quinta-feira, 22 de abril de 2010
VINGANÇA
Parece que a tendência do mundo civilizado é esconder a sua verdadeira face. Não podemos negar que a barbárie do passado e as formas pelas quais nossos primitivos irmãos chegavam aos seus objetivos eram exageradamente agressivas. A força era a lógica de nossas relações. A agressividade e a libido juntamente com a fome natural por alimentos tornavam nossos antepassados bestas animalescas muito distantes do que chamamos de razão. Contudo confesso que o recalque destes instintos provoca uma violência proporcional ao que foi recalcado. Podemos, então, dizer que ainda vivemos em um mundo de barbáries resignificadas, e em alguns casos, barbárie pura e verdadeira. O homem racional está desta forma constantemente entre o bicho e o civilizado. Enquanto pessoas temos inevitavelmente que admitir que o nosso mundo é uma contradição, e nós somos a maior de todas, pois fomos nós quem criamos os valores que o norteia. A vingança é uma das pulsões que tentamos recalcar todos os dias como se isso fosse totalmente possível. O vingador é criticado, é taxado de não cristão e tratado pela sociedade como um elemento marginal, pois não está nos modelos consagrados pelo mundo civilizado. Triste mentira de nosso ego adormecido. Damos tapas todos os dias, tapas invisíveis, tiros silenciosos, falamos mal dos outros e amaldiçoamos a todos que nos ferem. Aceitar este fato é um caminho para lidarmos com essa pulsão tão poderosa que urge como leão dentro de nós. Isso não significa sairmos dando tapas e pontapés em todos que nos agridem. Mas, meus caros, enquanto torto devo admitir que existam momentos em nossa caminhada que o melhor que temos a fazer é dar uma boa bofetada em alguém. Isso com certeza nos acalmaria muito mais que um diazepam. Vingar-se deve ter um espaço em nosso mundo civilizado. Reflita sobre as mais variadas formas de agressão sofrida e a quantidade de energia guardada dentro de você, e o mal que isso tem te feito ao longo de tua vida. Engolir seco e seguir em frente são um paradigma válido, entretanto, como tudo mais não pode ser seguido ao pé da letra. Lembre-se que quando o mundo civilizado faz suas manobras políticas ele não pensa duas vezes antes de jogar uma bomba sobre tua cabeça. Mas não exagere! Mas não seja um cordeirinho dócil e domado. É preciso ter muito equilíbrio nestas questões. O torto é vingativo porque entende que tem muita gente aproveitando-se desses modelos para levar vantagem no mundo da concorrência. Se você algum dia entender que dar um tapa te fará muito bem, faça-o. Caso contrário, o tapa será no seu rosto, e você terá que lidar com isso em algum consultório de analista, isto é, se tiver dinheiro para pagá-lo. Meditem sobre isso...
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Alguns divergentes do torto me disseram que eu era uma pessoa prepotente e arrogante, e que diferente do que eu manifestava em meu discurso no movimento, eu era autoritário e excludente.
ResponderExcluirBom, vamos tomar essas concepções com mais cuidado. Quando se diz no torto que ninguém é capaz de oferecer "A verdade Eterna" do mundo para ninguém, não significa dizer que o torto não possa reagir agressivamente a respeito de determinadas opiniões.
Lembrem-se: o torto é humano, e como todo humano, tem culpa, tem escolhas,tem opiniões, tem preconceitos, tem virtudes, tem fraquezas, e por que não, tem momentos de agressividades.
O fato de minha pessoa parecer agressiva com determinadas posturas dissidentes do torto, não significa dizer que eu exclua uma opinião. Acredito que em momentos como esses, eu apenas tenho repulsa e nego determinada opinião, o que está muito longe de associar à qualquer tentativa de segregação.
O torto tá ai, e nenhum comentário até hoje foi excluido do site, e nem será, pois no dia em que houver algum comentário cortado, serei o primeiro a sair do movimento.
O que acontece é que é muito mais fácil construir representações pejorativas ao torto, a admitir a necessidade de não participar do movimento como forma de não querer dar Ibope ao site. Muitos contrários aos tortos, apesar de falarem mal do poder e do prestígio, adoram tanto essas formas de poder que não admitem construir idéias no movimento. São uns egoístas com discursos comunitários como bem expos Josué Maia em seu texto da semana.
Continuando...
ResponderExcluirNo entanto meu caro torto Rossevelt,
Eu concordo quando você fala de uma imposição de leis tolhendo o homem civilizado.
Concordo quando você admite que inevitavelmente somos bichos.
Porém, quando eu penso em nós, bichos farejadores de simbolos e arquitetos de sonhos e convenções, eu não creio podermos abrir mão desses nossos limites. As leis, por mais atormentadoras que sejam, criam também expectativas em nós, humanos bichos educadamente violentos.
Não estou querendo dizer que seja algo anormal um indivíduo entrar na porrada com o outro, como pensa Galvão Bueno, que ao ver dois jogadores espafifando bicudos um no outro diz: - que vergonha. Vergonha um caralho! Isso é tampa de panela quente pulsando, fervilhando e derrubando gotas quentes pelo chão. E humano, e por isso é animal!É animal, e por isso mesmo também é humano!
Mas eu ponho uma situação pra você: se a professora de uma filha sua que se encontra desamada, carente de pica em todos os buracos do corpo, repreende sua filha, e na segunda chamada mete um tabefe na sua filha, você acha que ela teria esse direito?
Espero sua resposta:
1) Sim, por que ela é animal também, e como todo animal, a violência se encontra inerente a ela.
2) Não por que sua filha é uma criança. Porem, nesse caso, não podemos balizar uma consciência de atos culturais quando estamos tratando do instinto do bicho que ao bater não lembra se sua filha é sua filha, ou se ela tem 30 ou 10 anos.
3) Não simplesmente por ser sua filha. Bom, ai vamos esquecer boa parte do debate trazido acima de seu texto VINGANÇA.
E ai???
Meu caro torto,
ResponderExcluirNão faço apologia à violência. Nem sou um animal dado aos tapas. Mas, vi estes dias que o processo de domesticação da besta do campo, causa transtornos psíquicos pelo acúmulo de energias psíquicas não liberadas. Então defendo que nem de mais nem de menos. realmente existe o momento da violência, seja verbal ou física, mas não sejamos hipócritas: tem momentos que uma boa bofetada resolveria a questão.
Grandes debates vocês travam nesse site (kkkkk), o que vejo sinceramente é um masturbar o ego do outro! Ridículo isso! "Debates", certo, acredito!!!
ResponderExcluirO único espaço onde achei bem legal o debate foi a comunidade do orkut Nietszche Brasil. Ali sim era instigante o debate, todos com posicionamentos diferentes e sem espaço para essa bajulação doentia que vejo por aqui. Aprendi muito com os companheiros. Inclusive fiz amizades com alguns e ando conversando (difere de debater) e aprendendo com eles. Publiquei até alguns debates no meu blog que sinceramente enriqueceram meu ser pra caramba! Com sinceridade, não vejo isso por aqui! São hostis, é minha impressão. Tudo chora, são desconfiados, às vezes demonstram um complexo de inferioridade, muito preocupados com as opiniões dos outros. Depois procuram através da transferência atribuir qualidades quando na verdade vocês se inserem nelas. Estão a procura por Ibope, quando o importante seria o encontro de parceiros para uma boa conversa! (ninguém quer boicotar o espaço (isso é o que acho foda e me afasta), inclusive leio todos os textos)
ResponderExcluirabraços
Anderson, se não gosta da proposta do site, não leia. Ninguem anda te obrigando a nada.
ResponderExcluirPorém, acredito que se mesmo não gostando, você anda lendo alguns textos, é pq de certa forma você encontra justificativas pertinentes no discurso do movimento. Se não encontra, no minimo, nossas opiniões têm deixado você matutando sobre alguns pontos de vista, do contrário, vc sequer lembraria da existência do site.
Spo quero fazer um aviso: sinta-se livre em andar nos terrenos do torto quando quiser, afinal, ele não te cobra nada, mas cuidado com o cão! A gente as vezes esquece de dar comida a ele kkkkkkkkkkk
Meu querido torto Roosevelt,
ResponderExcluireu entendi a sua postura, e como eu mesmo reafirmei em meu comentário, é ridiculo um humano condenar o outro por um ato de agressividade. Não somos santos, somos humanos. Eu só quis chamar atenção sobre a necessidade da lei. Como eu disse, apesar das leis impedirem muitos fluxos libidinais dos homens, elas são necessárias, afinal, quem não possui alguma expectativa sobre elas?
Meu caro Anderson,
ResponderExcluirUm bom advogado não trabalha suposições. Nós dois sabemos que elas constelam no mundo das hipóteses. Quando o colega ataca nossa forma de nos tratar, coisa comum em todo movimento, sem antes contextualizá-la, o amigo foge do concreto, do fato. O seu material de trabalho deve ser o fato, a prova. O argumento sem este é vazio. Sua causa foi perdida, por falta de provas e por argumentos ocos, reflexo de algo que ainda não sei. O amigo não nos conhece pessoalmente para fazer suposições e afirmações dessa enfergadura. Para mim, você é sempre bem-vindo por aqui. Gosto de sua preocupação pelo Direito, e acredito no seu potencial intelectual. Contudo acho que ainda não capitou a proposta do site. Você diz não gostar dele, mas o número de visitas dão a este site uma prova que argumenta sua credibilidade e linguagem fácil, pois implica em pessoas lendo-o. Isto ocorre, na minha opinião, devido a linguagem menos acadêmica. Não estamos nem aí, até, mesmo para os erros de português. Entorte um pouco, a vida é bela. E pensar à vontade da mais prazer.
Ah! fui convidado para publicar meu trabalho. Conto com sua leitura e crítica. Aguarde, em breve.
ResponderExcluirEu acho esse seu tipo de atitude muito engraçado, Anderson.
ResponderExcluirUm cara que se prestou às mais fúteis baixezas na discussão sobre o Movimento no orkut, a ponto de ter se tocado e se retratado. Um cara que postava de segundo em segundo no mesmo tópico com um slogan comparativo e depreciante "amigos, se quiserem uma discussão crítica, meu blog é tal..", um cara que nunca veio fazer comentários a fim de construir, e sim de "corrigir" e denegrir pagando de bom santo e relegando o status do torto a baixarias.
Eu não sei o porquê do seu afeto, sinceramente. Como vemos em Freud, o que lhe é indiferente não implica afeto, e você se mostra profundamente afetado com esses seus comentários taxonômicos, depreciantes e beligerantes. Sinceramente, sinto-me decepcionado com este tipo de atitude vinda de um cara que parece ser pessoalmente tão amigável.
QUIVIA ELIZABETY 3 ANO INSTITUTO EDUCACIONAL CECILIA MEIRELES
ResponderExcluirOI professor !!! seu texto e bem legal ,extrovertido e ao mesmo tempo um texto que de certa forma abrange o que realmente vivemos em nosso cotidiano !!! Uma forma de vermos o que realmente acontece em uma sociedade !!! Ou voce aprende a lidar com varios tipos de pessoas <ou voce e passado para traz !!! bjos adorei