Ele chegou em casa com um vinho na mão e pensando na hora de encontra-la, dentro de casa tinha cheiro de incenso da caixinha roxa (sem saber porque, mas roxo era a cor preferida e achou o cheiro bom), toalha de banho caída no corredor e a porta do banheiro aberta.
Passou pelo corredor com passos surdos para não assusta-la olhou o banheiro com vidros embaçados que entendeu depois, apressou o passo para vê-la, mas em momento nenhum gritou seu nome.
Seguiu o cheiro, não mais o do incenso, e a viu jogada na sua cama com um sorriso repleto de desejo, o vinho que trouxera se tornou perfeito e a ansiedade com que ela terminasse de beber era transmitida através de suspiros e carícias.
Pensava estar em qualquer outro lugar do mundo menos dentro do seu quarto, e tão cheio de desejo começou a senti-la, o cheiro, o gosto, o rosto, os cabelos (talvez estivessem com o cheiro tão bom quanto o do incenso), e ao encontrar-se nela se perdia desesperadamente.
Parece que já não imaginava mais nada, agora era um bichinho que percorria pelo seu corpo que se molhava no outro e que se escondia em meio aquela essência mágica.
Dois corpos, um ser, provavelmente se encaixavam perfeitamente, pois se entendiam muito bem. Cada toque, cada beijo, cada mordida até mesmo o cheiro do incenso. Viajaram juntos sem sair daquela cama, ali parecia outro mundo até serem levados às alturas.
Na volta, apenas dois corpos espalhados na cama, suados, secados, com a respiração ofegante e ela ri e volta ao banho que não tinha terminado...
layane,
ResponderExcluirSeu texto nos deixa cheios de desejos que freqüêntemente são reprimidos.
adorei os detalhes, o toque o xeiro, o sentimento..
ResponderExcluirapenas um momento que registrado sinceramente deixa de ser apenas um momento e passa ser escutado, sentdo e mostrado, repartido e não calado.
adorei, linda continue escrevendo!!
Juliette Bás
Que texto delicioso!
ResponderExcluirMe senti participante!
kkkkkkkkkkkkkk
:*
Além de um evidente teor sensual que esse texto provoca no leitor, depois de lê-lo fiquei a pensar sobre as inúmeras curvas dadas pela vida. É engraçado como as coisas vêm, mudam todas as nossos projetos.
ResponderExcluirComo eu percebi em seu texto, a garota havia projetado fazer algo diferente na sua rotina, mas de uma hora para outra, todo o sentido da circuinstância passa a ser modificado. Como você bem descreveu no final de seu texto: "ela ri e volta ao banho que não tinha terminado..."
É isso. A vida é um jogo de contingências. Não existe uma linearidade. Nossos atos são projetados, mas as circunstâncias são inesperadas. Mudamos nossas rotas a todo instante. Acredito que seja devido a isso que entortamos constantemente, pois se não nos entortássemos, só iriamos nos frustrar, visto que de certezas lineares, a vida não tem nada.
Parabéns
Essa idéia do desencontro para o compromisso não marcado traz uma carga interessante de casualidade mesclada com a sensualidade das cenas descritas por Lou. O sentidos ebulindo com o andar do texto.
ResponderExcluirMuito massa!!