sexta-feira, 16 de março de 2012

Sim!

Oh, sim, posso insinuar tantas coisas, em tantas posso encontrar a objeção que alimenta do mesmo modo que o pão e a carne, que o direito de arrogar contra a própria vida me foi vedado. Ontem eu era aquele que descia os corredores sobre os joelhos e de cabeça baixa; aquele que sentia vergonha do fardo que lhe fora jogado às costas e que, indiferente e pretensioso, cogitava combater as adversidades de um tempo fétido sendo taciturno. Pelos deuses, quão injusto com cada dia eu fui, reduzindo a todos eles o horizonte atrás do qual nascem sorrindo, em forma de um sol laranja e ondulado! Quantas auroras quiseram me felicitar com sua graça e eu, entre paredes, escondi-me da possibilidade de ser festejado, amputado das duas pernas para vivenciá-las em sua beleza e seu calor, de igual modo que o doente descrente em sua recuperação entrega à morte, como óbulo, a vitalidade ainda restante. Como o meu tempo, com sua clownaria insuportável, atuou sobre os meus impulsos intentando deplorá-los, a ponto de fazer-me desejar ser um comum, sujeitando os instintos de que sou dono à certeza irreparável da morte absoluta. Ah, eu nunca houvera sido sagaz o suficiente para pegá-los, quando os vi agir, em flagrante, reparando-lhes o ato ilícito que ali punham em prática – ao contrário, cri também que, aclimatando-me, conservava a mim a integridade da vida. Mas, hoje, tive a visão aterradora dos mistérios sucumbindo sob o céu aberto, e os fatos transbordaram da moldura em que foram pintados. Senti que a vida fugia-nos, em sua totalidade mesmo, ao controle, promovendo, gratuitamente, contínuos atos obscuros de onipotência, realizando-se, segundo por segundo, sem porquê, para ninguém, como que num ensaio ininterrupto sobre um palco sem plateia. Ao arrogar contra a vida maldizia, na verdade, o meu tempo – isto é, uma moldura horrorosa.

25 comentários:

  1. BICHO PERDOE MINHA BURRICE: NÃO ENTENDI NADA.

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  2. Infelizmente eu, como todo poeta incapacitado de redobrar sua pena ao entendimento alheio e geral, não tenho nada a ver com isso.

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  3. A solução para esse problema é simples: "Não poeder meu tempo".

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  4. Só não diga que ando por aí pedindo a você que leia os meus textos...

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  5. Meu caro como você levou para o pessoal: A PROPAGANDA É A ALMA DO NEGÓCIO.

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  6. E os jornais fazem isso, as editoras fazem isso, o teatro faz isso, e tanta gente faz isso. kkkk

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  7. Ah, sim, estou na segunda antologia, todas a convite, e com cinco editoras me convidando para publicar. isso não é bom. O segredo é: Escrever para ser entendido, a velha máxima de martinet: A função da libguagem é a comunicação - se eu escrever de forma que só um grupo pequeno entende, adeus visibilidade - e o mecardo - sem compromisso comigo - veja, o coroa é sabido. kkkkkkkk

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  8. Caro, eu não sei o que ganho ao empreender uma discussão frívola com você. Primeiro porque, se há algo de pessoal aqui, não é a minha advertência anterior sobre o tempo que você despende lendo o que escrevo, mas o juízo que foi expresso em relação à falta de inteligibilidade do meu fragmento. Portanto, quando você se refere à propaganda como alma do negócio supondo que eu esteja fazendo uma a fim de me autoenlevar, vejo aí apenas uma malícia voluntária e inútil, muito própria a quem gosta de aparecer. Segundo porque, ao criticar a falta de inteligibilidade do meu texto, você o faz descartando a intencionalidade poética contida nele, exigindo-lhe mais clareza e precisão quanto aos seus propósitos. Ora, se os contemporâneos descobriram algo bastante elementar sobre a linguagem poética, foram as suas potencialidades: enquanto instrumento utilizado para mimetizar, pretende-se inteligível e antepara o interlocutor na penetração de um conceito – isto é, mesmo em se tratando de poesia, escrever não é escrever qualquer coisa. Desse modo, que me importa se você não entendeu?

    Sobre as antologias onde constam obras suas, que posso dizer? Que, para agradar a bom moço cristão, estou com inveja? Por Deus, Roosevelt, eu já tenho cabelos brancos e coisas mais importantes com que me preocupar.

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  9. Bicho, façamos uma coisa não leio mais seus textos. Afinal sou burro e você um pentelho inteligente. Escreva para o seu público e eu para o meu, viva sua vida e eu a minha e acabou a conversa. saiba de uma coisa que sua pessoa precisa e HUMILDADE para saber ouvir, pois, a minha opinião sobre seus textos é compartilhada por muita gente.

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  10. Humildade...

    Quando você falou de seus textos publicados em antologias lembrei, de imediato, de Vina quando veio me compartilhar, depois de muito tempo que não nos falávamos e num perceptível tom de malícia, a aquisição de seu carro novo. O mal do burguês e do verdadeiro invejoso é achar que toda alma é tão fétida quanto à dele.

    Sendo assim, talvez você deva cobrar a si mesmo humildade, e não a mim, que sequer leio ou tenho me pronunciado acerca do que você posta nesse blog.

    Em sua homenagem, por fim, escrevi um "paragrafinho":


    Todas as espécies entrarão em extinção. Os mosquitos não serão mais comidos pelos sapos e, estes, não alimentarão mais as cobras. O idiota, porém, encontrar-se-á intacto em sua condição autótrofa: nutrindo-se unicamente de sua demência, a indigência de espírito conquistada arduamente lhe parecerá carne, e em razão dela, até que nem o mundo o suporte mais, perdurará, amesquinanhando e nadificando, sem se cansar de sua idiotice.

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    1. João

      Não me meta em suas confusões pueris. Não tenho nada a ver com isso. Quando gosto de seus textos eu publico meu comentário, quando os acho desnecessários e pouco construtivos para a minha vida, simplesmente tenho optado em deixar de me pronunciar.

      Outra coisa: é engraçado, mas quando fiz um comentário acerca do carro que eu havia comprado para outras pessoas, elas simplesmente entraram em um clima de normalidade sabendo olhar a minha alegria em ter conseguido adquirir um patrimônio. Contudo, você como sempre, com sua alma invejosa e frustrada, tomou aquilo como uma relação de menosprezo a sua pessoa. Posso fazer nada. Se eu o tratasse com esse ar burguês que você tanto insiste em falar, você sequer teria entrado em meu ciclo social alguma vez em sua vida. Agora, se você tem raiva do que os outros conquistam,fica a frustração para você. Frustração essa que você mascara com seu ar de revolucionário, que de revolucionário não tem nada a não ser um coração cheio de ódios e de inveja pelas coisas que os outros conquistam. Bem, não vou dizer que você amanhã mudará de opinião, pois não consigo visualizar em você um futuro brilhante, mas se eu visse esse futuro, posso dizer que você ficaria muito feliz quando começasse a se sentir capaz de construir seu patrimônio, inedependente de ser um burguês como eu ou um socialista falsificado como você.

      Ah e por favor, se quiser continuar nessa picuinha idiota, continue, mas não envolva quem está fora dela. Espero que você prove uma maturidade e não prolongue esse seu velho blá blá blá intraduzível.

      um xeiro

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  11. "Eu não sei o que ganho ao empreender uma discussão frívola com você". Disse João sentado em seu trono.

    "Escrever não é escrever qualquer coisa". Disse João na ademia de letras.

    "Só não diga que ando por aí pedindo a você que leia os meus textos..." Disse João para Roosevelt dizendo que o povo só o lê por que ele pede.

    "Infelizmente eu, como todo poeta incapacitado de redobrar sua pena ao entendimento alheio e geral, não tenho nada a ver com isso". Disse João depois de sentar no pinico e dar uma cacada.

    BICHO PERDOE MINHA BURRICE: NÃO ENTENDI NADA. Disse eu no início de tudo. Cara, eu simplesmente não entendi o que o cara escreveu. Ainda não terminei a sexta série. PERDÃO!

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  12. O torto é isso, é amor, é paixão. É pinico é João!

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  13. Sem, ódio, ou rancor.
    Para João, o poeta, dei uma flor.
    Joãozinho, Joãozinho, inho, inho, muito inho.

    Meu poeta é joão.
    Ele vei do sertão.
    Não gosta da burguesia.
    Na praia toma banho na maresia.

    Foi João que me ensinou.
    João é pastor.

    João, João, João!
    Tou precisando do pinico.
    Dá para emprestar um?

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  14. Vina, convenhamos, você veio me falar sobre o carro porque é uma criança de 30 anos. Nunca fui seu amigo, mas, naquela época, sequer trocávamos um tchauzinho hipócrita quando nos víamos. Além de tentar provocar em mim inveja, o que mais poderia ter lhe motivado a compartilhar sua aquisição comigo? E o pior é que fiquei sabendo, logo após aquele dia, que você estava dizendo aos outros que eu fiquei com inveja do seu carro novo, como querendo sujar minha imagem. Como disse anteriormente, não tente generalizar a todos o que apenas você é. Isso é muito feio e, usando uma palavra mais cristã, imoral.

    Vina, eu conheço você. Eu conversei pessoalmente com você em diversas oportunidades. Eu pude sentir de perto o clima que impera na redoma em que você anda. E, se consegui especialização em algo, não foi em nada que não exerce valor efetivo na experiência, mas em veneno.

    No mais, só aludi a você porque o tom de Roosevelt me lembrou muito aquele dia inesquecível. É uma pena que eu não tenha salvado a conversa. Se tivesse, iria postar aqui.

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    1. João

      Em primeiro lugar, eu não disse que eramos amigos. Eu disse que se eu fosse burguês como você insiste em falar, em momento algum eu permitiria que você compatilhasse de diálogos comigo.

      Sim, eu falei que você ficou com inveja quando eu falei do carro. Continuo dizendo que você ficou. Ah, ficou não, fica, do contrário, não precisaria soltar o menosprezo que você tem de si mesmo em um debate que dizia respeito a você e a Roosevelt apenas, tendo que relembrar uma coisa que não tem nem mais sentido, além de me jogar nesse debate inútil.

      Certo João, sou um cara de classe média, sempre vivi a felicidade de ter ao meu lado bens individualizados em minha casa. Nunca cheguei a sentir o que poderia ser pobreza. Bom, acredito que seja óbvio que eu tenha a necessidade de preservar o que sempre tive, e ter mais ainda se possivel. Gosto da propriedade privada, gosto de dinheiro, gosto de consumo.

      Como disse uma pessoa um dia em um comentário aqui do torto, seu problema é não saber aceitar posicionamentos ontrários aos seus. Sério mesmo, mas eu nunca vi uma pessoa tão critica da propriedade privada ter tanta dificuldade em se libertar da posse. Sua posse vai até no ue você fantasia pra você mesmo o que seja A verdade.

      Acredito que devemos parar por aqui.

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  15. Roosevelt, eu disse que não peço a ninguém para perder tempo lendo o que escrevo e que não posso reduzir as minhas epifanias poéticas ao entendimento do público, uma vez que, para mim, poesia é, entre outras coisas, expressão de singularidade - uma particularização jogado ao coletivo.

    Eu creio que, em termos de literatura, o que enriquece um texto são as diversas possibilidades de leitura que ele proporciona, ainda que não satisfaça um entendimento imediato. Se você ler Artaud, se você ler Rimbaud, se você ler Benjamin, se você ler Nietzsche, ou quem quer que siga uma tendência literária similar à dos autores aos quais me referi, perceberá que eles exigem do interlocutor uma apreciação pausada, porque, além de não serem sistemáticos, tentam radicalizar as potencialidades da linguagem poética.

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  16. O mal do burguês é achar que todos querem ser iguais a ele e, se dizem não querer assemelhá-lo, chamar estes últimos de hipócritas, de frustrados, invejosos e toda sorte de adjetivos depreciativos. Isso nunca foi argumento e não é agora que passará a sê-lo. O que você desperta em mim não foi nem nunca será inveja(nem material nem espiritual), mas desprezo, asco e um pouco de pena.

    No mais, encerro minha participação nessa "discussão" por aqui. Não tenho mais tempo nem idade para me alongar com pseudo-querelas.

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  17. Eu definitivamente invejo a capacidade dos senhores em fazer tempestades num copo d'água.

    Do texto de João, pude entender que o eu-lírico arrepende-se, inicialmente, por ter se fechado em si mesmo, insatisfeito com o espírito do tempo em que vivia, e, posteriormente, alega que mesmo tendo sido incapaz de perceber o modo como esse tempo interferia em seu comportamento, o mesmo está aquém de remediação. De todo modo, não julgo que seja a melhor das interpretações possíveis. O texto é, sim, compartilhando da opinião de Roosevelt, um tanto obscuro, tanto sintática quanto semanticamente. Contudo, compartilhando da opinião de João, em se tratando de poesia, é um direito legítimo que assim o seja.

    Abraço!

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  18. Como é direioto do leitor dar sua opinião e a minha foi: Não entendi nada. Compreendo a posição de João até o ponto dele não parti da para ofensa em dizer que em outras palavras não escrevi para "burros". è direito dele escrever como quizer, mas, também se compreende que a pessoa deva estar prontas para receber as críticas.

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  19. Eu não arranjei confusão com ninguém. Tirem meu nome desse bolo. Os ataques partiram, inicialmente, de Rooselvet, que chama as duas primeiras postagens dele de CRÍTICAS. Então, às críticas dele, retorqui de maneira igualmente evasiva, contudo falando apenas verdades relacionadas àquilo em que acredito: 1° disse que não cria que o autor deveria escrever pensando nos seus leitores e que não tinha nada a ver com o fato de um leitor não ter entendido o que disse; 2° em resposta ao que Roosevelt disse sobre ter perdido tempo lendo minha obra, disse que a culpa não era minha, posto não ter o obrigado a ler o que escrevi. E aí foi o estopim para ele soltar as macacas.

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  21. Lou, é basicamente isso que eu estou falando, mesmo.

    Agora, aquém de remediação, no meu texto, é a existência(que, como é, é irremediável), não o meu tempo(cultura). E, frente a ele, aludo à ideia de extemporaneidade de Nietzsche, ao tentar desenvolver formas de não me aclimatar ao que ele representa.

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