sexta-feira, 25 de março de 2011

AS CORTINAS SE FECHARAM

As cortinas se fecharam.

As luzes se apagaram daquele lado.

Aqui, desse lado, os olhos permanecem acesos.

Os conteúdos foram devolvidos aos seus respectivos recipientes.

Nada está fora do lugar.

O silêncio controlado tenta irritar meu equilíbrio. Nenhum sucesso.

Permaneço estático. Aguardo ele chegar. E ele não chega.

Por um momento desejo cortinas abertas. Mas, não.

Eu posso perdê-lo deixando esse momento desguarnecido.

Não resisto. Experimento um pouco a brisa noturna.

Observo que algumas luzes adentram a madrugada em minha companhia.

2 comentários:

  1. Meu caro AlyssonR,
    Sua vocação poética é evidente:

    "Observo que algumas luzes adentram a madrugada em minha companhia".

    Essa é uma abstração por demais psicanalítica. O contraste entre escuro e claro, ambos, presentes em uma mesma realidade muito bem reflete o conflito entre certezas e medos, esperanças e dúvidas, razão e não-razão.

    muito bom trabalho.

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  2. Obrigado pelo comentário, meu caro Roosevelt.

    Se trata de um texto fragmentado com pensamentos esparsados. Busca reproduzir a insônia e o preenchimento do não dormir com elaborações que nos acometem.

    Obrigado e abraço

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