sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Amor
Reconheceu na porcelana utilizada como artifício pelo inventor de sonhos a cor que matizaria o rosto da musa etérea. Viu nos seus olhos ressacados a vibrante intensidade do quase-negro que lhe conduziu o ânimo a estatelar-se com os requintes delicados do amor romântico. Achou os seus lábios perfeitamente túmidos e torneados, os seus cabelos desenvoltos sobre as costas coisas únicas. Porém, desatento que estava colorindo o coração com esses castelos e bosques feitos em papel e verbo, não se atentou a quem, reclusa em uma áspera solidão concreta, lhe observava, sem esperança, de longe.
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B.......................................A xD
ResponderExcluirmiguel
ResponderExcluirO título é amor, mas compreendo como paixão, principalmente quando pela descrição que leva em conta o ornar da face pura da musa em seguida os lábios perfeitos e cabelos ainda mais perfeitos, muito bem recriados em minha mente, quando o autor utiliza expressões como “lábios perfeitamente túmidos e torneados ou cabelos desenvoltos sobre as costas coisas únicas,” dando a impressão de uma obsessão gigantesca por fútil e frívola beleza volátil. Amor é outra coisa.
ResponderExcluirBoca da noite,
ResponderExcluirGostei bastante de sua observação. Concordo plenamente com suas palavras. Acredito que o amor implica em um sentimento mais sólido, mais estável e de natureza muito mais voltada a um compromisso de projetos de longo prazo.