Que a chama do amor aqueça meu peito.
Que a paixão se apiede de mim e me faça reviver entre os escombros das cidades.
Que a mão da caridade me possua como um gênio do bem.
Que meu bicho adormeça no mais profundo inconsciente acorrentado em minhas entranhas.
Alguém disse: “Há uma pedra no caminho, no caminho há uma pedra”.
Eu não disse isso!
Eu sempre digo: “Há um bicho no caminho, no caminho há um bicho”.
Não tiraram a pedra.
Não tiraram o bicho.
Mudaram o caminho.
A pedra foi com ele, o bicho também.
Aprenderam outros rumos.
Os antigos travestiram-se na modernidade dos tempos.
Em uma gruta se esconde uma serpente.
Uma serpente, uma gruta.
Sinto cheiro de gente.
Tem gente no caminho, no caminho tem gente.
E eu não vi...
Roosevelt,
ResponderExcluirOnde estamos? Quem são as pessoas? Como posso delimitar referencias precisas para dar conta de cada passo metricamente analisado por cada mudança de plano humano? Sou a pedra e tento fugir da pedra; sou o bicho e tento fugir do bicho; mudo minhas rotas, meus planos, meus sonhos, e no final das contas, mudo e falo muito ficando mudo. Carrego a pedra, o bicho, a serpente, a gruta, pois sou tudo isso tentando conquistar a cada minuto que passa tudo isso que sempre sinto em meu intimo não ter. Ao meu lado estou cercado de tanta gente, mas cade toda essa gente. Ao me deparar no espelho, sinto o que reflete o que penso ser de mim, mas cada meu espelho, cade minha pessoa? Mas volta e meia eu volto a acreditar que sou lúcido, mas volta e meia volto a acreditar que sou lucido só que pelo meio, mas volta e meia volto a acreditar que de lucidez não tenho nada, mas volta e meia volto a acreditar que a loucura é minha amiga e a lucidez me espera todos os dias cheia de sedução, certezas e desenganos.
Além da excelente reflexão, agradeço a ampliação de sentidos dada àquela poesia insossa de Drummond.
ResponderExcluirAcredito em vc meu mestre. Sei que seus postulados sobre o brega ainda serão creditados em outros estudos que não foram sua idéia inicial. Tua dialética é a mais ousada que eu já vi. O torto talves consolide esta epistemologia por meio de sua produção. Abraços.
ResponderExcluirEntão como banana.... o torto sobrevive às críticas porque ele é uma crítica em potencial. Sem a crítica, adeus torto....
ResponderExcluirvc ainda n viu? eu tb n vi...
ResponderExcluirComo sempre, o grande Roosevelt com seus finais surpreendentes e impactantes! Meu caro, a sua reflexão foi precisa, pois em alguns momentos transparecesse a fala para o outro esvaziando a apreensão de si. E o mais surpreendente é que todo aquele julgamento, valores e emoções estavam bem próximos, ali, no intimo de cada um.
ResponderExcluirMuito bom!!
Roosevelt,
ResponderExcluirMuito obrigado. Você sabe que eu também acredito muito em seu potencial. E pelo lindo texto de Josua publicado na semana passada, você sabe que não sou só eu nesse exercito de fãs hehehe
Entre tantos olhares, narizes e mãos eu tb não vi, caro torto
ResponderExcluir