Darei um último motivo escabroso para que não me peça mais nada.
Decerto que essa separação brusca não tem flash back.
A essência do amor é brega.
Nas declarações, nas cartas ridículas de Pessoa, no calor da paixão...
Só sei que não quero mais conceder-te meu último gozo.
Pelo escárnio que os seus gemidos se tornaram para os meus ouvidos,
cheios de cera.
E meu gozo fica retido pelo ópio, antídoto da chegada de suas palavras em meu córtex, que cortava o último surto de razão.
Agora é tarde!
O seu muco já está salgado e esse orgasmo falso já não é meu,
Desde o dia em que se fez em nossa companhia um outro eu.
muito profundo...
ResponderExcluirO gozo é a expressão do prazer sexual. O momento de encontro com ápice das sensações e o negar desse momento a quem a sensação era dada, situa a separação dos corpos para qualquer possibilidade de entendimento e leveza da relação. Não que eu queria focalizar os relacionamentos apenas no sexo, mas a negação de um momento tão intimo me passa um fim anunciado.
ResponderExcluirMuito bom
ResponderExcluirAchei o texto bastante agressivo e masculino, é quase uma exortação.
ResponderExcluirEle é agressivo e masculino, pois trata de um abalo proposital nas estruturas das visões estereotipadas do gênero masculino, já que ao homem sempre se espera a virilidade e a disposição para copular a qualquer momento.
ResponderExcluirNegar o gozo surge como elemento simbólico, representado pelo não desejo completo daquilo que o homem está comumente disposto a dar numa relação. Geralmente isso é esperado a partir, como eu disse,dos esteriótipos. A idéia é a de ver o masculino como um complexo de funcionamento instintual e cultural e isso se expressa com as transformações registradas pelos anos.
Obrigado.