Núbia passou a trabalhar fora de seu estado. No dia em que foi pegar a pista para seguir viagem, despediu-se de seus familiares e foi embora. No meio do caminho percebeu que havia esquecido o seu celular em sua casa, mas como já se encontrava na metade do caminho, não deu para voltar.
Durante a semana, não pôde se comunicar com ninguém.
Ao término da semana, resolveu voltar para a sua cidade para pegar o seu celular que havia esquecido, como também para aproveitar e ir a um casamento de sua melhor amiga.
Já na BR próxima a entrada de sua cidade, ela percebeu que havia um carro do SAMU atrás dela, soltando aqueles alarmes alarmantes e pedindo espaço para a ultrapassagem.
- Porra nenhuma! Vá se fuder caralho! Muitas vezes essas porras não tem nada e fazem esse escândalo todo só pra ultrapassar de forma mais rápida os outros carros e chegar mais rápido em seu lugar de destino.
Já dentro da cidade ela se deparou com um aglomerado de pessoas em volta de um corpo que já se encontrava encoberto.
Chegou em casa e não encontrou ninguém. Foi até o celular, pôs pra carregar e notou que havia recebido uma mensagem. A mensagem dizia: "Aconteceu um desastre com seu namorado.
Atormentada, viu que o numero da mensagem era de sua mãe e de forma afoita perguntou: - Mãe, o que foi que aconteceu?
Sua mãe numa voz que parecia um misto de tristeza e de indignação respondeu: - Minha filha, seu namorado morreu. Por questões de minutos ele sobreviveria, mas o SAMU, com a preguiça de seus funcionários, pra variar,atrasou.
Eu adoro críticas produzidas de forma literária. Meu caro, infelizmente, essa é a cara de nossas instituições. As contigências, os acidentes acontecem e continuarão a acontecer, afinal, são acidentes e contigências. No entanto, a omissão sistêmica, insistente, regular, previsível como no caso de nosso país é que é preocupante. Quantos continuarão morrendo por falta de um leito, uma endoscopia, um exame de fezes, um remédio para pressão. "O estado serve para regular as relações entre os cidadões e instituições, e sobre tudo garantir a vida e felicidade de seu povo. não fazendo isso: "Ele serve para que mesmo?" Alguém disse: Gastar dinheiro e empregar a corte.
ResponderExcluirDany,
ResponderExcluirPutz, que comentário de fuder cara! O legal é que você sinalizou acerca de dois pontos extremamente interessantes que foi o interesse das religiões em controlar os corpos de seus fiéis e a dificuldade dos humanos em se enxergarem jogando tudo isso para um personagem que chamam de deus, deixando muitas vezes de lado as suas próprias responsabilidades.
Acho que é isso mesmo: encontramos certas religiões que não se encontrm nem um pouco interessadas em fazer o sujeito ser dono de seus atos, colocando-os apenas em meio a uma massa de seguidores com suas cegueiras e ao mesmo tempo percebendo que essa cegueira é facilitada por eles por não buscarem questionar-se acerca de seus próprios atos.
O controle e a falta de senso critico são dois elementos que se combinam, e por isso mesmo encontramos isso: um deus que ao invés de possibilitar o encontro e o estranhamento do sujeito consigo mesmo, apenas assume um comando que tem como natureza a ordem e a alinação desse sujeto consigo mesmo, e, portanto, com o mundo que o cerca.
bjs
Roosevelt
ResponderExcluirIsso que você bem atentou, é resultado de um estado composto por individuos que foram educados a não compreender de forma clara o conceito do que podemos chamar de bem público. Vivemos submetidos a um estado que confunde claramente o público do privado, sem contar toda uma submissao que esse estado possui quando o assunto diz respeito aos ditames impostos pelo mercado. Além de não termos consciencia do bem público devido a nossa história marcada pela exploração, ainda para complicar, vivemos imersos em um contexto vagabundo chamado neoliberal que tende a fazer com que as vontades empresarias sempre se sobressaiam em relação às necessidades e as reivindicações que povoam a coletividade.