quinta-feira, 19 de maio de 2011

ELE TRISTE...

Inquietante solidão atravessa a Rua Augusta.
A névoa impede a visão das lojas e camelôs.
O barulho incomoda os tímpanos da alma aflita.
Seu pensamento transporta-se para um passado muito ido.
Menino perfeito entre os de sua idade.
Nunca esqueceu sua cidade.
Perdeu-se no país.
Perdeu o nome.
Saiu de casa e nunca mais voltou.
Morou na Rua desde então.
Viajou de carona com freqüência.
Caridade.
Tenham piedade!
O moço agora descansa num necrotério aguardando visita.
Ninguém aparece.
Seu cadáver não apodrece.
Enrijece.
Vira pedra como a cidade, uma peça se tiver sorte.
É isso...

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