sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Fisiologia do ônibus lotado

Condenadas umas às outras, disputam o espaço de meio-corpo. A brisa fresca da manhã que entra pelas janelas eleva o cheiro de fragrâncias diversas às narinas, concentrando-se, depois disso, como pura mixórdia acurada de odores, suscitando gotas de suor naqueles que transpiram com facilidade e náusea no organismo dos mais sensíveis. O clima, entendido no seu aspecto plural, pesa, fazendo transparecer em quase todos os semblantes certa tensão, certo medo que, associados às sensações fisiológicas ali expostas concretamente, tornam o prazer proporcionado pelo ato da viagem em causador de estresse, mais tarde incrementado pelos torvelinhos maçantes encontrados no trabalho, na escola, no espontâneo decorrer do dia. E são quantas horas de proveito? Quantos minutos calorosos a proporcionarem um motivo para o riso? Mas há proveito e há riso, restabelecendo no centro da degradante experiência social moderna a postura contra a qual se dirige toda a inteligência contemporânea: o absurdo de gargalhar rente ao diabo, no próprio inferno, enquanto tudo nasce, cresce, reproduz e morre.

3 comentários:

  1. Pegar onibus é complicado, nas pouquíssimas cidades que fui além de aracajuinha, como o rio e vitória. O sistema de transporte é eficiente, tinha vaga pra sentar (até nas horas de pico, eles não demoravam tanto. os percursos são elaborados com eficiencia, e relativamente rápidos. As pessoas se organizavam em filas, e pedem licença e desculpe-me quando esbarravam . Aracaju em contra-ponto parece um inferno mesmo, lotado ineficiente. Mesmo que pouco mais de apenas 30% da população que pega onibus enfrenta essa barra. Aracaju não deveria ter esses problemas que mesmo assim o onibus demora, é cheio e etc. Não só os onibus mas o restante da infra estrutura ineficiente como saude e escolas me fazem revoltar a cada vez que vejo essas propagandas políticas de merda de qualidade de vida, em sergipe os problemas sçao sistemáticos. A cidade de aracaju (por exemplo, assim como as demais)vive segregada entre a classe baixa que vive refém da ineficiencia dessa estrutura, segregada e condicionada ao desconforto, pouco suporte para uma vida digna e pouca renda ralando como um pião a beira da fome, uma classe média que rala pra ascender constantemente para fugir dessa estrutura precária se apertando pra manter um padrão de vida mantida pelo medo de morrer nas filas de hospitais, de não ter uma boa escola pra o filho(esses até então trabalhadores). E os donos do estdo, empresarios, politicos, ou melhor, políticos empresários que mandam e desmandam nessas empresas (inclusive as de onibus.

    Miguel

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  2. ah sim, o trechinho da educação é só em vitória. xD
    miguel

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