“Perante o amargo da vida, chimarrão é brigadeiro” (Vina Torto)
Em minha noite caminha a rima
Rumo a não-trilhos, os mais partidos
Rumo a não-rumos, caminhos foscos
Assim sem brilho, assim sem vida
Perante o espelho já tão surrado
Já todo grito custa a refletir
Eu sei que assim suspira minh’alma,
E tanta morte que me faz tão rir
E gritam olhos que não quebram espelhos
Espírito de Deus...
O mal do século é mal do mundo
A convergência de desejos fluidos
Disfarce aberto do ódio mais soturno
Este é o mundo
Este é o mundo
Alivia-me a acidez de ser,
Espírito de Deus!
Infelizmente a acidez de ser não tem cura, exceto no próprio ser. O poema caminha em linhas tortas rumo a visão cosmológica do ser no mundo, um mundo sem trilhos, sem encantos. Belo poema.
ResponderExcluirA idéia de efemeridade das coisas traz o espírito de desalento e de pulverização dos sentimentos. Creio que pautados por esse bombardeio de tendências e, principalmente, de aparências que somos levados a digerir sem degustar.
ResponderExcluirPor outro lado, na busca dessas referências, nem sempre acertamos na essência. O ponto de equilíbrio, é construído a partir do processo de (re)construção da nossa personalidade fruto de nossa experiência nesse mundo.
Josué,
ResponderExcluirGostei muito do poema, parabéns.
Farei coro com o Alysson e o Roosevelt nos comentários.
abraços
Josua,
ResponderExcluirÉ isso mesmo meu querido. Essas flutuações intensas pelas quais temos que passar cotidianamente, faz-nos deslizar em inúmeras referências que nos dão sentidos, mas que não nos dão alvos certos. Diante dessa convergência fluida, assim como você fala, quais sonhos podemos projetar e até quando? Em que podemos nos sentir pertencidos e até quando? Livrai-nos dessa cura envenenada menino Jesus!!!
Parabéns meu menininho do chimarrão
bjs