Numa interpretação um tanto absurda, há aqui uma relação entre id, ego e alterego, onde o autor se utiliza de formas táteis e olfativas.
O pé (ego) é revestido pelo inconsciente coletivo (alterego), representado pelo sapato. Este, ao mesmo tempo em que o protege, tal como a lei e a moral, também o sufoca e enclausura, fazendo com que a privação de seu contato com o ar e a terra (id, liberdade), acabe por fazê-lo exalar odores não muito confortáveis, decorrentes do conflito entre repressão e vontade (neurose, chulé).
Dentro do sapato pode ter uma barata, e o dono do sapato pode também usar talquinho anti-chulé kkkkkkkkkkk. Nem o óbvio da funcionalidade do sapato pode fugir a multiplicidade de funções e as contingencialidades da vida hehehehe. Bom, pelo menos no sapato do torto pode até ter uma mão ou uma cabeça de dinossauro kkkkkkkkkkkkkk
O que vi de importante nesta poesia foi o recurso lingüístico usado pelo autor. Apenas três versos e nove palavras. A palavra meu é usada duas vezes. Parece não ter sido intencional a repetição do meu, mas este recurso nos faz pensar que não é apenas o meu que é meu, o destacado. O meu que é nosso aparece nas entre-linhas. O que Michel Foucault fala em a ordem do discurso. O discurso diz muito mais que sua estrutura externa apresenta. Um meu social. O texto fala em poucas palavras que o nosso dia-a dia deixa suas marcas, seus odores. Contudo o pé, o sapato, e o chulé é de Eder. Lindo texto. parabéns!
Além do mais o nosso amigo Eder desmetiu uma teoria de Platão: "O onomata e o rhemata só produzem logos se o arranjo das partes produzir uma verdade". A linguagem do texto é figurada, é metafórica, ela nos remete ao inconsciente. Nosso colega Platão não tinha em sua época esses dados.
Na pior das hipóteses ele tirou onda com a gente. Bem, mas isso é só especulação. Uma tese minha se comprova: " A arte não está necessariamente no objeto, mas no olhar lançado sobre ele". O que parece ser arte para uns, não é nada para outros, afinal, que está certo?
nossa que erótico josué, uma priquitinha q vc comprou nas esquinas do mercado que reside no seu pé...q se compra o talco! para não ter chulé, eis aí uma das duras regras desse patético jardim q veio do éden
"O discurso diz muito mais que sua estrutura externa apresenta. Um meu social. O texto fala em poucas palavras que o nosso dia-a dia deixa suas marcas, seus odores. Contudo o pé, o sapato, e o chulé é de Eder."
Os odores vem de todos os cantos do nosso corpo. Da boca do fumante ao pé do andante.
Suas interpretações foram ótimas. Cada uma a seu modo. É esse um dos propósitos do hai-kai. Da simplicidade textual às múltiplas possibilidades de entendimento. É isso que articula a arte, a linguagem, os signos e as pessoas como objetos e sujeitos inscritos em um mapa fragmentado de pensamentos.
O que possa ser, na verdade, quando tira-se o sapato dos pés, com ou sem talco, sente o cheiro de um dia inteiro rotinado ou aventurado. Estivessemos nós em atividades cotidianas ou trilhando lugares afora.
No fim do dia, nossos pés sempre sentem o aperto do sapato, o peso do corpo e o cheiro da terra.
Numa interpretação um tanto absurda, há aqui uma relação entre id, ego e alterego, onde o autor se utiliza de formas táteis e olfativas.
ResponderExcluirO pé (ego) é revestido pelo inconsciente coletivo (alterego), representado pelo sapato. Este, ao mesmo tempo em que o protege, tal como a lei e a moral, também o sufoca e enclausura, fazendo com que a privação de seu contato com o ar e a terra (id, liberdade), acabe por fazê-lo exalar odores não muito confortáveis, decorrentes do conflito entre repressão e vontade (neurose, chulé).
Éder,
ResponderExcluirDentro do sapato pode ter uma barata, e o dono do sapato pode também usar talquinho anti-chulé kkkkkkkkkkk. Nem o óbvio da funcionalidade do sapato pode fugir a multiplicidade de funções e as contingencialidades da vida hehehehe. Bom, pelo menos no sapato do torto pode até ter uma mão ou uma cabeça de dinossauro kkkkkkkkkkkkkk
O que vi de importante nesta poesia foi o recurso lingüístico usado pelo autor. Apenas três versos e nove palavras. A palavra meu é usada duas vezes. Parece não ter sido intencional a repetição do meu, mas este recurso nos faz pensar que não é apenas o meu que é meu, o destacado. O meu que é nosso aparece nas entre-linhas. O que Michel Foucault fala em a ordem do discurso. O discurso diz muito mais que sua estrutura externa apresenta. Um meu social. O texto fala em poucas palavras que o nosso dia-a dia deixa suas marcas, seus odores. Contudo o pé, o sapato, e o chulé é de Eder. Lindo texto. parabéns!
ResponderExcluirAlém do mais o nosso amigo Eder desmetiu uma teoria de Platão: "O onomata e o rhemata só produzem logos se o arranjo das partes produzir uma verdade". A linguagem do texto é figurada, é metafórica, ela nos remete ao inconsciente. Nosso colega Platão não tinha em sua época esses dados.
ResponderExcluirNa pior das hipóteses ele tirou onda com a gente. Bem, mas isso é só especulação. Uma tese minha se comprova: " A arte não está necessariamente no objeto, mas no olhar lançado sobre ele". O que parece ser arte para uns, não é nada para outros, afinal, que está certo?
ResponderExcluirAi, caí!
ResponderExcluirDentro da priquitinha que comprei no mercado
Reside meu pé
Desde o jardim do Éden já se ficou claro
Que quem usa talco
Não tem mais chulé
nossa que erótico josué, uma priquitinha q vc comprou nas esquinas do mercado que reside no seu pé...q se compra o talco! para não ter chulé, eis aí uma das duras regras desse patético jardim q veio do éden
ResponderExcluir"O discurso diz muito mais que sua estrutura externa apresenta. Um meu social. O texto fala em poucas palavras que o nosso dia-a dia deixa suas marcas, seus odores. Contudo o pé, o sapato, e o chulé é de Eder."
ResponderExcluirOs odores vem de todos os cantos do nosso corpo. Da boca do fumante ao pé do andante.
Lou, Rossevelt e todos os tortos que comentaram.
ResponderExcluirSuas interpretações foram ótimas. Cada uma a seu modo. É esse um dos propósitos do hai-kai. Da simplicidade textual às múltiplas possibilidades de entendimento. É isso que articula a arte, a linguagem, os signos e as pessoas como objetos e sujeitos inscritos em um mapa fragmentado de pensamentos.
O que possa ser, na verdade, quando tira-se o sapato dos pés, com ou sem talco, sente o cheiro de um dia inteiro rotinado ou aventurado. Estivessemos nós em atividades cotidianas ou trilhando lugares afora.
ResponderExcluirNo fim do dia, nossos pés sempre sentem o aperto do sapato, o peso do corpo e o cheiro da terra.
Meu caro Eder,
ResponderExcluirFoi genial!