uma parcela que vejo bastante restrita. Estou pensando em numeros mas jamais disconsiderando os grandes feitos da minoria.
    Q bom vc esta gostando do blog!

    n se preocupa com os erros, estou tb na mesma condicao.

    um abraco.

    maira

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