quarta-feira, 26 de maio de 2010

Nossos ais

Sâo tão indóceis nossas vicissitudes
Transvasa trôpego um sangue penoso
Num coração de inquietudes

Trêmulas pipas no ar
E a frustração do pequeno
Quem voa sempre primeiro
Não sabe que sempre nada encontrará

Mais chato que um fumante losermânico
Abrindo os braços, discutindo conjuntura
Cerveja velha tal certeza que perdura
Vou deglutindo um estragado pão de açucar

São tão inúteis
Nossas cálidas lutas
Penamos nus sob um sol de ferrões amarelos
Com a vista turva

Pobres saveiros ao mar
Onde undívago sereno
Faz de muletas as nossas angústias
Que construíram Atlântida

Mais chato que um fumante losermânico
Abrindo os braços, discutindo conjuntura
Cerveja velha tal certeza que perdura
Vou deglutindo um estragado pão de açucar

Jazem o Camelo, a minha mula e o dromedário
Num saco novo, mas tão cheio de antemão
E, na cabeça, um inquebrável galpão
E toda a vida condensada num inventário...

3 comentários:

  1. Esse poema sempre bateu forte dentro da minha alma, muito criativo, um labirinto valorativo,que vai dos losermanicos a atlantida...

    Reuel Astronauta

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