1
O homem sábio cortou as cordas vocais... introduziu-se no silêncio.
2
A igreja tem encurtado as relações entre Deus e o Diabo, a distância de então entre inferno e paraíso. Cansada de apenas anunciar o céu, como o mensageiro infatigável da última dádiva, assumiu o posto de cupido. - E viva Blake!
3
O amor é o monopólio dos ricos. O gozo, o privilégio dos belos. E a filosofia, supondo superioridade, o artífice linguístico dos feios, a desculpa que justifica a indiferença dos ascetas - esses macacos pensantes e conscienciosos.
4
A inteligência coroou o feminino, conduzindo os intelectuais, ao testarem a validade de suas teses, a agirem como mulheres em período pré-menstrual: vejam que Nietzsche, apesar de misógino, sofria da raiva e da euforia; Cioran, da depressão; e Pessoa... que grande multipolar!
5
Um exumador de mortos que respeito olhou, hoje, a minha filosofia como que contemplando a materialização da bobagem. Transbordante em cientificismo, não vira a lírica imposta pelo estilo, a beleza saliente no nonsense. A julgar pelos termos finais do seu sóbrio juízo, admito que vi nele o primeiro entendedor do meu pensamento, com a reserva de ser tímido ao se direcionar ao oponente no debate. Doutro modo, faltou-lhe a coragem para me chamar de Bobo.
6
Como desejar feliz aniversário: Parabéns. Um ano mais próximo da morte. Ainda devo lhe desejar felicidade? A propósito, por que os parabéns?
7
Na falta de argumentos o grito soa como melhor palavra. Sendo o grito insuficiente, a razão mostra-se integral e invariavelmente superada, exigindo de quem se impõe a última consequência de um debate: o soco. - De como vencer discussões ou reinar sobre a verdade.
8
Os fortes atenuam a tragédia fazendo força para afirmar o valor e a beleza concernentes à contingencia, ao devir. Nós, parasitas do pecado original, quando supomos um deus, por nos ter incumbido semelhante degredo, acusamo-lo de sádico e vil; quando não o concebemos, porém, aconselhamos aos angustiados não uma falsa superação, mas o suicídio.
9
O fim último da razão não é o bom senso - é a inconsequência.
10
A humanidade é uma vara de falsos absolutos. A história, um simulacro do progresso. E, se houvesse algum sentido nas tartufices que a inteligência discorre sobre a vida, ele não estaria por se realizar ou sendo construído a passos de bêbado - ele já teria se concretizado.
11
A arte implica enlevações caóticas e que põem em jogo a saúde do espírito. - Antes ser um técnico...
12
Moro no fim do mundo - desde que nasci, há 20 anos, vegeto em Aracaju.
13
Menoscaba a família quem sempre a teve por perto.
14
Se durante a história o homem sempre se afigurou um bélico e vil, nada mais correto que darmos a ele os fundamentos para que continue sendo o que é, nunca refreando os impulsos animalescos que lhe são próprios. O cidadão ideal da direita tem quatro patas - é um primata que tem a obrigação de reivindicar todos os frutos de uma árvore, um rabugento de corpo aveludado elevado à categoria de homem perfeito.
15
Todo fascista guarda em si um poeta: por trás de toda aquela postura bárbara, há uma frustração velada, levada à extensão por meio de sua sensibilidade artístisca, que finda como promotora do caos.
16
O último degrau da angústia é o fascismo.
17
geração tela-quente...
18
Só há dignidade no ócio: o trabalho recrudesce o ressentimento, fazendo de nossas almas o invólucro de uma infinita hipocrisia velada. E, quando o que estivera represado se revela, monstros interiores surgem à superfície em forma de URSS manchadas de sangue, com a intelligentsia a querer justificar as mãos que o camponês envolve sobre a enxada.
19
Angustiados e tediosos, sentam-se nos vãos sombrios de suas casas, a escrever poemas e novelas de teor decadentista e passam a chamar isso de belo - de idealismo alemão...
20
Trocaria o meu cérebro por quatro patas e um rabo.
21
O inferno, contrário ao paraíso, é uma revelação permanente. - Da condição humana
22
Não acredito em santos. Acredito em Dostoiévski, Fernando Pessoa... - no milagre da literatura!
23
Não podemos alijar da realidade o seu aspecto caótico. Sem o opróbrio não há arte.
MUITO BONS ESSES PENSAMENTOS.EU TAMBÉM TROCARIA MEU CÉREBRO POR QUATRO PATAS E UM RABO.
ResponderExcluirTEM UMA POSTAGEM NOVA NO BLOG. PASSA LÁ:
http://thebigdogtales.blogspot.com/2011/08/amor-perdido-amor-encontrado.html
Ter quatro patas e um rabo não me parece algo melhor que a racionalidade e nem tão pouco diz que neles, os bichos, não exista alguma, afinal temos duas mãos e duas patas, o rabo encolheu um pouco, mas, ele continua lá, bem perto do cú.
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