Varra a calçada com esta vassoura!
Os panfletos denunciam que eles estão de volta.
São fiéis criaturas. Vampiros cruéis.
Herdeiros de coronéis.
Amigos de bacharéis.
Eles gostam de dar tapinhas nas costas.
Apertam as mãos do povo com um sorriso aberto.
Seu nome pode ser qualquer um.
Mas o fim da estrada ninguém vê.
Sempre foi assim, Maria!
Cale a boca que o homem passa!
Mais uma trapaça, mais uma constituição em nome do povo.
Mais uma eleição cara.
As cidades acreditam.
O povo e as vacas juntas caminham no mesmo curral.
Sim senhor seu deputado!
Conte comigo novamente.
Tem sido assim desde Cabral.
Por isso tem gente que não nega: É melhor ser cara de pau.
O problema é do outro.
De quem?
Da grama que brota do chão...
Roosevelt
ResponderExcluirAcho que devemos ter cuidado ao reumirmos todos os politicos em um mesmo saco. Sabemos que a noção da política como bem público aqui no Brasil, realmente deixa muito a desejar. Periodos eleitoreiros são famosos por seus espetáculos e por seus grandes projetos, no entanto, acredito que existem alguns politicos que possuem as melhores das intenções, só que ja se confrontam com uma estrutura corrupta e desgastada de uma formação histórica muito longuinqua. Outra coisa: não devemos esquecer da extensão clara do politico como um cidadão civil. O que eu quero dizer com isso? É que muitas vezes a gente critica os politicos como se fôssemos fazer sempre diferente deles e esqueçemos que os politicos são extensões de nossas condutas e de nossa educação na sociedade. Não estou querendo dizer que exclusivamente você venha a ser corrupto. O que eu quero dizer é que os politicos têm chulé, gostam de arrotar depois que comem, adoram cheirar cuecas depois de usadas, enfim, possuem habitos corriqueiros e muitas vezes considerados esdruxulos assim como qualquer indivíduo.
Meu caro Vina,
ResponderExcluirAqui em nossa cabrália, e a história está disponível para consultarmos, temos uma tradição que se repete como todas. A nossa classe política, espelho de quem somos, são como somos, corruptos, seja por nossa omissão em não históricamente ter criado outro tipo de Brasil, ou por nosssa conivência por gostarmos das manhas e dos jeitinhos. O texto não nos remete a um político isolado de um contexto histórico cultural, afinal, "a grama brota do chão". É isso que produzimos. A história nos conta muito bem isso. O relativismo por relativismo, vamos relativizar nos conduz a negação do óbvio. Uma banana é uma banana. Pode ser relativizada em si como banana? Não! A banana sempre será banana. O relativismo sobre a banana é desnecessário, exceto se buscamos algo mais na banana. Talvez a bananeira.
Roosevelt,
ResponderExcluirPrimeiro eu gostaria de dizer que eu não propus me referir a um político em especifico. Depois eu posso dizer que a relativização das coisas não cai simplesmente sempre no óbvio não.
Obviamente que ao pensarmos apenas em relativizar as coisas, elas obscurecem as relações de poder que não tornam as coisas relativas. Porem, tb pensarmos na não-relativização apenas, deixaremos de encarar as múltplas variáveis das coisas.
Para esclarecer, vou trazer alguns exemplos: a banana pode não necessariamente ser banana. Se você estiver com fome e eu oferecer uma banana, vc vai comer e me agradecer pela banana. Se um macacão te oferece uma banana, vc vai dizer que prefere uma maçã. Se vc estiver com muita raiva de mim e eu te der uma banana... coitado de mim. Ou tento fugir pulando de galho em galho, ou talvez eu possa voltar pra casa com um olho roxo. Cara, veja ai: em quantas bananeiras se faz tantas bananas...
abraços
Meu caro mestre,
ResponderExcluirOs signos têm valores semânticos muitos. Isso ocorre em qualquer sistema. Contudo, a banana enquanto fruta, um objeto empírico e gostoso, continuará inevitável sendo banana. O mesmo ocorre com a bananeira. A questão é de quem é a banana. Por exemplo: A banana política brasileira sempre deixa suas cascas para o povo escorregar. Escorregamos aqui e acolá. Acredito nisso, mesmo sabendo que as generalizações são perigosas.
Além do mais estamos agora com uma bananona. Depois te falo....
ResponderExcluir"a banana enquanto fruta, um objeto empírico e gostoso, continuará inevitável sendo banana."
ResponderExcluirNão vejo assim. Veja: que na nossa cultura, talvez todos saibam o que é uma banana enquanto objeto empirico, isso eu não posso negar, no entanto, quando vc diz que é um fruto gostoso, mesmo todos sabendo o que seja banana, a banana não é a mesma banana para todos, ou seja, vc acha um fruto gostoso, mas há quem não goste. Outra coisa: existem inúmeras subcategorias de bananas.
"A banana política brasileira sempre deixa suas cascas para o povo escorregar."
SEMPRE DEIXA? Continuo dizendo que generalizações são perigosas. Muita gente em periodo eleitoreiro ja sabe onde ficam as cascas e muitos escapam do escorregão.
"Além do mais estamos agora com uma bananona"
Estamos? Hum... faça logo avisos a quem está com a bananona para evitar com que essas pessoas tomem um escorregão tão proporcional quanto a cascona da bananona hehehe
abração
Quando o amigo diz muita gente, eu sinto um certo otimismo do colega. É preciso, acho eu, levar nossa história um pouco mais a sério. Não sou especialista nisso, mas, em educação até agora só fizemos escorregar em cascas de bananas. O incrível é que somos professores, considerados pelo povo, elite pensante. O estudo crítico das LDBs nos mostra que até agora só vampiros rondaram esse setor. As generalizações são perigosas, mas a relativizaação exacebada tira um pouco o foco de sobre o que é óbvio. Educação no Brasil até agora é discurso, isso é empírico o colega terá que refutar os milhares de artigos escritos sobre o tema. Essa banana acoselho assá-la para comê-la. heheheh
ResponderExcluirRoosevelt,
ResponderExcluirEu não sou nem um pouco otimista com a estrutura politica brasileira. O que quero mostrar é que dentro dela, também podem haver pessoas que queiram assumir a politica com comprometimentos mais sérios, mas que terminam por se esbarrar nas formações histórico-culturais de nossas estruturas. É óbvio que o sistema educacional, a saude, a alimentação, o saneamento, a segurança, a cultura são bostas fedorentas. Quem está negando isso? Porém, não é por que eu nego algo que eu tenha que discordar plenamente desse algo, assim como, não é por que eu aceite algo, que necessariamente eu tenha que concordar com tudo. Sou uma criança com cara de adulto que brinca de intermédio nessa ciranda veloz chamada vida.
Outra coisa: você continua insistindo que eu estou apenas relativizando as coisas, e não é bem assim. Como eu ja disse em um dos comentarios, a relatividade pela relatividade, oculta os jogos de poder em uma relação social e cultural. Não estou negando os podres, mas também eu não posso partir para um olhar fatalista em dizer que TODO o aparato politico é uma merda. Assim como existem sociologos comprometidos e outros não, existem pastores, palhaços, babás, e por que não, politicos. Só acho que o extremismo é cego e não consegue visualizar as infindáveis variáveis que nos rodeiam.
Querido Roosevelt,
ResponderExcluirQuanto as bananas, ja tô com o fogo acesso hehehe
Meu caro Vina,
ResponderExcluirO texto que está em apreço não faz essa generalização como o colega diz dele. O texto como qualquer obra artista faz um recorte de um dado momento e isto, é claro possui vínculos simbólicos que transcendem o campo da sociologia e penetra no mundo do psiquismo. o imaginário do povo contém o elemento político corrupto. Esse fenômeno conhecido como psiquificação das coisas e do mundo não ocorre por acaso. É resultado de variáveis que passam pela socilogia, lingüística, e outros campos do saber até se tornarem o que são, complexos. Pois bem, o político corrupto no Brasil não se tornou um complexo tão vivo por acaso, isso é produto de uma construção histórica que não se pode negar. Assim, a possibilidade de alguns honestos, embora sendo uma probabilidade não justifica sua relativização, pois somente uma razão pueril compraria as propostas de campanhas que estão sendo colocadas e que todos nós sabemos com muita experiência que nunca são implementadas. Existe um macro campo de relações que norteiam o comportamento político de nosso povo, incluindo é claro a conivência de grande parte da sociedade. Pequenos atos falhos, no saber freudiano mostram nitidamente que nós nos entregamos em pequenas ações demonstrando nossa inclinação ao ilícito, o jeitinho etc. Furamos a fila o tempo inteiro, então o discurso de dizer que quase todos são maus, mas temos alguns bonzinhos é coversa para botar criança para dormir. Em qualquer pesquisa científica séria consideramos as maiores evidências para se justificar uma teoria. É claro, que as pequenas variáveis são consideradas. Contudo não falam mais alto de que os fatos.
Roosevelt,
ResponderExcluirApesar de eu saber que no final das contas, não estávamos pensando de forma tão divergente, agora você conseguiu me esclarecer mais a respeito de seu ponto de vista. Realmente em se tratando de uma concepção criada em nosso imaginário, a politica é corrupta. Sentimos cotidianamente, e em uma frequência maior, a sacanagem politiqueira descarada em nossa frente, o que não nos leva a pensar que também não possam existir indivíduos que tenham interesses considerados politicamente mais éticos de acordo com nossas expectivas, apesar de podermos reconhecer, que pelo menos de forma visivel, eles sejam minoria.
Grande texto, caro Roosevelt!
ResponderExcluirAlém da grande habilidade em conseguir extrair rimas tão caras,"a grama que brota do chão" já nos traz claramente que sua preocupação é bem mais com uma herança estrutural que com uma conduta individual.
Grande texto!
Josua,
ResponderExcluir" sua preocupação é bem mais com uma herança estrutural que com uma conduta individual". Bom, eu posso dizer que mesmo admitindo uma herança estrutural e uma corrupção visivel aos nossos olhos, não existem estruturas apenas se não pensarmos nas ações individuais. Apesar de saber que a sujeita politiqueira dificulte e muito as boas intenções de uma minoria minoritária celular lá dentro, essas ações individuais vão assumir uma posição conflitiva com a estrutura e essa estrutura vai se modificando ao longo do tempo. Antes que você encare meu ponto de vista como otimista, aviso de antemão que essa modificação ninguem pode saber se pra melhor ou pra pior
bjs
Concordo, Vina, mas é inegável que essa modificação, ao longo dos últimos 500 anos, tem mostrado uma certa "tendência ao pior". Porém, acredito sim que a estrutura possa vir a melhorar. Os países de 1º mundo, por exemplo, já passaram por tudo que estamos passando. Talvez após uma grande guerra ou uma peste possamos creditar alguma esperança num futuro mais consciente. Afinal, "só a dor ensina".
ResponderExcluirAh, perdão pelo intrometimento. Agora foi que vi o direcionamento específico da resposta.
ResponderExcluirIsso, discutam, se mordam, suas serpentes venenosas, seus tortos malditos. Cada um tem seu ferrão. Espetem o próximo, piquem com seus esporões perçonhentos. Viva o torto, só tem sentido torto...
ResponderExcluirO cú sempre falará por baixo e a boca por cima, exceto se você plantar uma bananeira, isso seria uma mudança por demais ecológica. Estou só relativizando...