quarta-feira, 4 de agosto de 2010

De pau a pique

Sou apenas um rapaz
De um centro urbano que ainda crê em Deus:
Deus com letra maiúscula
Forma minúscula
Imagem crepuscular

Pra mostrar que tou seguro
Vou me esforçar, que é pra cê num mangar d’eu...

Todo dia em que acordo muito tarde
Visto luto pela manhã que morreu
Porque esta sensação de se atrasar com o mundo
É tão besta, mas por ela sofro eu

Eu sei, vivo sozinho em mim mesmo
Eu sei, de Aracaju a Munique
Viajo no trem dos meus medos,
Castelos de pau a pique
Em lugares sempre ermos
Construo dentro do peito
Me arrodeia a fé dinamite

Um comentário:

  1. Caro Josua,

    Gostei muito do seu poema. Ele expressa os sentidos do homem perante um cotidiano enrrugado de "sentidos do eu". "Eu" com o mundo, para o mundo, deste mundo... Mas sem o mundo. Mundo próprio, despropositado, harmonizado naturalmente numa desarmonia humana.

    Rodeia a fé dinamite!

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