Primeiramente gostaria de deixar claro aos leitores o que eu estou chamando de rico. Quando falo de rico, não estou me referindo aos que possuem um prestígio simbólico como a classe média. Estou colocando aqui o termo rico como forma de associar aqueles detentores dos prestígios econômicos da sociedade. Aqueles a quem nós chamamos de burgueses, de elite econômica, ou seja, indivíduos que possuem um acúmulo de capital material.
Sou professor explorado da rede estadual de ensino e colunista de um jornal. Portanto, quem acha que vou fazer uma veneração aos ricos está enganado, pois sou também vítima desses amáveis carniceiros. Porém, quero propor algumas reflexões acerca de alguns discursos que as vezes me soam simplistas, precipitados e generalizantes quando se trata de comentários sobre esses ricos.
Certa vez eu estava caminhando em pleno fim de tarde com três amigos. No meio da conversa, surgiu uma fofoca acerca de uma garota conhecida de dois desses amigos. De acordo com eles, a garota conheceu um cara rico, largou tudo que tinha e se mandou para ficar junto dele. No comentário havia uma dose de malicia querendo me mostrar o quanto à riqueza faz as pessoas se “apaixonarem” pelas outras, mas será que um rico não pode ser amado?
Não estou querendo partir para uma ingenuidade em achar que no mundo não haja pessoas interesseiras. Existem muitos casos de relacionamentos por conveniências econômicas. No entanto, nós esquecemos que os ricos além de ricos são também humanos e possuem características que fazem outras pessoas se identificarem com eles, assim como as pessoas geralmente se identificam com outras. Por que com os ricos teria que ser diferente?
Outro erro é querer associar a vida de um rico a uma vida tranqüila. As pessoas esquecem que muitas vezes a riqueza é fruto de muito trabalho e de muito cansaço. Ninguém para pra pensar no nível de ansiedade vivido por um empresário ao se manter fixado nas oscilações das bolsas de valores, das noites de insônia vividas por ele, no medo de seqüestros a sua família, etc. As pessoas se voltam ao simplismo associando a fartura com tranqüilidade.
É claro que existem os ricos por herança os quais já recebem de mão beijada todo um patrimônio, como também admito que o fato de ser rico implica em poder ter um conforto maior, mas isso não significa necessariamente tranqüilidade. Também existem ricos que fizeram fortunas por via da corrupção, porém, não enxergar que existem ricos que ascenderam através de muito suor e honestidade é um tanto injusto.
Outra associação equivocada se refere ao discurso de não aceitar que o rico fique triste. Novamente volto a lembrar que os ricos também são humanos. Por que aos ricos não se é dado o direito de chorar ou de ter saudades? As pessoas muitas vezes acham que com a facilidade de consumir, os ricos conseguem abstrair os seus problemas. O engraçado é que a aceitação desse discurso vem geralmente daqueles que dizem que o dinheiro não compra felicidade.
Não nego que uma vida em meio à riqueza não possibilite um maior acesso a bens de lazer para o indivíduo. Porém, acredito que todo o humano é dotado de desejos, e por isso mesmo se frustra e sente vazio. Sem forçar para um papinho medíocre, mas o acumulo material é apenas uma das formas de sentir felicidade. Quanto às outras felicidades... essas são tão enigmáticas quanto as buscas de qualquer humano, seja ele malabarista, presidente ou mendigo.
Quem diz que o rico ao se relacionar com alguém necessariamente está sendo passado para trás talvez se veja incapaz de construir afeto com algum rico sem pensar no prestígio material. Quem associa dinheiro apenas à tranqüilidade talvez tenda a enxergar o conforto apenas pelo dinheiro. Quem diz que ser rico não pode ser infeliz, é quem talvez possa dar valor ao dinheiro de forma diferente do que seu discurso insiste em querer externar.
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o tema e complexo . mas axo que boa parte dos ricos estao englobados em 1 sociedade doente vemos que liberalimos evolui pra uma sociedade neoliberal doente de consumo e invidualismo ,pegando carona de guy debord uma sociedade do espetaculo , colocando com minhas palavras , pressa a rituais tribais que se tornaram globalizados e tecnologicos , mas claro estou ignorando o estado neste quesito .
ResponderExcluirtanto o rico como o pobre estao pressos numa sociedade totalmente ridicula e desnecessaria .
deste o surgimento da divindade metafisica superior ao serhumano a humanidade e ridicula , mas que vejo que o impressionante e aterrador e que a sociedade contemporanea conseguiu num processo historico retirar a importancia de deus de uma forma geral na sociedade .
para melhor entendimento ela foi substituida num processo histotico da dec 50 ate 90 idem hoje pela midia .
alan
Sim, somos subjetivos. Todos. Portanto, que dividamos tudo por igual. =)
ResponderExcluirNo intuito de esclarecer o referido texto " em defesa dos ricos", em parte comungo com a ideia no que se refere a subjetividade humana. Todos temos uma série de características singular ou plural que configuram nossa estrutura. Entretanto, vale salientar que algumas informações não foram embutidas no texto. Especifícamos a profissão da garota antes do comentário, independente de sua função exrcida na sociedade de agente do sexo justificamos nossas afirmações. Não estamos colocando que uma agente do sexo não pode se apaixonar, apenas relatamos que a garota soube aproveitar a oportunidade que lhe foi dada. Afinal o dinheiro se mostrou um estimulante nessa relação. A jovem pode até ter se encantado e realmente aflorado uma paixão pelo estrangeiro rico e três décadas mais velho(isso não vem ao caso) que ela. Entretanto acreditamos que ocorreu primeiramente a ocupação por parte do estrangeiro rico da figura do pai que ela nunca teve para compartilhar suas conversas a respeito da vida enfim... do outro lado, sem dúvida a moeda libra fez com que ela repensasse a vida. Através do imigrante ela pôde não só encontrar um parceiro como também uma estabilidade financeira. O esposo da garota por exemplo não sabe que ela antes de se tornar uma bela dona de casa era uma profissional do sexo. Por que será que ela nunca demonstrou quem realmente é para seu ilustríssimo marido? Não sei se ela tem medo que ele pense o que todos da comunidade pensam, que ela só tem interesse em suas finanças. Se realmente ela gosta dele (não estou afirmando o contrário), pois sou apenas um estranho em meio a essa relação,e detenho algumas informações repassadas pela própria mãe da garota. por que ela então não fala a verdade no mais, não gostaria nem de registrar aqui esse tema mas, como não argumentar se as palavras por si só já demostram um equívoco em um trecho do tema(nada contra as profissionais do sexo estou relatando um caso singular, ou seja,específico)
ResponderExcluirola vina,
ResponderExcluirseu texto reforca ainda mais o q penso sobre a hipocrisia em relacao ao dinheiro. Para mim, ele e igual ao sexo, ou seja, todo mundo sente um constrangimento absurdo em falar nele. todo mundo ama, mas esconde o seu real interesse pela grana. Sabe, pra que insistir que dinheiro n traz felicidade, uma frase totalmente literal em seus sentidos, se todo mundo sonha, delira em ganha r na mega sena? Da no mesmo de te amar sem querer fazer sexo sacana, para n perder o encanto igual no conto de fada. Bobagens! quanto a ter tranquilidade e ser desprovido de problemas existenciais, c vc mesmo disse, isso n e uma questao de classe, mas a nossa doce e complexa natureza humana.
bjo.
rpa eu n ligo muito pra dinheiro nao . ah n ser pra sobrevivenvia sinceramente tanto rico como pobre ja estao meio mortos
ResponderExcluiralan
Anônimo que eu bem sei quem é,
ResponderExcluirVocê escreve muito bem, porém, quando a sua pessoa argumenta o fato da garota não dizer sobre seu passado ao esposo como se com isso ela quisesse o dinheiro do cara, confesso que foi um argumento muito frágil. Talvez poderia ter passado bem sem citar esse exemplo.
Talvez o fato dela não dizer que era uma garota de programa, deva-se ao fato dela não querer expor um passado de uma profissional que infelizmente tende a ser vista pela sociedade de forma preconceituosa, interesseira. Se esconder o passado significasse querer ganhar em cima da pessoa, vou te contar uma: tenho um amiga que ja fumou muita maconha e nunca ousou contar o seu passado ao seu namorado. Aparentemente, parece que ela gosta bastanto do macho dela, a não ser que ela esteja mentindo né...
Portanto, acreditar nessa argumentação é sustentar conversa de comadre e compactuar de falso moralismo. Evito compartilhar com essas coisas.
Obrigado pelas observações mas confesso que não me convenceu. Ao contrário. Deixou-me mais convicto que antes.
abraços
srsrsrs falso moralismo e o que tem mais nessa galerinha psicologia cultural , pior do que a igreja
ResponderExcluiralan
Meu caro Vina,
ResponderExcluirSeu texto foi de muita lucidez e visão torta. Sabemos que ser rico também tem um custo.
As ciências humanas têm perdido o foco para o qual foram construídas...
ResponderExcluirA atribuição de valores é ponto comum entre ricos e pobres. Se o pobre diz que o rico leva uma vida tranquila, o rico menoscaba outras tantas posturas assumidas pelos pobres. Porém essa discussão é muito mais ampla e não esbarra na forma como cada um se trata. Existe um por quê. Um deles é falarmos sobre determinada questão a partir da posição em que nos encontramos sem nem conhecer aquela a que estamos nos direcionando.
Por exemplo: para ir ao trabalho pego, tanto na ida como na volta, um ônibus lotado, e chego ao meu setor totalmente extenuado e transpirante; vejo porém, dos pequenos espaços livres a paisagem de através da janela, carros confortáveis e com os vidros negros fechados. Sendo pobre e estando sob a suspeição de todo aquele clima caótico de dentro do ônibus, a primeira coisa que irei dizer é que quem está dentro do carro encontra-se muito mais relaxado do que eu. Quem está dentro do carro, sem dúvida alguma, pensará a mesma coisa.
João Paulo dos Santos
dos pequenos espaços livres, carros...*
ResponderExcluirJoão,
ResponderExcluirTudo bem que o rico possui conforto nitido e ele bem sabe disso, tanto é que ele não quer peder a posição de rico, e o pobre,muitas vezes com inveja, quer ser rico e quando não consegue ser, classifica-o como forma de suportar a precariedade de sua existência.
Mas vamos lá: e quando o pobre diz com ar de verdade que o rico é feliz por que é rico? Como ele terá certeza de que esse rico é de fato feliz se ele não é rico para poder responder isso com a certeza idiota que ele diz ter?
Pobre também gosta muito de ser vitima. Não estou dizendo que ele não sofra as penosas consequências no seu dia a dia (digo sem noção de causa, uma vez que felizmente nunca fui pobre heheheh).
Não entendi bem a sua argumentação de que as ciencias humanas perderam o foco. No entanto, só tenho a dizer as pessoas o seguinte: no caso de minha área de formação, não vamos confundir sociologia com socialismo.
obrigado pelas contribuições meu caro
abraços
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirDesculpe-me, Vina, mas isso é periferia do senso comum e infantilização do pensamento. Espero que sociologia - e tenho certeza que não é - não seja sinônimo disso. Agora advogo por um mundo onde a intuição - mesmo que a de um pobre - não seja tolhida, colocando-se, no seu lugar, uma normatização dos pontos de vista que ele deve emitir. O pobre fala sem respaldo científico algum, com as paixões aviltadas em razão de poder perceber, tanto quanto qualquer pessoa, os nexos da realidade. Se no dia a dia o poder se lhe apresenta enquanto um carro com ar-condicionado, um patrão sentado numa confortável poltrona e um paraíso burguês pintado por uma novelinha da Globo, exigir dele complexas reflexões psicológicas é demais, uma vez que até na escola - quando estuda - ele é educado para a competição e para o lucro, a partir de que poderá alcançar a suprema felicidade. Ou você acha que ele age tomando como referência os preceitos teóricos de Freud, Jung, Lacan, ou quem quer que seja?
ResponderExcluirvina se vc nao mora se em num reduto de classe media talvez vc n se interessase tanto por musica brega pelo fato de escuta la quase todo dia alta e atrapalhando seus estudos como acontece comigo ,musica de massa que toca alto em bairros que nao sao nem de rico e nem redutos da classe media como o seu .
ResponderExcluiralan
João
ResponderExcluirComo é que você quer advogar para que a intuição do pobre não seja tolhida se você é o primeiro a não aceitar a possibilidade de tentar fazer com que ele se emancipe politicamente através do uso de suas musicas cotidianas em sala de aula?
Não estou exigindo do pobre as grandes complexidades, mesmo eu sabendo que o pobre tem capacidade também de poder refletir. Não compactuo desse ponto de vista de achar que o pobre é meramente instintivo em suas ações.
No entanto, o que eu chamei atenção foi para o fato de observar que não necessariamente o discurso que nós fazemos acerca dos ricos são discursos fundamentados e muitas vezes são generalizantes e preconceituosos.
Porém, não deixo de compactuar com alguns deles. Tanto é que ao longo do texto eu observei alguns pontos acerca do porquê eu recebo de bom grado muitas cíticas em relação aos ricos, porém, só sinalizei que se por um lado o pobre tem suas razões mas não conhece a realidade do rico, o contrário também acontece. Chico Buarque mesmo nunca passou fome e nem foi assistente de pedreiro, mas nem por isso deixou de fazer a musica Pedro Pedreiro kkkkkkk.
No final das contas, nem um lado nem o outro sabe suficientemente do cotidiano da outra realidade e por isso mesmo não possui direito em julgar algo que não sabe.
Quanto ao ar condicionado, carro, eu concordo. Foi até bom você falar isso para que evitemos futuramente a necessidade de externar um discurso condenando o dinheiro fazendo na fantasia discursiva a ideologia de que o dinheiro não é nada, mas que é! O pobre sabe que é e quer ter!! Se ele vem com o papinho de que no final todos viram pó, é por que boa parte dele, sem condições de ser um rico, pra não definhar na frustração e na inveja, constroi discursos para se defender hehehe.
Novamente obrigado pelas colaborações
hum... axo que chico buarque e daqueles que andou pouco com pobres apropriou se do conhecimento deles mas nunca deixou a elite .
ResponderExcluirresumindo tanto chico como a esquerda na america latina esta nessa flado do pobre e suas mazelas mas esta no conforto do dinheiro .
eu msm n tenho vergonha de dizer que meu estado se encontra parado apesar de ser anarquista compreendo a situaçao dos outros convivo com quase todos .
quando me mover sairei daqui deste estado axo que vs saberao .
primeiro analisar configuraçao do meu contidiano . paciencia e nada imediatismo pos moderno . existe as enrolaçoes obama e lula
obs: e raro eu me rotular de anarquista e tomara que continui assim por um tempo
alan
neste exato momento quero fazer meu fichamento e o arrocha alto que vem da rua esta atrapalhando.
ResponderExcluiralan
Não creio que uma coisa anule a outra. Viraremos pó, sim, mas, até lá, que andemos de carro! =P
ResponderExcluiragora pouco estava no circular industrial 2 ,no local do mercado o onibus bateu de leve em um omega 2010 ou 2009 dele saiu uma galega tipo padrao classe media e sua mae idosa estava dentro do carro , falando 1 merda que q axei bem engraçado. o onibus parou ali msm e os ocupantes do onibus desceram ninguem do onibus ligou pra o fato olhei um pouco de longe e vi a galega enfurecida mas nao tanto
ResponderExcluire axei bem feito
ri ate um pouco do fato
pobre ate que tenho pena de uma maneira geral .
mas quem tem carro bom e casa bacana com empregada fzendo quase tudo esses ai em ligo . mas ser uma relaçao pessoal muda e claro um pouco estou flando de uma visao macro
alan