sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
Multipolar
A forma adequada para se expressar o desgosto, o tédio e a certeza de que faz certo quem não se cansa em caminhar, como é crível que a brisa vespertina liberta e traz ventura em quem a sente, não existe senão como idéia inexprimível, aterradora para cuja pessoa que a carrega. Como escrever o desespero que se põe em detrimento da vontade, simplificando a quem não nos entende a confusão que, entrelaçada pelos seus caracteres, é apenas um único estado de espírito? Enfatizar cada linha subjetiva costurada sobre pedaços, expondo pormenorizadamente todas elas, não explicaria nada em absoluto, pois apenas pluralmente elas fazem sentido. Não concebo, por exemplo, que sou triste, porque tal caracterização está aquém do estado objetivo e verdadeiro que me determina – isto é, triste, alegre e tantas outras coisas a um só tempo. Da mesma forma posiciono-me para o contrário, pois o que se enfatiza isoladamente prescinde da unidade onde se guarda um universo.
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A estatística pode ajudar nesse quesito. Calcule o tempo em que passa num determinado sentimento e compare-o a um referencial. Assim, se num dia útil, contabilizando 16 horas, subtraídas uma média de 8 para o sono, passar 4 horas em tristeza, terá 1/4, ou 25%, de tristeza/dia. Depois disso, repita o processo com outros sentimentos e noutros dias, buscando uma taxa de amostragem mista ao longo do ano. Desse modo, conseguirá auferir a média percentual aproximada de sentimentos por ano. =)
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