quinta-feira, 10 de novembro de 2011

ANIMAL

Sopra o vento na janela.
A paisagem encanta o viajante.
A estrada é longa.
Rasga o espaço com borracha e aço –
O homem de carne e osso;
Um vidente; na muralha sentinela.

Diz para si que seu destino é ela.
A menina da mocidade.
Uma lembrança doce do amargo de sua vida.
Um menino que cresceu espremido entre os prédios e o asfalto.

Olha para o alto!

No céu a lua se esconde entre nuvens cinza.
Poluição e poeira de mentes racionais.
Animais!
Canibais.
Armas letais.

Seus corações também amam.
Quem entende isso?

Ela estava em pé no terminal.
Ele correu e beijou-lhe os pés.
Perdão!
Ela o levou consigo.
Não o vejo mais.
Sumiu no meio do povo.

Um comentário:

  1. Roosevelt,

    Ao ler seu texto, rapidamente percebi uma sensação de vazio que paira nas cidades. Ao lado dessa vulnerabilidade circunstancial e afetiva encontramos a carência, os interesses provisorios, os contatos efemeros. Uma selva projeta racionalmente em cima de calculos e mais calculos confluindo com sentimentos bruscos provocados pelos incessantes desejos confusos e desnorteados. Simplesmente animais que se espremem nas matas frondosas quentes de concreto. Animais que reclamam, que entendem, que se perdem. Quantos ainda não me amarão desonradamente dentro das delicias da solidão?

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