As cortinas se fecharam.
As luzes se apagaram daquele lado.
Aqui, desse lado, os olhos permanecem acesos.
Os conteúdos foram devolvidos aos seus respectivos recipientes.
Nada está fora do lugar.
O silêncio controlado tenta irritar meu equilíbrio. Nenhum sucesso.
Permaneço estático. Aguardo ele chegar. E ele não chega.
Por um momento desejo cortinas abertas. Mas, não.
Eu posso perdê-lo deixando esse momento desguarnecido.
Não resisto. Experimento um pouco a brisa noturna.
Observo que algumas luzes adentram a madrugada em minha companhia.
Meu caro AlyssonR,
ResponderExcluirSua vocação poética é evidente:
"Observo que algumas luzes adentram a madrugada em minha companhia".
Essa é uma abstração por demais psicanalítica. O contraste entre escuro e claro, ambos, presentes em uma mesma realidade muito bem reflete o conflito entre certezas e medos, esperanças e dúvidas, razão e não-razão.
muito bom trabalho.
Obrigado pelo comentário, meu caro Roosevelt.
ResponderExcluirSe trata de um texto fragmentado com pensamentos esparsados. Busca reproduzir a insônia e o preenchimento do não dormir com elaborações que nos acometem.
Obrigado e abraço